Foste o nosso primeiro balbucio
a primeira palavra pronunciada;
o primeiro aconchego, se fez frio,
- nosso primeiro passo pela estrada.
O primeiro conselho, ante o desvio
que pudesse levar a uma emboscada;
a presença, mais que outras, desejada,
nos momentos de dor ou desvario...
Foste tudo de bom que aconteceu:
o beijo puro, o gesto carinhoso,
a mão primeira que nos protegeu...
Tudo nos deste: o próprio Ser e o nome,
e foi teu seio farto e generoso
que silenciou nossa primeira fome!
Fonte:
JORGE, J.G. de Araújo. Cantiga do Só. 2. ed. 1968.
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