sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 763)



Uma Trova de Ademar  

Para alcançar o perdão,
não há fronteira ou entrave:
a porta do coração
não tem ferrolho nem chave.
–Ademar Macedo/RN– 

Uma Trova Nacional  

Neste sonhar em que vivo 
da poesia cultor, 
o teu desvelo é motivo 
dos meus motivos de amor. 
–Gilvan Carneiro da Silva/RJ– 

Uma Trova Potiguar  

Destilando hipocrisia 
segue a tola humanidade 
queimando a vã fantasia 
nas fogueiras da vaidade! 
–Ubiratan Queiroz/RN– 

Uma Trova Premiada  

2003  -   Amparo/SP 
Tema  -   PEDRA  -   3º Lugar 

Ferem-me as pedras... Mas sigo
sem me curvar ao revés;
pois quando um sonho persigo,
nem sinto as chagas dos pés!...
–José Tavares de Lima/MG– 

...E Suas Trovas Ficaram  

Partiste e chovia tanto!... 
mas entendi na saudade 
que a leve gota de um pranto 
molha mais que tempestade.
–Hegel Pontes/MG– 

U m a P o e s i a  

Luzes verdes e vermelhas
numa aurora boreal.
De manhã sai do curral
um rebanho de ovelhas,
fumaça por entre as telhas 
da chaminé se levanta,
é mãe cozinhando a janta
depois que o dia anoitece
a natureza oferece
tudo quanto a gente canta.
–Júnior Adelino/PB–

Soneto do Dia

Amaral Ornelas/RJ
Idílio

Sentamo-nos os dois à beira-mar. As brumas
pardacentos dragões que o sol vai devorando –
trepavam pelo céu; e o oceano, calmo e brando,
calçava-nos os pés de alvíssimas espumas.

Várias conchas de cor ele arrastava, em bando,
pela cauda de arminho e de nevadas plumas;
muitas - frações de aurora - iam-se abrindo, e algumas,
quais pedaços do céu, iam na areia entrando.

E enquanto ela, sorrindo, o olhar pousava em tudo,
na alva cauda do mar, nas conchas, no veludo
na arcada celestial cheia de negros véus,

via-lhe o mar na veste, a espuma nos seus folhos,
e ficava admirando a concha dos seus olhos
que vive a enclausurar dois pequeninos céus.

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