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sábado, 19 de maio de 2012

Darlene da Costa Diniz /PR (Nos Dois Lados do Vento)


Darlene é de Londrina/PR

Que Vento é este que me puxa para cá e me empurra para lá?

Decida Vento amoroso, pois de tanto ir para cá e para lá tonta até já fiquei.

Vou para cá só beleza vejo, vou para lá vejo tristeza. Até no meio já fiquei.

Assim no mesmo dia dava muitas gargalhadas e em seguida chorava.

Olha Vento amigo, resolva que lado quer me fazer ficar, pois nestes dois lados poderá virar uma poesia de dois horizontes.

Assim, muito sol e muita chuva e, de quebra, um presente feito arco-íris, colorida toda vou ficar.

Decida Vento, pois este arco-íris você levando o está para dois lados do rio.

Onde começa o arco-íris e onde termina.

Igual quando você, Vento camarada, me puxa para cá e me empurra para lá.

E neste puxa-puxa até deste lindo sonho despertei…

Fonte:
Câmara Brasileira dos Jovens Escritores. "Brasilidades / vol.3" - Edição Especial - Maio de 2012.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Rodrigo Garcia Lopes (Poesias Escolhidas)



SOMOS PESSOAS ESTRANHAS

somos
pessoas
estranhas
nem sabemos
que sonhos
que somos

esses
olhos
poucos

essas
folhas
secas?

esqueçam
fiquem
calados

somos
estranhos
no entanto

esta noite
dormiremos
lado a lado
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PEÔNIAS NEGRAS SERENAS

peônias negras
serenas
quase secas
pombos se aquecem
num resto
de sol

uma planta
luta para
romper a fenda

formigas dragam
uma abelha
ainda viva

o inverno
furta a flor
a cor da fruta

(gestos & acenos
de sombras
não consolam)

a tarde passa
arrasta e deixa
um rastro prata
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SEU CORPO É UMA PRAIA DESERTA

Seu corpo é uma praia deserta
onde uma música desperta
numa onda esperta e a deserda:
espumas a ferem como pétalas.

Desterra, em tradução infinita,
pérolas na orla do olhar, ilha
que ainda está por ser escrita.
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A TEMPESTADE

Canibal, palavra latina,
à maneira de canis, animal
de fidelidade canina.
Nas Bermudas, sublime ironia,
será um vento do cão
e vai se chamar hurracán

E quando o mar de lã
de repente apontar terra à vista
Então será Caliban
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LÁ VEM VOCÊ

Lá vem você
Se passando por vento
Como se ninguém te visse
Lá vem você dublando pensamento
Como praia que sentisse
Pra perto do riso, do risco, do início
Das ondas das dunas do espanto,

Lá onde o calar fala mais alto
E onde o momento comemora
Com um minuto de silêncio.
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TALVEZ SEJA ISSO

De repente você nota, em certa noite de chuva,
que ninguém se importa mais.
Noite em vigília. A ipoméia se abriu
Enquanto você dormia.
A imagem iluminada desgastou
depois que a duração virou mercadoria. O "eu lírico"
não subsiste num mundo de fluxos e superfícies vazias
que o olho mal consegue acompanhar
enquanto a verdadeira face da vida começa a dar as caras.
Evaporaram-se os dados precisos e algo mágicos que a poesia exibia.
Perdemos toda inocência, talvez nossa última chance,
e agora tudo o que você disser
pode ser
Usado contra você. Transformamos o real não num mito fugidio, performance discreta ou fluxo de uma gravura, mas numa incoerência
algo eufórica, cheia de comentários sobre outras
pessoas e paisagens, pois aquilo
que se chamava vida
eram fábulas do momento presente,
o recriar incessante no castelo de areia, onde ondas eram adivinhas, brincando de desaparecer. Não investigações vazias
sobre a temporalidade ou algo assim, muito menos
a idéia da palavra em si mas que pára ali,
cara a cara com sua onipotência, e
de como a sensação agora
é de uma velocidade que de repente não muda muito as coisas.
Pelo menos em essência. Isto não existe. Mas o que é essência,
e por que perdemos
nossos instantes preciosos
e o sonho de qualquer elegância
escrevendo ao vento ou então dispersos
nesses gestos inúteis e sublimes
tentando entender
alguém no outro lado da linha.
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Fonte:
Jornal de Poesia

Rodrigo Garcia Lopes (1965)



Rodrigo Garcia Lopes nasceu em Londrina (Paraná, Brasil), a 2 de outubro de 1965. Formado em Jornalismo, em 1984-85 viajou pela Europa e, na volta, publicou a página literária "Leitura" e as revistas "Hã".

Trabalhou em jornais e veículos literários em São Paulo ("Ilustrada") e Curitiba ("Nicolau").

De 1990 a 1992 viveu nos Estados Unidos, onde realizou mestrado em Humanidades Interdisciplinares na Arizona State University com tese sobre os romances de William S. Burroughs. Neste período, também reuniu material para seu livro de 19 entrevistas com escritores e artistas (como John Ashbery, William Burroughs, Marjorie Perloff, Allen Ginsberg, Nam June Paik, Charles Bernstein and John Cage).

Doutor em Letras pela Universidade Federal de Santa Catarina, com tese sobre a poeta e filósofa modernista norte-americana Laura Riding.

O livro, "Vozes & Visões: Panorama da Arte e Cultura Norte-Americanas Hoje" foi publicado pela Iluminuras em 1996. Em seu retorno, lançou "Solarium", que reúne sua produção poética desde 1984.

Em 1996 publicou a tradução das "Illuminations" de Rimbaud (também pela editora Iluminuras). No ano passado lançou seu segundo livro de poemas, "visibilia" (Rio de Janeiro: Sette Letras).

Ao longo destes anos traduziu, entre outros, a poesia de Ezra Pound, Sylvia Plath, William Carlos Williams, Robert Creeley, Gertrude Stein, Laura Riding, Gary Snyder, Charles Bukowski, John Ashbery, Jim Morrison, e Samuel Beckett.

Em 1998 foi curador da exposição "Olhares", do fotógrafo nipo-brasileiro Haruo Ohara, que participou da Bienal Internacional de Fotografia, em Curitiba. Realiza performances de poesia & música pelo Brasil.

Seu livro Solarium foi incluído na lista das mais importantes publicações de poesia brasileira dos anos 90, e em 2004 ele foi escolhido pelo governo francês para o Programa de Ajuda Especial em Favor da Literatura Brasileira.

Vive na ilha de Florianópolis.

Bibliografia
– Nômada.
– Polivox. Poemas 1997-2000
– Poemas Selecionados (1984-2001)
– visibilia.
– Solarium.

Fontes:
Secretaria de Estado da Cultura de Minas Gerais
Jornal de Poesia.

sábado, 12 de setembro de 2009

Rodrigo Garcia Lopes (1965)



Poeta e tradutor, nasceu em Londrina (PR), em 1965.

Mestre em Artes pela Arizona State University e doutor em Letras/Inglês pela Universidade Federal de Santa Catarina.

Integrou as antologias Artes e ofícios da poesia (Artes e ofícios, Porto Alegre, 1990), Outras praias (Iluminuras, 1998) e Esses poetas (Aeroplano, 1998).

Publicações:
– Livros de poemas Solarium (Iluminuras, 1994), Visibilia (Sette Letras, 1997) e Polivox (Azougue Editorial, 2002).
– Sylvia Plath — poemas (Iluminuras, 1991) e Iluminuras (gravuras coloridas), de Rimbaud (Iluminuras, 1994), ambos em parceria com Maurício Arruda Mendonça.
– Vozes e visões —panorama da arte e cultura norte-americanas hoje (Iluminuras, 1996), com entrevistas com poetas, críticos e artistas plásticos dos EUA.

Foi um dos editores da revista Medusa, e hoje edita a revista Coyote, com Ademir Assunção e Marcos Losnak.

Em 2001, lançou o CD de música e poesia Polivox.

Fonte:
http://www.antoniomiranda.com.br