A pata saiu do ninho com seus filhotes recém-nascidos. Estava feliz como toda a mãe que acaba de ter um filho.
Saiu pelo terreiro com sua prole mostrando-lhes a beleza do mundo onde iam viver, o grande quintal, as árvores, a relva verdinha. Levou-os depois ao lago para ensinar-lhes a nadar.
Os pimpolhos adoraram a água e nem foi preciso a mãe ensinar, num instante já estavam todos nadando.
De repente a pata levou um susto. Contando os patinhos a sua volta, constatou que faltava um. Eram doze a ali só estavam onze.
Onde estaria o outro? Será que afogou-se?
Impossível! Os patos já nascem sabendo nadar. Nunca se ouviu contar de um pato que se afogasse num lago tranqüilo como aquele.
Desesperada a pata chamou os patinhos e saiu correndo para procurar o filhinho perdido.
Encontrando o pato disse-lhe:
- Querido, sumiu um de nossos bebês! Vamos procurá-lo juntos.
Mas o pato, displicente, respondeu:
- Ora, deixe disso. Com certeza o gato o pegou. Não adianta nada continuar procurando.
- Você é um pato sem coração! Onde já se viu falar assim do seu filho?
- Nos ainda temos onze, meu amor, prá que precisamos de mais um?
Vendo que nada adiantava ficar ali discutindo com o pato a pata continuou seu caminho.
Encontrou, pouco depois, o galo:
- Bom dia, seu galo! Eu perdi o meu patinho! Será que você podia me ajudar a procurá-lo?
- Eu? Imagine! Está pensando que não tenho nada mais importante para fazer do que caçar patos perdidos?
Mais adiante, o peru respondeu ao seu cumprimento com um glu-glu de pouco caso e um orgulhoso arrepiar de penas.
Nem adiantava pedir ajuda a ele. A pata estava só com a sua dor e ainda preocupada com os outros patinhos, tão novinhos, que ela estava obrigando a uma exaustiva correria.
E, então, encontrou a galinha choca que acaba de sair de seu ninho com os pintainhos;
Vendo a pata, amável, lhe disse;
- Vejo que também está com os filhinhos novos, eles são lindos.
A pata contou-lhe rapidamente a sua odisséia e ela, solícita, ofereceu-se:
- Deixe os patinhos comigo enquanto vai continuar a sua busca. Tomara que você encontre logo o seu filhinho!
A pata, agora desembaraçada correu por todo lado, examinou todos os cantos até que ouviu um piadinho muito fraco vindo de uma moita.
Achara o patinho! Ele se enroscara em um ramo e não conseguira sair sozinho.]
Vendo que ele estava bem a mãe respirou aliviada, foi buscar os outros filhotes e, todos juntos, foram ao ninho para o merecido descanso noturno.
No dia seguinte a Dona comentou com o marido:
- Aconteceu uma coisa estranha ontem. Quando fui tratar dos animais a galinha choca veio comer e os patinhos estavam junto com os pintinhos. Ela alimentou-os do mesmo modo que fez com os seus. Não sei para onde tinha ido a pata, mas hoje de manhã ela já estava com os patinhos e a galinha com os pintinhos.
O dono deu uma risada:
- Você e suas histórias! Esta galinha deve ser muito idiota para não saber distinguir um pinto de um pato! E a pata então, uma irresponsável que larga os patinhos por ai e vai passear.
- Não fale assim! Achei tão bonito! A galinha parecia uma mãe adotiva. Não sabemos o porquê do sumiço da pata. Tenho certeza de que ela não abandonou os patinhos. Eu, ás vezes penso que os animais não são tão irracionais como pensamos.
-Você é mesmo uma romântica!
LIÇÕES
A PATA = Uma mãe é capaz de qualquer sacrifício para salvar um filho.
O PATO: Um pai omisso como muitos.
O GALO: Indiferente e preguiçoso
O PERU: Vaidoso, cheio de empáfia, mas inútil.
A GALINHA: Prestativa e boa. Uma mãe que entende a aflição de outra e procura ajudar.
O DONO: Olhe lá os julgamentos ....!
A DONA: O romantismo é a realidade em traje de festa!
Fonte:
Publicado em 1 de julho de 2006 na Ciranda das Flores e dos Bichos, no Sorocultinho, da Academia Sorocabana de Letras.
http://www.ciranda.blogger.com.br/
Saiu pelo terreiro com sua prole mostrando-lhes a beleza do mundo onde iam viver, o grande quintal, as árvores, a relva verdinha. Levou-os depois ao lago para ensinar-lhes a nadar.
Os pimpolhos adoraram a água e nem foi preciso a mãe ensinar, num instante já estavam todos nadando.
De repente a pata levou um susto. Contando os patinhos a sua volta, constatou que faltava um. Eram doze a ali só estavam onze.
Onde estaria o outro? Será que afogou-se?
Impossível! Os patos já nascem sabendo nadar. Nunca se ouviu contar de um pato que se afogasse num lago tranqüilo como aquele.
Desesperada a pata chamou os patinhos e saiu correndo para procurar o filhinho perdido.
Encontrando o pato disse-lhe:
- Querido, sumiu um de nossos bebês! Vamos procurá-lo juntos.
Mas o pato, displicente, respondeu:
- Ora, deixe disso. Com certeza o gato o pegou. Não adianta nada continuar procurando.
- Você é um pato sem coração! Onde já se viu falar assim do seu filho?
- Nos ainda temos onze, meu amor, prá que precisamos de mais um?
Vendo que nada adiantava ficar ali discutindo com o pato a pata continuou seu caminho.
Encontrou, pouco depois, o galo:
- Bom dia, seu galo! Eu perdi o meu patinho! Será que você podia me ajudar a procurá-lo?
- Eu? Imagine! Está pensando que não tenho nada mais importante para fazer do que caçar patos perdidos?
Mais adiante, o peru respondeu ao seu cumprimento com um glu-glu de pouco caso e um orgulhoso arrepiar de penas.
Nem adiantava pedir ajuda a ele. A pata estava só com a sua dor e ainda preocupada com os outros patinhos, tão novinhos, que ela estava obrigando a uma exaustiva correria.
E, então, encontrou a galinha choca que acaba de sair de seu ninho com os pintainhos;
Vendo a pata, amável, lhe disse;
- Vejo que também está com os filhinhos novos, eles são lindos.
A pata contou-lhe rapidamente a sua odisséia e ela, solícita, ofereceu-se:
- Deixe os patinhos comigo enquanto vai continuar a sua busca. Tomara que você encontre logo o seu filhinho!
A pata, agora desembaraçada correu por todo lado, examinou todos os cantos até que ouviu um piadinho muito fraco vindo de uma moita.
Achara o patinho! Ele se enroscara em um ramo e não conseguira sair sozinho.]
Vendo que ele estava bem a mãe respirou aliviada, foi buscar os outros filhotes e, todos juntos, foram ao ninho para o merecido descanso noturno.
No dia seguinte a Dona comentou com o marido:
- Aconteceu uma coisa estranha ontem. Quando fui tratar dos animais a galinha choca veio comer e os patinhos estavam junto com os pintinhos. Ela alimentou-os do mesmo modo que fez com os seus. Não sei para onde tinha ido a pata, mas hoje de manhã ela já estava com os patinhos e a galinha com os pintinhos.
O dono deu uma risada:
- Você e suas histórias! Esta galinha deve ser muito idiota para não saber distinguir um pinto de um pato! E a pata então, uma irresponsável que larga os patinhos por ai e vai passear.
- Não fale assim! Achei tão bonito! A galinha parecia uma mãe adotiva. Não sabemos o porquê do sumiço da pata. Tenho certeza de que ela não abandonou os patinhos. Eu, ás vezes penso que os animais não são tão irracionais como pensamos.
-Você é mesmo uma romântica!
LIÇÕES
A PATA = Uma mãe é capaz de qualquer sacrifício para salvar um filho.
O PATO: Um pai omisso como muitos.
O GALO: Indiferente e preguiçoso
O PERU: Vaidoso, cheio de empáfia, mas inútil.
A GALINHA: Prestativa e boa. Uma mãe que entende a aflição de outra e procura ajudar.
O DONO: Olhe lá os julgamentos ....!
A DONA: O romantismo é a realidade em traje de festa!
Fonte:
Publicado em 1 de julho de 2006 na Ciranda das Flores e dos Bichos, no Sorocultinho, da Academia Sorocabana de Letras.
http://www.ciranda.blogger.com.br/
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