19. Defeitos de estilo (II)
REDUNDÂNCIA (pleonasmo, tautologia, superfluidade) – As pessoas não se contentam em subir: querem subir para cima; não se contentam em repetir: querem repetir de novo... Daí que a lista vai crescendo:
REDUNDÂNCIA (pleonasmo, tautologia, superfluidade) – As pessoas não se contentam em subir: querem subir para cima; não se contentam em repetir: querem repetir de novo... Daí que a lista vai crescendo:
acabamento final,
adiar para data posterior,
boato falso,
cair um tombo,
conclusão final,
continua ainda,
conviver junto,
ele esteve aqui pessoalmente,
elo de ligação (sendo elo, só pode ser de ligação),
encarar de frente,
erário público (erário já significa tesouro público),
estrear novo,
exportar para fora,
exultar de alegria (exultar é manifestar alegria),
foram todos unânimes,
ganhar de graça,
há dois anos atrás (o há dispensa o atrás, e vice-versa),
já não é mais,
manejar [ou manusear] com as mãos,
manter o mesmo,
metades iguais,
minha opinião pessoal,
monopólio exclusivo,
novidade inédita,
outra alternativa (em alter já está expressa a ideia de outra/outro),
pedalar com os pés,
pessoa humana,
prosseguir adiante,
recinto fechado (recinto é espaço fechado),
sentidos pêsames,
sorriso nos lábios,
surpresa inesperada.
REPETIÇÃO – Que-que-que-que... um-um-um-uma... meu-meu-minha... seu-seu-sua... Repetições como essas, além de deselegantes, “machucam” o ouvido alheio. Confira:
* Aquela moça, que estuda, que trabalha, que cuida da casa e que ainda tem que fazer tanta coisa de que não gosta, é alguém que a gente tem que admirar.
*Um homem entrou em uma loja e pediu um par de sapatos a uma balconista e uma gravata a um rapaz que atendia em uma outra seção.
* Meu método de administração exige minha presença ao lado dos meus funcionários. Convivendo com os meus gerentes e com toda a minha equipe, comunico meu estilo aos que militam comigo.
* Filisberto Filisbertus, sua esposa e seus filhos comunicam a seus parentes e a seus amigos sua mudança para sua nova residência, construída em sua chácara, onde se colocam à sua disposição e esperam receber sua visita.
* Aí ele chegou, aí contou uma história, aí pediu água, aí...
* Então ele chegou, então contou uma história, então pediu água, então...
* Ele chegou, sabe?... contou uma história, sabe?... pediu água, sabe?...
* Ele chegou, não é?... contou uma história, não é?... pediu água, não é?...
RIMA (eco, homeoteleuto) – Rima em poesia, tudo bem... (claro, desde que seja boa). Mas em prosa, convenhamos que não dá. Veja como fica:
* Quando eu chegar ao mar, vou me esbaldar, vou nadar, vou deitar e rolar, descansar, sonhar, até enjoar de tanto ar.
* Neste momento, na rua do Livramento, o Zezé Bento está pedindo consentimento para realizar seu casamento na capela do convento.
* Toda a nação, até por uma questão de autoproteção, sente-se na obrigação de buscar solução contra a volta da inflação.
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Fonte:
A. A. de Assis. A Língua da Gente. Maringá: Edição do Autor, 2010
REPETIÇÃO – Que-que-que-que... um-um-um-uma... meu-meu-minha... seu-seu-sua... Repetições como essas, além de deselegantes, “machucam” o ouvido alheio. Confira:
* Aquela moça, que estuda, que trabalha, que cuida da casa e que ainda tem que fazer tanta coisa de que não gosta, é alguém que a gente tem que admirar.
*Um homem entrou em uma loja e pediu um par de sapatos a uma balconista e uma gravata a um rapaz que atendia em uma outra seção.
* Meu método de administração exige minha presença ao lado dos meus funcionários. Convivendo com os meus gerentes e com toda a minha equipe, comunico meu estilo aos que militam comigo.
* Filisberto Filisbertus, sua esposa e seus filhos comunicam a seus parentes e a seus amigos sua mudança para sua nova residência, construída em sua chácara, onde se colocam à sua disposição e esperam receber sua visita.
* Aí ele chegou, aí contou uma história, aí pediu água, aí...
* Então ele chegou, então contou uma história, então pediu água, então...
* Ele chegou, sabe?... contou uma história, sabe?... pediu água, sabe?...
* Ele chegou, não é?... contou uma história, não é?... pediu água, não é?...
RIMA (eco, homeoteleuto) – Rima em poesia, tudo bem... (claro, desde que seja boa). Mas em prosa, convenhamos que não dá. Veja como fica:
* Quando eu chegar ao mar, vou me esbaldar, vou nadar, vou deitar e rolar, descansar, sonhar, até enjoar de tanto ar.
* Neste momento, na rua do Livramento, o Zezé Bento está pedindo consentimento para realizar seu casamento na capela do convento.
* Toda a nação, até por uma questão de autoproteção, sente-se na obrigação de buscar solução contra a volta da inflação.
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Fonte:
A. A. de Assis. A Língua da Gente. Maringá: Edição do Autor, 2010
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