Depois de um estudo minucioso da obra de Lima Barreto “Triste Fim de Policarpo Quaresma” buscamos fazer uma relação entre a mesma e a obra “Utopia “ de Thomas More, comparando a questão utópica entre ambas, já que nelas está evidente a distância entre o sonho e a realidade, de forma que vai criticar o idealismo inconseqüente, incapaz de enxergar as verdadeiras dimensão do real .
Utopia é o sonho do sistema de vida verdadeiro, justo e agradável. A primeira utopia que serviu de modelo as posteriores foi descrita por Platão (428 –547 a. C.) no mais extenso de seus diálogos intitulado “A República”. No Decorrer da obra, Platão apresenta Sócrates, seu mestre, conversando com seus amigos e discípulos sobre o tema justiça.
Muitos são os utopistas, tais como: Platão, Thomas More, Morris e Bellamy. Estes se inspiraram em paraísos primitivos ou nas aspirações camponesas.
Para Thomas More e para a maioria de seus sucessores, a utopia é a terra da sábia organização social. Inspirando-se em viagens americanas, o chanceler T. More inventou uma ilha intitulada Utopia que em grego significa “nenhum lugar”. Esta ilha, na verdade, é uma denúncia contra a Inglaterra, ou seja, contra a miséria, crueldade e luxo da sociedade inglesa. Na ilha reina o bem-estar e a justiça, estabelecendo a simplicidade e a prosperidade plena, não havendo a circulação de dinheiro, nem propriedade privada. Os deveres e direitos dos cidadãos são iguais, sendo que para o desenvolvimento da República, conta-se com o apoio e participação de todas as pessoas.
Baseando-se nestas características utópicas de Thomas More é que se torna possível estabelecer um quadro comparativo entre as duas obras, visto que T. More, com seu país utópico, ressalta a necessidade de mudar nosso mundo atual, cheio de totalitarismo, ganância e miséria. Lima Barreto em “Triste fim de Policarpo Quaresma”, é dissecado o sonho de um patriota exaltado, dominado pela idéia de um Brasil acolhedor e amável.
A utopia dentro desta obra vai se estabelecer em três planos. Num primeiro momento, o grande sonhador prepara uma reforma cultural; num segundo, uma reforma agrícola e por último, uma reforma política. Ao contrário de um grande final nessa caminhada ufanista, a narrativa destruirá todo o mito romântico de um Brasil superior mostrando um país precário, inóspito, infecundo, cruel, opressor e odioso.
A primeira reforma proposta por Quaresma se dá pela cultura. Como um patriota exaltado, possuía uma biblioteca só com obras sobre o Brasil. Assim, num de repente, viu-se assaltado por uma obsessão: salvar o país por uma reforma de costumes.
As pessoas deveriam se expressar como os primitivos tupinambás, e não como europeus. Em pouco tempo, Quaresma, pretendeu substituir o idioma português pela língua dos primitivos habitantes da terra, chegando ao extremo de redigir documentos oficiais em tupi.
Essa aventura acabou por metê-lo num sanatório. Onde ao sair, já não pensava e reformar os costumes nacionais. A partir daí, Quaresma acredita que a solução estava numa reforma pela agricultura. Muda-se então para um sítio, onde depois de importar revistas e maquinários agrícolas, incumbe-se demonstrar aos compatriotas que a melhor terra do mundo é a do Brasil. Porém, é vencido pela má qualidade do solo e pela mesquinharia da política local, tendo que voltar ao Rio de Janeiro para salvar a pátria do perigo representado pela Reforma Armada, que eclodia no país. Desta forma, alista-se no exército a favor de Floriano Peixoto, comandando um batalhão de quarenta soldados.
Nesta altura, Quaresma está empenhado nas reformas políticas do florianismo. Obtém um entrevista com o presidente da República, mas sai decepcionado com a figura displicente do líder. Abafada a revolta, é enviado para a Ilha das Enxadas, com a função de carcereiro. Ali, estavam os prisioneiros da guerra, ex–membros da marinha. Estes, numa noite, são levados para um fuzilamento por ordem de Floriano Peixoto.
Utopia é o sonho do sistema de vida verdadeiro, justo e agradável. A primeira utopia que serviu de modelo as posteriores foi descrita por Platão (428 –547 a. C.) no mais extenso de seus diálogos intitulado “A República”. No Decorrer da obra, Platão apresenta Sócrates, seu mestre, conversando com seus amigos e discípulos sobre o tema justiça.
Muitos são os utopistas, tais como: Platão, Thomas More, Morris e Bellamy. Estes se inspiraram em paraísos primitivos ou nas aspirações camponesas.
Para Thomas More e para a maioria de seus sucessores, a utopia é a terra da sábia organização social. Inspirando-se em viagens americanas, o chanceler T. More inventou uma ilha intitulada Utopia que em grego significa “nenhum lugar”. Esta ilha, na verdade, é uma denúncia contra a Inglaterra, ou seja, contra a miséria, crueldade e luxo da sociedade inglesa. Na ilha reina o bem-estar e a justiça, estabelecendo a simplicidade e a prosperidade plena, não havendo a circulação de dinheiro, nem propriedade privada. Os deveres e direitos dos cidadãos são iguais, sendo que para o desenvolvimento da República, conta-se com o apoio e participação de todas as pessoas.
Baseando-se nestas características utópicas de Thomas More é que se torna possível estabelecer um quadro comparativo entre as duas obras, visto que T. More, com seu país utópico, ressalta a necessidade de mudar nosso mundo atual, cheio de totalitarismo, ganância e miséria. Lima Barreto em “Triste fim de Policarpo Quaresma”, é dissecado o sonho de um patriota exaltado, dominado pela idéia de um Brasil acolhedor e amável.
A utopia dentro desta obra vai se estabelecer em três planos. Num primeiro momento, o grande sonhador prepara uma reforma cultural; num segundo, uma reforma agrícola e por último, uma reforma política. Ao contrário de um grande final nessa caminhada ufanista, a narrativa destruirá todo o mito romântico de um Brasil superior mostrando um país precário, inóspito, infecundo, cruel, opressor e odioso.
A primeira reforma proposta por Quaresma se dá pela cultura. Como um patriota exaltado, possuía uma biblioteca só com obras sobre o Brasil. Assim, num de repente, viu-se assaltado por uma obsessão: salvar o país por uma reforma de costumes.
As pessoas deveriam se expressar como os primitivos tupinambás, e não como europeus. Em pouco tempo, Quaresma, pretendeu substituir o idioma português pela língua dos primitivos habitantes da terra, chegando ao extremo de redigir documentos oficiais em tupi.
Essa aventura acabou por metê-lo num sanatório. Onde ao sair, já não pensava e reformar os costumes nacionais. A partir daí, Quaresma acredita que a solução estava numa reforma pela agricultura. Muda-se então para um sítio, onde depois de importar revistas e maquinários agrícolas, incumbe-se demonstrar aos compatriotas que a melhor terra do mundo é a do Brasil. Porém, é vencido pela má qualidade do solo e pela mesquinharia da política local, tendo que voltar ao Rio de Janeiro para salvar a pátria do perigo representado pela Reforma Armada, que eclodia no país. Desta forma, alista-se no exército a favor de Floriano Peixoto, comandando um batalhão de quarenta soldados.
Nesta altura, Quaresma está empenhado nas reformas políticas do florianismo. Obtém um entrevista com o presidente da República, mas sai decepcionado com a figura displicente do líder. Abafada a revolta, é enviado para a Ilha das Enxadas, com a função de carcereiro. Ali, estavam os prisioneiros da guerra, ex–membros da marinha. Estes, numa noite, são levados para um fuzilamento por ordem de Floriano Peixoto.
Quaresma ao saber do fato, redige uma carta de censura ao presidente , exigindo os direitos humanos dos rebeldes. Em conseqüência , Quaresma é preso e enviado para a Ilha das Cobras, onde teria o mesmo fim dos prisioneiros por cujos direitos protestara.
As visões do sonhador de um Brasil perfeito se desfez ao tentar lutar pela identidade , pela valorização da terra e pelo direito do ser humano, ficando somente um idealismo patriótico e a utopia de “despertar a pátria do sono inconsciente em que jazia, ignorante de seu potencial, e conduzi-la ao merecido lugar de maior nação
do mundo.”
Fonte:
XIII Seminário do CELLIP (Centro de Estudos Linguísticos e Literários dos Paraná). Campo Mourão: 21 a 23 outubro de 1999. Maringá: Universidade Estadual de Maringá, 2000. CD-Rom.
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