Foto por Dias dos Reis (Cais das Colunas - Lisboa)
Há tempos me cansei daquela infindável busca por tudo o que sempre entendi e defini como meu complemento, como minha razão de existência.
Há tempos desisti de me aventurar por montanhas, desfiladeiros, desertos, florestas, abrindo caminho, abrindo feridas, me rasgando, me mutilando e me diminuindo nessa busca insana.
Há tempos reneguei a tudo, não por me julgar incapaz; mas por ter entendido que eu mudava a paisagem e me corrompia na busca de algo utópico, absurdamente idealizado.
Há tempos parei e sentei para chorar meu último e mais impotente choro, escondido em uma caverna apertada, onde espantei todos os meus fantasmas e curei todas as minhas feridas.
Há tempos me levantei forte e me dei à luz, de peito aberto, passos firmes e coração limpo.
Há tempos me lancei sorridente ao mar em minha canoa, não em busca, mas avulso à maré e aos ventos, apenas sendo deliciosamente levado e saboreando sedento cada batalha – com os mais diversos monstros marinhos – da mesma forma que a cada por do sol que me era oferecido.
Hoje acordei náufrago em uma terra desconhecida e, ainda desorientado e assustado, entendi que atingira minha tal utopia, absurdamente em minha própria realidade!
São Paulo, 02 de julho de 2010.
Fonte:
Colaboração do autor
Há tempos desisti de me aventurar por montanhas, desfiladeiros, desertos, florestas, abrindo caminho, abrindo feridas, me rasgando, me mutilando e me diminuindo nessa busca insana.
Há tempos reneguei a tudo, não por me julgar incapaz; mas por ter entendido que eu mudava a paisagem e me corrompia na busca de algo utópico, absurdamente idealizado.
Há tempos parei e sentei para chorar meu último e mais impotente choro, escondido em uma caverna apertada, onde espantei todos os meus fantasmas e curei todas as minhas feridas.
Há tempos me levantei forte e me dei à luz, de peito aberto, passos firmes e coração limpo.
Há tempos me lancei sorridente ao mar em minha canoa, não em busca, mas avulso à maré e aos ventos, apenas sendo deliciosamente levado e saboreando sedento cada batalha – com os mais diversos monstros marinhos – da mesma forma que a cada por do sol que me era oferecido.
Hoje acordei náufrago em uma terra desconhecida e, ainda desorientado e assustado, entendi que atingira minha tal utopia, absurdamente em minha própria realidade!
São Paulo, 02 de julho de 2010.
Fonte:
Colaboração do autor
Um comentário:
Muito pela oportunidade de divulgação do meu trabalho, Feldman!!
Aproveito para convidar os leitores que gostarem a visitar meu blog Desce Mais Uma! que é a fonte deste e de outros trabalhos meus.
Abraço,
Rafael
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