O ensino da letra cursiva nos Estados Unidos é agora facultativo. O último estado a aderir a essa recomendação foi Indiana. Em contrapartida, a partir dos 6 anos, as crianças deverão demonstrar habilidades progressivas no manejo e produção de textos utilizando o teclado do computador.
A mesma tendência ocorre na Alemanha, onde uma campanha promovida pela associação dos professores tenta abolir o ensino da letra cursiva argumentando que essa atividade consome muito tempo e, com a tecnologia de que se dispõe hoje em dia, é desnecessário o seu aprendizado.
Apesar de alguns especialistas apontarem perdas na atividade cerebral, que seria mais intensa na produção da letra manuscrita, a verdade é que essa alteração vai acabar ocorrendo, mais cedo ou mais tarde, de forma global.
A necessidade da letra cursiva já decresceu bastante. Os estudantes estão rapidamente aderindo ao uso dos netbooks e ipads no lugar do caderno para as atividades escolares e a própria assinatura pessoal já não tem o mesmo valor.
O reconhecimento de firma nos tabelionatos não é mais feito apenas pela assinatura, já que a foto e as impressões digitais fazem parte do pacote de tornar um documento autêntico e a digitalização está presente no dia a dia dos escritórios de advocacia, onde o advogado assina as petições virtualmente e acompanha os processos via internet.
A tradução das letras ilegíveis dos médicos em suas receitas também parece estar condenada ao passado, uma vez que a maioria já imprime suas prescrições.
Mas há perdas também. Desenhar as letras com capricho, fazer anotações ou resumo do que se estuda vai, sem dúvida, ficar prejudicado.
A pergunta que fica no ar é: - por que é preciso escolher um aprendizado em detrimento de outro? Por que não podem aprender tanto a letra cursiva como o manejo do computador? É exatamente isso que os jovens fazem hoje em dia e com bastante sucesso.
A simples supressão do ensino na letra cursiva seria uma forma de subestimar a chamada geração multimídia, ou alguém duvida que eles têm a capacidade de absorver tudo com a qualidade e velocidade que os novos tempos exigem?
Enquanto não se aparam as arestas e se afastam os excessos dessas novas diretrizes, os mais saudosistas suspiram.
Não haverá mais o caderno novinho no início do ano letivo convidando a aluna sonhadora a rabiscar corações nos cantos de suas folhas. Tristemente, também, não será o companheiro fiel das próximas gerações.
- A vida segue sempre em frente, o que se há de fazer? - cantou Toquinho em sua música e brilhantemente arrematou o último verso com um apelo do próprio caderno, que diz: “Só peço a você/ Um favor, se puder/ Não me esqueça/ Num canto qualquer".
Fonte:
http://elianaruizjimenez.blogspot.com/2011/07/o-fim-da-letra-cursiva.html
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