A SAUDADE
Saudade... Qual é a sua
cor?
Por que estou sentindo-a
tão junto a mim e não
consigo vê-la?
Não me atormente ainda mais
com este silêncio,
além desta dor que me rasga
o peito.
Porque você não aparece
e desvenda logo esse
mistério?
Você sabe onde me
encontrar!
Vou estar nos mesmos
lugares,
sentado na areia olhando o
mar
ou nos mesmos bares
consumindo a noite.
E se acaso não me
encontrares
pergunte pra solidão...
Somente ela saberá dizer
o meu paradeiro.
Mas não demore mais;
faça antes da tristeza
me levar por inteiro!...
ARCA DOS
SONHOS
As horas passam
e eu me curvo diante
do tempo
que também passa... Que
passa!...
E eu preso na arca dos
sonhos,
fantasiando a vida.
Quando acordar
desta aspiração
liberto do devaneio,
quem sabe ainda haverá
tempo
para realizar os sonhos?
E se não houver tempo
e se não realizar meus
sonhos,
valeu à pena ter sonhado!
AUSÊNCIA
A tua ausência transforma a
noite em um suplício,
faz a formosura da lua
desaparecer no infinito
e as estrelas no céu
perderem o brilho.
A solidão minha constante
companheira
cresce no silêncio que
constrói um assombroso vazio,
enquanto as canções
evolucionam a saudade.
E não há como se esquecer
do passado
quando a caminhada era
ornamentada
pela beleza das flores e
perfumada em todos os momentos...
Mesmo quando a natureza
disseminava as tempestades, com chuvas, trovões e ventos.
A brisa tinha a fragrância
dos lírios
e os teus suspiros eram o
meu alento.
A tua ausência, sentida
nesse momento,
quando o pensamento
é todo reservado a ti,
faz explodir no peito a
angústia
dessa solidão que abruma
ainda mais, essa noite
triste e vazia.
QUANDO
Quando as gotas
d’água
romperem as
pedras dos meus caminhos,
cicatrizarem no
meu peito as feridas
provocadas
pelos espinhos
da desilusão...
Quando o tempo
arrancar do meu
coração
as seqüelas da
falsidade
e a perfídia
for tragada
pela
fidelidade...
Quem sabe,
encontrarei
razão para viver
e os meus
versos
falarão de um
outro amor?
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