sábado, 18 de agosto de 2012

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 641)

Uma Trova de Ademar

Uma Trova Nacional 

– Aqui fala o cobrador.
Pague a conta. Não questione.
– Houve engano, meu senhor.
Eu nem tenho telefone!
–Newton Vieira/MG–

Uma Trova Potiguar 

Esta mania disforme
tem o velho Antônio Lira:
só não mente quando dorme
mas quando sonha é mentira!
–José Lucas de Barros/RN–

Uma Trova Premiada 

20OO  -  Nova Friburgo/RJ
Tema  -  CALOR  -  2º Lugar

Se queixando do calor,
no consultório a gatinha,
- Ponho onde a roupa doutor?
- Deixa ali perto da minha...
–Campos Salles/SP–

...E Suas Trovas Ficaram 

Um pau-d’água renitente
diz sobre o álcool: ora essa
se ele mata lentamente
não faz mal... Não tenho pressa!
–Jorge Murad/RJ–

Uma  Poesia 

Já não aguento mais
ouvir o grito do povo
sofrendo com a carestia
que se aproxima de novo;
implorando de mãos postas
com o bucho preso nas costas
de comer cuscuz com ovo!...
–Hélio Crisanto/RN–

Soneto do Dia 

O FANTASMA.
–Orlando Brito/MA–

O armário, numa alcova, junto à cama,
é o último refúgio de um sabido,
quando, nos braços quentes de quem ama,
ouve, na escada, os passos do marido.

Não sou desses vilões que o povo chama
de “pé-de-pano” ou nome parecido.
Outro seria o fim do mesmo drama,
se eu fosse em tal colóquio surpreendido.

Eu sinto falta de ar, eu sofro de asma,
por isso, em vez de entrar no guarda-roupa,
pego o lençol, dou uma de fantasma,

e faço – ú ú – num passo de balé.
O marido, assustado, grita: - Opa!
recua, ganha a porta, e dá no pé!

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