quinta-feira, 18 de agosto de 2022

Filemon Martins (Poemas Escolhidos) XVII

GALOPANDO...

Vou galopando em busca do meu sonho
que retrata o que penso desta lida.
No compasso da Fé, hoje componho
e me preparo para a despedida...

Por onde vou, a agradecer me ponho,
que a gratidão é flor sempre querida
e quem a tem se torna tão risonho
e conquista o poder que rege a vida.

Sou valente e não temo que o perigo
venha me perturbar no meu abrigo,
porque me considero um vencedor.

Pois encontrei, feliz, grande tesouro
com mais valor que o cobiçado ouro,
em quilates de Luz, o nosso Amor!
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INSPIRAÇÃO

Busquei a inspiração a duras penas
para escrever, com fé, este soneto,
e quero que as palavras mais amenas
sejam a Paz e o Amor, como dueto.

Que vou dizer das provações terrenas,
se o ninho é construído com graveto?
- Será melhor curar dores pequenas
e confirmar aquilo que prometo.

Mas teimo em encontrar a inspiração
que se escondeu e foge com razão,
deixando amargurado este poeta...

Clamo de novo e então ela aparece
trazendo junto ao peito farta messe
e agora, sim, a noite está completa!
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IPUPIARA

Feliz é quem trilhou estes caminhos
que levam à vibrante Ipupiara,
ouvindo o som de belos passarinhos
numa paisagem deslumbrante e rara.

Ibipetum, Pintada e outros vizinhos
Sodrelândia, Vanique e Caiçara,
Chiquita, Bela Sombra com seus ninhos,
Brejões, Coxim que muito me ensinara.

Jamais vou esquecer... O Olho d'Aguinha,
Veríssimo, Barreiro e até Matinha,
Deus me Livre, Umbaúba e Boa Vista.

Felicidade, então, é ter nascido
e neste berço um dia ter vivido
com gente hospitaleira e idealista!
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JUDAS MODERNO

Tu que habitas palácios decantados,
amante da aparência e do dinheiro.
Os teus castelos ricos, chumaçados,
nada serão no dia... derradeiro.

Tens riquezas e carros importados,
- contas bancárias pelo mundo inteiro,
- trabalhadores pobres, explorados,
tudo para chegares em primeiro...

Esqueceste do exemplo verdadeiro,
quando morreu o pobre carpinteiro,
pregado ao lenho de uma rude cruz.

Queres poder, és Judas do presente
vendendo o que aparece pela frente,
traindo, uma vez mais. Cristo Jesus!
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O LAVRADOR

Sou lavrador do campo e planto certo,
mantenho a crença de quem é cristão:
- a minha vida é como um livro aberto
plantando Paz, Amor, Compreensão...

Mas, se o terreno é seco qual deserto
nada vale investir na plantação,
que a semente caindo a descoberto
se perde e não germina nenhum grão.

É preciso primeiro arar a terra,
tirando a praga que produz a guerra,
que o mundo terá nova diretriz.

Quando o respeito se fizer presente,
nosso Planeta será mais decente
e o Ser Humano será mais feliz!

Fonte:
Filemon Francisco Martins. Sonetos & Trovas. RJ: CBJE, 2014.
Livro enviado pelo autor.

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