"Vem, formosa minha, vem!"
(CL 2.10)
(CL 2.10)
Volta, amada minha,
Vem pra junto de mim,
Que uma canção de amor
Te cantarei.
Eu te espero sempre,
Sempre com ansiedade,
E com canção de amor
Te embalarei.
És toda minha vida,
És tudo para mim,
És tudo,
Tudo o que sonho!
Tudo, tudo,
Meu bem,
Meu bem!
Eu não suporto mais
Este exílio sem fim;
E com canção de amor
Te esperarei.
Tão só estou no mundo,
No mundo tão deserto;
E com canção de amor
Te buscarei.
És toda a minha vida,
És tudo para mim,
És tudo,
Tudo o que sonho!
Tudo, tudo,
Meu bem,
Meu bem!
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DOCE ESPERANÇA
"Eu sou do meu amado, e o meu amado é meu."
(Ct. 6.3)
(Ct. 6.3)
Longo tempo de espera passou,
Novo dia raiou na estação;
Trago n'alma o nosso passado,
Pra revê-la com toda emoção.
Na memória, bem viva, a guardei,
Eu só tive você na saudade;
Suspirei encontrá-la de novo
- Casarei com a felicidade.
Vou dizer-lhe que o amor é maior,
Ele é puro tal como o marfim;
Ele sabe que digo a verdade
- É o amor que jamais terá fim.
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MINHA
"Graciosa é tua boca!"
(Ct. 4.3)
(Ct. 4.3)
Bela menina, atraentes olhos,
Com quanto ardor me procuras tanto;
Essa maneira do teu olhar
Faz-me sonhar e compor meu canto.
Lindo botão de rosa vermelha
É tua boca tão redondinha;
Deixa eu te dar, de leve, um beijinho
E, com jeitinho, hás de ser minha.
Que encanto um dia poder beijar-te,
Co'aquele beijo lá d'outro mundo;
Da tua entranha viria um gemido
Estremecido num "ai" profundo.
A brisa iria sentir na tua boca,
Na tua boca tão redondinha;
Suave aroma de puro amor,
Com que calor irias ser minha.
Meiguice estranha deste teu ser
Que, embora em chama, me dá frescor;
És refrigério de sensação,
Rara paixão que fecunda o amor.
Oh, não me deixes, quero-te muito!
Venhas saciar este sonho meu!
Será que alguém te dá mais calor?!
- Maior amor quem te dá sou eu!
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POMBAL
"Ali te darei minhas delícias."
(Ct. 7.13)
(Ct. 7.13)
Rósea pombinha, contempla a alvorada!
Voa pra mim! - É hora da revoada
Para o pombal amigo.
Voarei contigo, no teu doce lado!
Felicidade é o Éden procurado
Que será nosso abrigo.
Não demores mais! - O ágave* te chama
Com voz tangente... O teu ser se inflama
Num idílio de amor.
Voejarei contigo!… Dar-me-ás a mão...
Como ninguém, serás feliz então,
Bem longe do pavor.
Além das vagas, no pombal distante,
O Sol, da Lua, eternamente amante,
Em namoro sem fim,
Contigo ficarei - assim juntinho,
Para te dar amor no mesmo ninho...
E arrulharás pra mim...
Irás repousar em seguros ombros,
Acalentando carícias dos pombos
Do alvejante pombal.
Do mundo esquecerás por um instante,
Reclinarás no ninho aconchegante
- Delícia sem igual.
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* ágave = Planta ornamental. Fig: algo de extrema raridade.
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Fonte:
Lairton Trovão de Andrade. Madrigais: poesias românticas. Londrina/PR: Ed. Altha Print, 2005.
Livro enviado pelo autor.
Lairton Trovão de Andrade. Madrigais: poesias românticas. Londrina/PR: Ed. Altha Print, 2005.
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