terça-feira, 9 de agosto de 2022

Solange Colombara (Ramalhete de Versos) 2

ENCANTOS DA NATUREZA

Céu cinzento
Nuvens carregadas
A chuva cai...

O arco-íris dá sinais
De que amanhã
O sol voltará a brilhar.

Como é bom sentir o vento...
As mágoas são levadas,
A mãe natureza jamais nos trai.

Andorinhas gorjeiam
Em voos matinais
Num balé majestoso...

O crepúsculo desce no horizonte...
O sol encontra o mar num abraço caloroso
Com seus raios a bailar...
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ENCONTRO

Que eu não perca minha essência...
Mesmo quando a tristeza me abater.
Que eu não perca a magia
E o encanto que vejo nas pessoas...
Mesmo quando a decepção se apresentar.
Que eu não perca minha alegria...
Mesmo quando tudo parecer desmoronar.
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ENCONTRO (II)

Nessa espera sem fim
Busco algo dentro de mim.
Não sei ao certo o quê.
Talvez respostas
Ou perguntas...
Quem sabe alguns porquês?
Enquanto espero
Divago em pensamentos
Desejos contidos.
E nessa busca entendo
Que o que sempre esperei,
O que sempre busquei,
Está aqui.
Que bom que te encontrei...
Que bom que me achei...
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EU, POETISA

Sentir o romantismo em um
Fim de tarde no outono...
Permitir que o horizonte
Se misture com o mar...
Sorrir com o olhar...
Imaginar o sol se despedindo...
A poesia se fazendo presente
Em cada veia, em cada batida
Que meu coração dá.
É algo intenso...
Muito maior do que eu...
Um dom misturado a um sentimento.
Impossível de descrever...
Meus escritos expressam
Essa minha maneira de ser.
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INFINITO INSTANTE

Momentos preciosos, momentos só meus.
Somente um instante...
Onde o tempo parece parar.
A vida flui...
A caminhada tem que continuar...
Mas alguns momentos
É impossível deixar para trás.
Sinto relances através do meu olhar.
Vejo lembranças em um futuro
Que parece nunca chegar.
Desfazer os nós é dolorido, sofrido...
Necessário...
Uma alma sonhadora
De vez em quando sem chão...
Sou alegria, sou colorida,
Às vezes cinzenta,
Desprovida de emoção...
Mas sem jamais deixar de acreditar
Que dias melhores e felizes virão.
Sou o caos, sou a calmaria
Contidos no imenso frasco da solidão.
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INSONE MADRUGADA

Nesse silêncio
Essa quietude
Esse sentimento...
Essa vontade de me pertencer.

Mergulho
No inconsciente.
Sinto meu corpo
Amolecer, entardecer...

Percebo,
Com o dia clareando,
Que finalmente
Poderei adormecer.
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INTROSPECÇÃO

Hoje percebo que toda mágoa,
Todo ressentimento, se foi...
E sinto um alívio, uma paz,
Um sentimento bom.
Será esse o verdadeiro amor?
O amor puro, o amor que não fere,
O amor que simplesmente ama
Sem pedir nada em troca,
Sem exigir, sem sofrer, sem doer?
Talvez eu nunca saiba essas respostas...
Mas nesse instante
Eu sei que amo.
E sei que esse momento ficará eterno
Dentro de mim...

Fonte:
Solange Colombara. Dançando com as palavras. SP: Futurama, 2018.
Livro enviado pela autora.

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