Era meu único filho, e sua morte aos doze anos despedaçou o que me restava de família, talvez de sanidade.
No enterro, me chamou a atenção uma menininha, a que jamais vira; não por sua presença, que talvez fosse amiga de escola de Mateus, mas por aparentar estar sozinha.
A tarde caía. Me distraí entre pêsames e rostos e a perdi de vista, logo de memória.
Ao fim do funeral, fiquei sozinho, e vaguei pelo cemitério, desolado, destruído, como um bêbado – embebedado pela dor e o nonsense de minha tragédia.
No meio de uma alameda de túmulos, sozinha, divisei a menina. Ela não me vira; estava sentada sobre uma lápide, olhos fitos no chão.
Me aproximei.
– Você está sozinha, e num cemitério? Onde está sua mãe?
Ela sorriu.
– Nunca tive uma mãe. Mas meu pai está por aí, me vigiando.
– Já está escurecendo. Você não tem medo da noite?
– Como temeria a noite, se sou sua emissária?
E, saltando da lápide, correu por entre seus mortos.
No enterro, me chamou a atenção uma menininha, a que jamais vira; não por sua presença, que talvez fosse amiga de escola de Mateus, mas por aparentar estar sozinha.
A tarde caía. Me distraí entre pêsames e rostos e a perdi de vista, logo de memória.
Ao fim do funeral, fiquei sozinho, e vaguei pelo cemitério, desolado, destruído, como um bêbado – embebedado pela dor e o nonsense de minha tragédia.
No meio de uma alameda de túmulos, sozinha, divisei a menina. Ela não me vira; estava sentada sobre uma lápide, olhos fitos no chão.
Me aproximei.
– Você está sozinha, e num cemitério? Onde está sua mãe?
Ela sorriu.
– Nunca tive uma mãe. Mas meu pai está por aí, me vigiando.
– Já está escurecendo. Você não tem medo da noite?
– Como temeria a noite, se sou sua emissária?
E, saltando da lápide, correu por entre seus mortos.
Fonte:
Texto enviado pelo autor.
Texto enviado pelo autor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário