Um dia resolvi visitar, após longos anos, a vila onde nasci.
Cheguei com o coração batendo forte, de saudade e emoção, ao lugar dos meus sonhos de infância.
Idealizei encontrar uma terra só minha, o meu Shangri-lá, onde pudesse de novo repousar os meus olhos cansados, numa paisagem imutável, que o tempo houvesse conservado egoisticamente só para o menino romântico de um passado distante.
E o que vi?
Destruição do lugar dos meus sonhos...
Ânsia incontida de revê-lo, como uma pintura que não envelhece e vejo apenas a moldura envelhecida daquilo que eu amava.
Macucos da minha infância, não consigo conter a minha emoção.
Sei muito bem que o tempo corrói e consome as coisas, e eu e tu somos essas coisas que o tempo consumiu.
Mas, por que temos que assistir ao ocaso da nossa existência com tanto realismo e com essa dor que nos maltrata tanto?
Valeu a pena termos uma infância feliz e agora uma velhice tão desconcertante?
Nunca nos veremos como fomos outrora, ruínas de nós mesmos, sonhos desmoronados como pedras caídas da muralha de uma cidadela edificada com tanto trabalho rude...
Minha vila querida que me viu sorrindo inocentemente, andando a esmo pelas tuas ruelas poeirentas, pela tua praça cercada de antigas paineiras, fica um pouco na fantasia de um sonho desfeito…
Cheguei com o coração batendo forte, de saudade e emoção, ao lugar dos meus sonhos de infância.
Idealizei encontrar uma terra só minha, o meu Shangri-lá, onde pudesse de novo repousar os meus olhos cansados, numa paisagem imutável, que o tempo houvesse conservado egoisticamente só para o menino romântico de um passado distante.
E o que vi?
Destruição do lugar dos meus sonhos...
Ânsia incontida de revê-lo, como uma pintura que não envelhece e vejo apenas a moldura envelhecida daquilo que eu amava.
Macucos da minha infância, não consigo conter a minha emoção.
Sei muito bem que o tempo corrói e consome as coisas, e eu e tu somos essas coisas que o tempo consumiu.
Mas, por que temos que assistir ao ocaso da nossa existência com tanto realismo e com essa dor que nos maltrata tanto?
Valeu a pena termos uma infância feliz e agora uma velhice tão desconcertante?
Nunca nos veremos como fomos outrora, ruínas de nós mesmos, sonhos desmoronados como pedras caídas da muralha de uma cidadela edificada com tanto trabalho rude...
Minha vila querida que me viu sorrindo inocentemente, andando a esmo pelas tuas ruelas poeirentas, pela tua praça cercada de antigas paineiras, fica um pouco na fantasia de um sonho desfeito…
Fonte:
Altino Afonso Costa. Buquê de estrelas: crônicas e poemas. Paranavaí/PR: Olímpica, 2001.
Livro enviado por Dinair Leite.
Altino Afonso Costa. Buquê de estrelas: crônicas e poemas. Paranavaí/PR: Olímpica, 2001.
Livro enviado por Dinair Leite.
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