segunda-feira, 5 de agosto de 2024

Recordando Velhas Canções (Coração de papel)


Compositor: Sérgio Reis

Se você pensa
Que meu coração é de papel
Não vá pensando, pois não é
Ele é igualzinho ao seu
E sofre como eu
Por que fazer chorar assim
A quem lhe ama

Se você pensa
Em fazer chorar a quem lhe quer
A quem só pensa em você
Um dia sentirá
Que amar é bom demais
Não jogue amor ao léu
Meu coração que não é de papel

2X
Por que fazer chorar
Por que fazer sofrer
Um coração que só lhe quer
O amor é lindo eu sei
E todo eu lhe dei
Você não quis, jogou ao léu
Meu coração que não é de papel

(Não é
Meu coração que não é de papel
Não é Não é
Meu coração que não é de papel
Não é...)
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = =  = = = = = = = = = = 

A Fragilidade dos Sentimentos em 'Coração de Papel'
A música 'Coração de Papel', é uma expressão lírica da vulnerabilidade emocional e do sofrimento causado pelo amor não correspondido. A letra utiliza a metáfora do 'coração de papel' para ilustrar a delicadeza dos sentimentos do eu-lírico, que, apesar de serem fortes e sinceros, são tratados com descaso pela pessoa amada.

O refrão 'Se você pensa que meu coração é de papel, não vá pensando, pois não é' reforça a ideia de que, embora o coração possa parecer frágil, ele é tão real e capaz de sofrer quanto o coração da pessoa que está causando a dor. A música transmite uma mensagem sobre a importância de valorizar o amor e de não brincar com os sentimentos alheios, pois o amor verdadeiro é um bem precioso que não deve ser desperdiçado.

A repetição das frases 'Por que fazer chorar, por que fazer sofrer, um coração que só lhe quer' ressalta a incompreensão do eu-lírico diante da indiferença e da rejeição, destacando a dor de amar sem ser correspondido. A canção, com sua melodia suave e letras tocantes, é um apelo emocional para um tratamento mais cuidadoso e respeitoso dos sentimentos humanos, especialmente no contexto amoroso.

Magoado por haver brigado com a namorada Ruth, Sérgio Reis dedilhava o violão, enquanto aguardava o almoço, preparado por dona Clara, sua mãe. Como estava demorando, resolveu escrever uma letra, mas logo desistiu da tarefa e, ao jogar fora o papel, comentou para dona Clara: “meu coração está amassado como aquela bola de papel.” De repente, percebendo que a imagem poderia funcionar como motivo para uma canção, retomou o violão e compôs em poucos minutos “Coração de Papel”, terminando-a antes mesmo do almoço ficar pronto.

Dias depois, vindo à sua casa o produtor Tony Campello, em busca de repertório para a dupla Deny e Dino, gostou tanto da composição que acabou sugerindo uma fita demo com o próprio Sérgio, o mais indicado para cantar sua pungente melodia: “Se você pensa que meu coração é de papel / não vá pensando pois não é / ele é igualzinho ao seu / e sofre como eu / por que fazer chorar assim / a quem lhe ama...”

Aprovada por Milton Miranda, diretor da Odeon, “Coração de Papel” foi gravada por Sérgio num compacto duplo, acompanhado pela orquestra de Peruzzi, com o reforço vocal dos Fevers, Golden Boys e Trio Esperança. Apesar de bem executada nas rádios, a composição recebeu um impulso definitivo do Chacrinha, que durante oito semanas ofereceu um prêmio de mil cruzeiros novos ao calouro que melhor a interpretasse.

Com isso deslanchou o sucesso de “Coração de Papel” no Rio de Janeiro, suplantando nas paradas suas maiores rivais, “O Bom Rapaz”, com Wanderley Cardoso, e “Meu Grito”, com Agnaldo Timóteo. Em tempo: teve um happy end o romance de Sérgio e Ruth, com o casamento dos dois. 
Fontes:
A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34, in https://cifrantiga2.blogspot.com/2007/05/corao-de-papel.html

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