segunda-feira, 19 de agosto de 2024

Trovadora homenageada do dia: Carolina Ramos, Princesa dos Trovadores (Trovas em preto e branco)

 


1
Alforriada, ela passa
gingando frente ao feitor
e o dengo de sua raça
faz dele escravo do amor!
2
Bendigo o dom da poesia:
- num mundo de tais perigos,
deu-me a serena alegria
de achar um mundo de amigos!
3
Como pode haver poesia
nos rumos da humanidade,
se tarda tanto esse dia
da paz ser PAZ de verdade?
4
Ele chega de mansinho,
velho cão ressabiado...
mas, se conquista um carinho,
nos dá carinho dobrado!
5
Filho, a montanha da vida,
escala devagarinho,
que há muita flor escondida
entre as pedras do caminho!
6
Há contraste em nossas vidas
mas, perfeito é o desempenho:
luz e sombra, quando unidas,
dão força e vida ao desenho…
7
Liberdade de calar
todos têm, mas, cuida, pois,
ser livre é poder falar
e seguir livre depois!
8
Mente com tal propriedade,
que ao mentir jamais hesita
e quando diz a verdade,
nem ele mesmo acredita.
9
Na vida, quanta maldade
não punida, se repete!
E, em nome da liberdade,
quantos crimes se comete!
10
O mundo é paisagem triste,
chora o rico e o pobre chora...
- Meu Deus, se a ventura existe,
onde será que ela mora?!
11
Pobre pássaro!... é de crer
que a prisão não mais suporta
- e vale a pena viver
se a liberdade está morta?!
12
Ser mau é fácil... insiste
em ser bom, sempre a lembrar:
- bondade, às vezes, consiste
em ver, ouvir... e calar!…
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SOBRE AS TROVAS DE CAROLINA
por José Feldman

As trovas de Carolina Ramos mostram temas profundos como amor, liberdade, e a dualidade da vida. Cada uma revela questões sociais e emocionais que levam à reflexão. A seguir observações sobre elas:

Amor e escravidão: a primeira mostra como o amor pode transformar as relações, fazendo com que uma pessoa fique vulnerável ao outro. Essa dinâmica é comum em relacionamentos, onde um se torna "escravo" do sentimento.

Poesia e amizade: A segunda trova destaca a poesia como base de amizade e alegria em tempos difíceis. A arte serve como um escape e uma forma de conexão entre as pessoas.

Busca pela paz: A terceira é um tom de desespero na busca pela paz verdadeira, mostrando uma realidade onde a harmonia parece distante.

Carinho e afeto: Na quarta, o carinho é mostrado como um caminho para o afeto mútuo, mostrando a importância das relações humanas.

A vida como um caminho: A quinta destaca a importância de apreciar as pequenas coisas da vida. A jornada da vida, sugerindo que, apesar dos desafios (as "pedras"), sempre há beleza (as "flores") a ser descoberta.

Luz e sombra: A sexta é sobre a harmonia entre opostos. A luz e sombra não são opostos, mas complementos que dão vida e profundidade à experiência humana.

Liberdade de expressão: Na sétima Carolina discute a liberdade de expressão, lembrando que ser livre também implica responsabilidade nas palavras e ações.

A verdade e a mentira: A oitava mostra a complexidade da verdade e da mentira, revelando como as pessoas podem se perder em suas próprias narrativas.

Maldade e liberdade: A nona conecta a liberdade à repetição de injustiças.

Tristeza universal: A décima mostra a dor compartilhada entre diferentes classes sociais.

A nona e a décima abordam a dor e a injustiça no mundo, questionando a verdadeira natureza da felicidade em uma sociedade marcada por desigualdades.

Liberdade do ser: A décima primeira provoca uma reflexão sobre o valor da vida sem liberdade, um tema central em muitas discussões sobre direitos humanos.

Bondade silenciosa: A última sugere que a bondade pode ser sutil, destacando a importância de saber quando ouvir e quando falar, um aspecto muitas vezes negligenciado nas interações sociais.

Essas trovas são um convite à reflexão sobre a condição humana e as contradições da vida.

Fonte: José Feldman. Trovas em preto e branco. IA Open. 2024.

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