(1948 Sítio Ferreiro, Bodocó/Pernambuco)
Coisas do meu Sertão
No solo pernambucano
Existe suas divisões
São várias as regiões
Do sertão estou falando
E aos poucos recordando
Sua beleza e tradição
Com bastante emoção
Vou escrevendo o roteiro
Dos retratos verdadeiros
Das coisas do meu sertão
Aveloz e juazeiro
Algaroba e tamboril
Que à seca resistiu
Mandacaru e faxeiro
Siriguela e umbuzeiro
Dão fruto e proteção
São nativos deste chão
Na mata, e no terreiro
São retratos verdadeiros
Das coisas do meu sertão
Asa Branca e ribançã
Coruja, peitica e corró
Teú, cobra-de-sipó
Papagaio, maracanã
Codorniz, nambu, acauã
Graúna, canário, azulão
Cigarra e camaleão
O gato lagaticheiro
São retratos verdadeiros
Das coisas do meu sertão
Anum, sofreu, sabiá
A rola fogo pago
Lavandeira e beija-flor
Cava chão, tamanduá
Cutia, mocó, preá
Tatu, peba e cancão
Todos em quase extinção
No nordeste brasileiro
São retratos verdadeiros
Das coisas do meu sertão
O vem-vem, a saracura
E a mãe da lua cheia
Conto de fada e sereia
Folclore, lendas, bravura
Faz parte dessa cultura
Luiz Gonzaga e lampião
Reis do cangaço e baião
Heróis do Brasil inteiro
São retratos verdadeiros
Das coisas do meu sertão
De dezembro a janeiro
Noite chuva e garoa
O sapo seu canto entoa
Nas lagoas e barreiros
Se os açudes encheram
Peixe em cardume vão
vaga-lumes à noite estão
No campo com seus luzeiros
São retratos verdadeiros
Das coisas do meu sertão
Uma casa de sapé
E no quintal um caboclo
Carpindo ou arrancando toco
Com um moleque no pé
Na cozinha sua mulher
Filho no bucho, outro no chão
Tá cozinhando o feijão
Para comer sem tempero
São retratos verdadeiros
Das coisas do meu sertão
Na sala um rádio a pilha
Banco, tamborete e pote
Pra matar preá e capote
Espingarda e mochila
Onde agasalha família
Num quarto, rede e colchão
Lá fora tem num galpão
Pé de meizinha e canteiro
São retratos verdadeiros
Das coisas do meu sertão
Lá na sombra da biqueira
A cachorrinha deitada
Na cerca dorme amarrada
Uma cabrinha leiteira
Para fazer mamadeira
A primeira obrigação
O leite lá no fogão
Gato mia sentindo o cheiro
São retratos verdadeiros
Das coisas do meu sertão
Uma jumenta no roçado
Cangalha e caçoá
Cambito pra carregar
Madeira para o cercado
Um bacorinho amarrado
Pra não escavar o chão
Numa gaiola um cancão
Galo, galinha no poleiro
São retratos verdadeiros
Das coisas do meu sertão
Lá na sede da fazenda
Tudo é modificado
Luxo, tempero, merenda
Tem mais um pouco de renda
Pasto, curral, mangueirão
Carro-de-boi, alazão
Perneira, gibão, vaqueiro
São retratos verdadeiros
Das coisas do meu sertão
Tem patrão e tem boiada
Carro, trator e dinheiro
Tem cevado no chiqueiro
Leite, manteiga e coalhada
Tem mourão e vaquejada
Churrasco e requeijão
Boi, boiadeiro e peão
E filha de fazendeiro
São retratos verdadeiros
Das coisas do meu sertão
Futebol e embolada
Quadrilha, forró, São João
Pamonha, milho e quentão
Amendoim, batata assada
Beiju-de-forno e farinha
Nas cacimbas a multidão
Lata na cabeça e na mão
Puxa água o dia inteiro
São retratos verdadeiros
Das coisas do meu sertão
Açude seco, chão rachado
Poeira e sol ardente
Pasto seco e terra quente
Gado magro e arrasado
Sertanejo atribulado
A reclamar a situação
Pensa em outra região
Falta coragem e dinheiro
São retratos verdadeiros
Das coisas do meu sertão
Um forró numa latada
Triângulo, sanfona e pandeiro
Lua clara no terreiro
Cerveja, loa, embolada
Sarapatel e buchada
Peru, galinha e leitão
Amigos em união
Farreando tempo inteiro
São retratos verdadeiros
Das coisas do meu sertão
Café, fubá, imbusada
Cigarro, chapéu de palha
Panela de barro e fornalha
Cuia, farinha, carne assada
Cachaça, verso e piada
Bola, peteca e pinhão
Cunca, moinho e pilão
Pão de milho e cuscuzeiro
São retratos verdadeiros
Das coisas do meu sertão
Tem raiz, e tem história
Nosso sertão, nossa gente
Tem futuro, tem presente
Tem conquista e vitória
Passado cheiro de glória
Tem cultura e tradição
Carnaval e devoção
E festa de padroeiro
São retratos verdadeiros
Das coisas do meu sertão.
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Coisas do meu Sertão
No solo pernambucano
Existe suas divisões
São várias as regiões
Do sertão estou falando
E aos poucos recordando
Sua beleza e tradição
Com bastante emoção
Vou escrevendo o roteiro
Dos retratos verdadeiros
Das coisas do meu sertão
Aveloz e juazeiro
Algaroba e tamboril
Que à seca resistiu
Mandacaru e faxeiro
Siriguela e umbuzeiro
Dão fruto e proteção
São nativos deste chão
Na mata, e no terreiro
São retratos verdadeiros
Das coisas do meu sertão
Asa Branca e ribançã
Coruja, peitica e corró
Teú, cobra-de-sipó
Papagaio, maracanã
Codorniz, nambu, acauã
Graúna, canário, azulão
Cigarra e camaleão
O gato lagaticheiro
São retratos verdadeiros
Das coisas do meu sertão
Anum, sofreu, sabiá
A rola fogo pago
Lavandeira e beija-flor
Cava chão, tamanduá
Cutia, mocó, preá
Tatu, peba e cancão
Todos em quase extinção
No nordeste brasileiro
São retratos verdadeiros
Das coisas do meu sertão
O vem-vem, a saracura
E a mãe da lua cheia
Conto de fada e sereia
Folclore, lendas, bravura
Faz parte dessa cultura
Luiz Gonzaga e lampião
Reis do cangaço e baião
Heróis do Brasil inteiro
São retratos verdadeiros
Das coisas do meu sertão
De dezembro a janeiro
Noite chuva e garoa
O sapo seu canto entoa
Nas lagoas e barreiros
Se os açudes encheram
Peixe em cardume vão
vaga-lumes à noite estão
No campo com seus luzeiros
São retratos verdadeiros
Das coisas do meu sertão
Uma casa de sapé
E no quintal um caboclo
Carpindo ou arrancando toco
Com um moleque no pé
Na cozinha sua mulher
Filho no bucho, outro no chão
Tá cozinhando o feijão
Para comer sem tempero
São retratos verdadeiros
Das coisas do meu sertão
Na sala um rádio a pilha
Banco, tamborete e pote
Pra matar preá e capote
Espingarda e mochila
Onde agasalha família
Num quarto, rede e colchão
Lá fora tem num galpão
Pé de meizinha e canteiro
São retratos verdadeiros
Das coisas do meu sertão
Lá na sombra da biqueira
A cachorrinha deitada
Na cerca dorme amarrada
Uma cabrinha leiteira
Para fazer mamadeira
A primeira obrigação
O leite lá no fogão
Gato mia sentindo o cheiro
São retratos verdadeiros
Das coisas do meu sertão
Uma jumenta no roçado
Cangalha e caçoá
Cambito pra carregar
Madeira para o cercado
Um bacorinho amarrado
Pra não escavar o chão
Numa gaiola um cancão
Galo, galinha no poleiro
São retratos verdadeiros
Das coisas do meu sertão
Lá na sede da fazenda
Tudo é modificado
Luxo, tempero, merenda
Tem mais um pouco de renda
Pasto, curral, mangueirão
Carro-de-boi, alazão
Perneira, gibão, vaqueiro
São retratos verdadeiros
Das coisas do meu sertão
Tem patrão e tem boiada
Carro, trator e dinheiro
Tem cevado no chiqueiro
Leite, manteiga e coalhada
Tem mourão e vaquejada
Churrasco e requeijão
Boi, boiadeiro e peão
E filha de fazendeiro
São retratos verdadeiros
Das coisas do meu sertão
Futebol e embolada
Quadrilha, forró, São João
Pamonha, milho e quentão
Amendoim, batata assada
Beiju-de-forno e farinha
Nas cacimbas a multidão
Lata na cabeça e na mão
Puxa água o dia inteiro
São retratos verdadeiros
Das coisas do meu sertão
Açude seco, chão rachado
Poeira e sol ardente
Pasto seco e terra quente
Gado magro e arrasado
Sertanejo atribulado
A reclamar a situação
Pensa em outra região
Falta coragem e dinheiro
São retratos verdadeiros
Das coisas do meu sertão
Um forró numa latada
Triângulo, sanfona e pandeiro
Lua clara no terreiro
Cerveja, loa, embolada
Sarapatel e buchada
Peru, galinha e leitão
Amigos em união
Farreando tempo inteiro
São retratos verdadeiros
Das coisas do meu sertão
Café, fubá, imbusada
Cigarro, chapéu de palha
Panela de barro e fornalha
Cuia, farinha, carne assada
Cachaça, verso e piada
Bola, peteca e pinhão
Cunca, moinho e pilão
Pão de milho e cuscuzeiro
São retratos verdadeiros
Das coisas do meu sertão
Tem raiz, e tem história
Nosso sertão, nossa gente
Tem futuro, tem presente
Tem conquista e vitória
Passado cheiro de glória
Tem cultura e tradição
Carnaval e devoção
E festa de padroeiro
São retratos verdadeiros
Das coisas do meu sertão.
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Fonte:
ANDRADE, Santina Geraldo de Castro. Coisas do meu Sertão. PROJETO SECordel
http://www.movimentodasartes.com.br
ANDRADE, Santina Geraldo de Castro. Coisas do meu Sertão. PROJETO SECordel
http://www.movimentodasartes.com.br
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