domingo, 23 de novembro de 2008

Santuário da Poesia 1



Tere Penhabe (Presente do Tempo)

Lá vem o tempo,
com um pacote de presente
vem trazendo irreverente
mais um ano pra viver...

Eu quero o meu
e espero ainda poder
fazer toda a diferença
na hora de acontecer...

Que o tal de amor
continue a me rondar
não precisa se instalar
basta minh'alma entreter...

Que as amizades
só façam multiplicar
que os rancores e as mágoas
vão cantar noutro lugar...

E a Paz Bendita
que por ela tantos clamam
que finalmente aconteça
sendo real e sem manhas...

Que os homens se encontrem
com o reflexo do espelho
envergonhem-se a tal ponto
que possam regenerar-se...

É mais um ano
outra chance de acertar
desejo de coração
que este ano seja bom...

Que as bênçãos do Menino Deus
que de nós não Se esqueceu
façam ainda maravilhas
com o ano, meu e seu!

Santos, 29/12/2005
––––––––––––––––––––
Margaret Pelicano (Lá vem o tempo)

Lá vem o tempo.
Corre célere para com o dia amanhecer
é um novo ano que chega,
trazendo um novo reconhecer:
de idade, de vivências,
de calma, tranquilidade,
um pote cheio de ouro - A serenidade!

Lá vem o tempo tirando a tampa do pote!
Passa rápido,
mas com o homem não pode!
Este nunca perde a ilusão, a vontade de vencer,
o amor pelas mulheres
pelo futebol, pela dança,
e ironicamente... gosta de ver acontecer...

Lá vem o tempo,
como um jornaleiro,
trazendo notícias diariamante
para todos os companheiros:
É uma guerra aqui, outra acolá,
velhos sendo maltratados
crianças abandonadas...isso é muito do que há!

No caderno dois, muita vitalidade:
gente rica e poderosa
moda, horóscopo, crônicas, prosa...
depois nos classificados: acompanhantes para a noite
e começa a baixaria...
Lá vem o tempo, agora, como uma velha tia
rabugenta, implicante, desfrutuosa...

É, o tempo é um noticiário,
um velho espantalho,
que, às vezes camufla as verdades,
e quando as descobrimos, já é tarde!
Por outro lado,
um bom amigo:
quando nos cansamos,
ele nos leva para dourados campos de trigo,
em sonhos delirantes, ou pesadelos preocupantes...

Enfim, sempre haverá um novo ano,
novas expectativas
novos desejos de mais amor,
mais dinheiro,
diálogos corriqueiros,
contas a pagar,
e nós, pobres humanos, contamos que tudo vai mudar!

Brasília, DF - 30/12/2005
–––––––––––––––––––––-
Zena Maciel (Peregrino do Tempo)

O ser humano constrói a
existência nos braços
na liturgia do tempo
Tempo de nascer..
De crescer...
De aprender...
De amar...
De sonhar...
De viver...
De sofrer...
De ser...
De ter...
De ganhar...
De perder...
De olhar para a vida
e tentar desmistificar
o imensurável tempo
Tempo de ser
Ser eterno peregrino do tempo
Esta é a síntese da finitude do ser

Recife-30 de dezembro de 2005
–––––––––––––––––––––––-
Regina Bertoccelli (O Tempo)

Agora, neste exato momento
em que disponho de alguns minutos ociosos,
roubados de tarefas e deveres que deveria estar cumprindo,
me permito apenas divagar, refletir, pensar...
Deixo as horas passarem lentamente e sem atropelos,
lânguidas, seguindo seu curso natural
Preciso de um tempo sem cobranças,
sem compromissos marcados,
sem a presença de relógios, sem pessoas me esperando.
Afinal, já vivi tanto em função de horários estabelecidos,
marcados, agendados
Hoje , preciso e me reservo o direito de lidar com o tempo
de uma forma mais prazerosa e inconsequente
Cansei das correrias e das agitações do cotidiano
Afinal, nunca deixo nada por fazer, e nem pessoas me esperando
Apenas sou mais parcimoniosa e aprendi a administrar as horas
Hoje, este é o meu tempo
Mais lento, mais cauteloso,
mais sabiamente direcionado

"O tempo não para!!!
Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo..."
( Mário Quintana )
––––––––––––––––––
Jorge Linhaça (Tempo de Despertar)

Tempo que te quero tempo
tempo de alegria e não de lamento
Tempo de reconstrir
Tempo de viver

Tempo que te quero tempo
Tempo de afinal um alento
tempo de amar sem sofrer

Novo ano que se anuncia
esperanças que se renovam
tempo novo que pronúncia
palavras de boas novas

Tempo, tempo, ó bom tempo
que resplandeça sobre nós a paz
que se finde todo o tormento
que a falta de tempo nos traz

Arandú,31/12/2005
–––––––––––––––––––
Valeriano Luiz da Silva (Tempo)

Creio que ninguém duvidará
Que o tempo em nossa vida
Nunca mais voltará...
E o que ficou para traz são experiências adquiridas
O que for útil você deve aproveitar
E as faltas que cometestes deverão ser esquecidas

Anápolis-Go, 18/06/05
–––––––––––––––––––––
Lauro Kisielewicz (O Tempo)

O tempo voa...
O tempo urge...
O tempo passa...
Mas,
que tempo é esse
que o tempo todo
nos deixa sem tempo
de ignorar
se é tempo propício
para amar?!
Sempre alegando
Falta de tempo,
não achamos tempo
para amar nossos filhos
e quando eles,
escolados por nós,
têm seus filhos,
nem notam os brilhos
do brilhante olhar
dos nossos netos...
Os filhos crescem
e desaparecem
às vezes se esquecem
que nós existimos...
não os meus... não os meus...
Graças a Deus,
estes se lembram
e por mais que o tempo passe
que boas lembranças
se amassem
e que em pouco tempo passem
a nem serem mais lembradas...
Foi tempo que passou...
ou fomos nós
que passamos pelo tempo,
sem encontrar tempo
de viver, sorrir e amar?
O tempo, NÃO VOLTA ATRÁS!
Ama,
sorri
e vive agora!
Depois,
será tarde demais!
Não terás tempo...
O tempo ficou para trás...
–––––––––––––––––––––
Maria Thereza Neves (Parem o Tempo!)

O mundo roda, roda
e gira e volta
o tempo escapa-me entre os dedos
preciso segurar o vento
deter os ponteiros do relógio
as letras estão correndo
V O A N D O
o pensamento cansado, lento
sem tempo para o apressado tempo .
––––––––––––––––––––
Patrícia Neme (E aqui vai o meu Tempo)

Verdade, só pode ser ,
uma tremenda ironia:
um ano tão doloroso,
que moeu todo o meu ser,
de jeito cruel, manhoso...
Em seus momentos finais,
chega-me, assim, carinhoso,
regalando-me, em poema,
um repensar tão profundo,
qual promessa do Eterno,
que em gesto fiel, fecundo,
faz-me relembrar que o Tempo,
qualquer seja o seu momento,
é seguro em Sua mão.
Que em todo e qualquer instante,
Ele é presença constante...
Que o sofrimento é um tropeço,
nas vias de um recomeço;
e qual seja o meu tormento,
Ele é PAZ, em prosa e verso,
que Ele é vida, e não reverso.
Então eu fico quietinha,
com minh’ alma acalentada,
dizendo muito obrigada,
a esse quarteto de anjos
que me soube recordar,
que eu vivo além do instante,
de relógio ou convenção.
Que eu vivo da poesia,
minha fonte de alegria,
no cantar e na oração.
Então, rogo ao meu Senhor,
Paz, Saúde, Luz, Ventura,
a Terê, a Magareth,
ao Lauro, e também a Zena,
que tenham as sendas planas,
de muita serenidade,
onde a vida lhes sorria
com toda a sua doçura.
E o Tempo...
O Tempo será o amigo
que um dia nos unirá;
neste aqui, ou neste agora...
ou pelos lados de lá...
Pois quem tem sangue poeta,
vive aqui, vive acolá!
–––––––––––––––––
Bernardino Matos (Há Tempo para a Felicidade!)

“Vamos dar tempo ao tempo”, revela prudência,
“não há como um dia atrás do outro”,sabedoria,
“ponha a cabeça no travesseiro”, paciência.
“Dê-me um tempo”, para não se ficar na teoria.

O tempo não é uma unidade de medida,dia,mês,ano,
é parte integrante e vital de nossa trajetória,
ele agrega nossas tristezas, alegrias,abre o pano,
do teatro de nossa vida, registra nossa história.

Há tempo para amar, sofrer,sorrir, sobreviver,
nós somos os gestores,os responsáveis pelas ações,
que definem nossa rota,destino, nosso acontecer,
ele é o palco onde atuamos, onde tomamos decisões.

Se formos sempre atentos, prudentes, precavidos,
poderemos atingir nossas metas, nossos objetivos,
contribuiremos pro sucesso dos momentos vividos,
e teremos, para enfrentar nossa luta, os motivos.

No início de cada ano, revisamos nossas vivências,
planejamos uma correção de rota, novos caminhos,
no lugar das amarguras,de tantas imprudências,
queremos colocar pitadas de ternuras e carinhos.

“Quem por algum amor não sofreu, passou pela vida,
não viveu”,sobrevoou, não percebeu a importância,
da paixão, das emoções,das amizades, em sua lida,
se desgastou,andou em vão,correu sem consistência.

Não existe tempo para um gesto sincero de carinho,
para um beijo apaixonado, para uma declaração
de amor,para uma atitude de perdão e devagarzinho,
arrancarmos os espinhos da injustiça e ingratidão.

Temos tempo para tudo,inclusive para a felicidade,
mas afastamos a essência da vida,andamos perdidos,
procuramos atalhos,fugimos dessa grande realidade,
que sem Deus, sem fé, sem esperança,somos falidos.

Urge aproveitarmos bem todos os nossos momentos,
para construirmos um mundo melhor, mais acolhedor,
onde o ser humano possa dar vazão aos sentimentos,
de solidariedade,de fraternidade, de muito amor.

Fortaleza, 01 de janeiro de 2006.
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