“A mão risca as palavras e delas me alimento na avidez com que sou consumido em vida”.
Desvelar a valise de Pedro Du Bois é estar embebido de poesia. É se sentir engajado, como o poeta vive a sua vida, na literatura. Em outras palavras, é cantarolar, suspirar arte, cuja beleza o traduz em cada poema.
Du Bois se redescobriu escritor com expressões sedutoras que designam seus belos poemas: “... Não há pecados em tuas mãos”. Ele dignifica a poesia com a capacidade que tem de observar, estender o pensamento e o coração aos fatos, e os explicar à luz do homem.
Observar e registrar são processos diferenciados em que os poemas demonstram a beleza de que os registros são os únicos ingredientes da escrita. Os registros são em verdade necessidades, enquanto a observação se constitui na qualidade inata do pensamento diante dos fatos. Como revela a poetisa Manuela Dipp: “A poesia de Pedro não espera por ele, nem Pedro penseiro espera a poesia. Eles simplesmente encontram-se num ponto lúdico de convergência. Pedro não brinca com as palavras, Pedro as entretém, nesse interminável jogo chamado literatura”.
O Pedro poeta registra, revela o que sente e do que participa. É onde o grande escritor se inicia, com versos cortantes, palavras de reflexão formando uma narrativa poética com força e originalidade. “Não há/como roubar/o tempo/que não/nos pertence”.
Iva Mikalosky, ao retirar o véu dos poemas de Du Bois, cita: “Nos poemas, Pedro abre o seu coração e seduz nossa imaginação, musicando e coreografando palavras, mostrando-se um criador que está em sintonia com o tempo”.
Não me furto em dizer que a escrita de Du Bois é a da contundência, fluidez e precisão, e não apenas pelo pendor da escrita sagaz e moderna; como ele se refere, “Aprendi com Borges a bifurcar os caminhos. Ir e voltar. Não ir, e mesmo assim voltar”. Ele consegue colocar ganchos que nos dão o que pensar, fazendo-nos refletir a importância dos problemas existenciais. Como nas palavras de Danilo Neuhaus, “Passear pelas gaiolas do Pedro é uma maneira de descobrir o poder das nossas asas e as razões do nosso triste canto. Passeando por esses versos vamos reconhecendo aqui e ali as gaiolas que nos cercam e que talvez um dia possamos abrir”.
Se seus textos permanecem é porque ele olha o homem sobre várias perspectivas, mas de forma semelhante, embora opte por retratar a vida, mostrando a força literária dos bons poemas.
“Em quais palavras
materializamos a espera?
E a angústia quanto espera?
O poeta sabe que as palavras
fazem melhor o esperar
enfraquecem a angústia
tiram a culpa
apressam o tempo.
De quantas palavras
seria feita a espera?”
As palavras de Pedro levam ao encantamento, nos enriquecendo com a sua poesia. Ela não silencia: fala. Como comentou Jorge Geisel, “Com a tua poesia basta o silêncio, a reflexão como aplauso à obra”.
Fontes:
http://www.globoonliners.com.br/icox.php?mdl=pagina&op=listar&usuario=5812
publicado originalmente em http://aqueiva.wordpress.com/
Imagem = http://www.toutfait.com/
Desvelar a valise de Pedro Du Bois é estar embebido de poesia. É se sentir engajado, como o poeta vive a sua vida, na literatura. Em outras palavras, é cantarolar, suspirar arte, cuja beleza o traduz em cada poema.
Du Bois se redescobriu escritor com expressões sedutoras que designam seus belos poemas: “... Não há pecados em tuas mãos”. Ele dignifica a poesia com a capacidade que tem de observar, estender o pensamento e o coração aos fatos, e os explicar à luz do homem.
Observar e registrar são processos diferenciados em que os poemas demonstram a beleza de que os registros são os únicos ingredientes da escrita. Os registros são em verdade necessidades, enquanto a observação se constitui na qualidade inata do pensamento diante dos fatos. Como revela a poetisa Manuela Dipp: “A poesia de Pedro não espera por ele, nem Pedro penseiro espera a poesia. Eles simplesmente encontram-se num ponto lúdico de convergência. Pedro não brinca com as palavras, Pedro as entretém, nesse interminável jogo chamado literatura”.
O Pedro poeta registra, revela o que sente e do que participa. É onde o grande escritor se inicia, com versos cortantes, palavras de reflexão formando uma narrativa poética com força e originalidade. “Não há/como roubar/o tempo/que não/nos pertence”.
Iva Mikalosky, ao retirar o véu dos poemas de Du Bois, cita: “Nos poemas, Pedro abre o seu coração e seduz nossa imaginação, musicando e coreografando palavras, mostrando-se um criador que está em sintonia com o tempo”.
Não me furto em dizer que a escrita de Du Bois é a da contundência, fluidez e precisão, e não apenas pelo pendor da escrita sagaz e moderna; como ele se refere, “Aprendi com Borges a bifurcar os caminhos. Ir e voltar. Não ir, e mesmo assim voltar”. Ele consegue colocar ganchos que nos dão o que pensar, fazendo-nos refletir a importância dos problemas existenciais. Como nas palavras de Danilo Neuhaus, “Passear pelas gaiolas do Pedro é uma maneira de descobrir o poder das nossas asas e as razões do nosso triste canto. Passeando por esses versos vamos reconhecendo aqui e ali as gaiolas que nos cercam e que talvez um dia possamos abrir”.
Se seus textos permanecem é porque ele olha o homem sobre várias perspectivas, mas de forma semelhante, embora opte por retratar a vida, mostrando a força literária dos bons poemas.
“Em quais palavras
materializamos a espera?
E a angústia quanto espera?
O poeta sabe que as palavras
fazem melhor o esperar
enfraquecem a angústia
tiram a culpa
apressam o tempo.
De quantas palavras
seria feita a espera?”
As palavras de Pedro levam ao encantamento, nos enriquecendo com a sua poesia. Ela não silencia: fala. Como comentou Jorge Geisel, “Com a tua poesia basta o silêncio, a reflexão como aplauso à obra”.
Fontes:
http://www.globoonliners.com.br/icox.php?mdl=pagina&op=listar&usuario=5812
publicado originalmente em http://aqueiva.wordpress.com/
Imagem = http://www.toutfait.com/
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