quinta-feira, 3 de junho de 2010

A. A. de Assis (A Língua da Gente) Parte 15



14. Polissemia (II)

São, porém, os humoristas os que mais frequentemente se servem dos jogos polissêmicos (trocadilhos etc.) para fazer as suas graças. Algumas amostras, que por certo você já ouviu ou leu em algum lugar:

* Sabe como ele conseguiu colar grau?... Colando...
* Muitas vezes a colação de grau depende do grau de colação.
* Na roça, cana dá pinga. Na cidade, pinga dá cana.
* Ela e ele saíram para fazer um programa. Trabalham juntos na TV.
* A palestra dele me lembrou uma espada: comprida e chata.
* Tem gente que faz na vida pública o mesmo que na privada.
* Já deu muitas voltas no globo. É motociclista de circo.
* O Brasil foi feito por nós. Falta apenas desatá-los.
* Gripe topless: você tosse, tosse, tosse... até botar os peitos pra fora.
* Sabe o que faz o nadador?... Nada!
* A duplicata, ela sim pode afirmar: – Hei de vencer!
* Disse o estudante: – Feliz é o rio, que faz o seu curso sem sair do leito.
* Motorista paciente: se o sinal está verde, ele espera amadurecer.

Por falar em motorista, uma das mais interessantes coleções de jogos polissêmicos é a que circula Brasil afora nos parachoques de caminhões. São frases realmente muito boas. Vale recordar algumas:

* A vida de solteiro é vazia; a de casado enche.
* O mundo é redondo, mas está ficando chato.
* A mata é virgem porque o vento é fresco.
* Melhor um cachorro amigo do que um amigo cachorro.
* Relógio que atrasa não adianta.
* Para não ficar a pé, siga sempre na mão.
* Já estou cheio de me sentir vazio.
* A preguiça é um ócio duro de roer.
* Curta a vida, porque a vida é curta.
* Quem gosta de coroa é rei.
* Não sou sanfoneiro, mas toco a noite inteira.
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Fonte:
A. A. de Assis. A Língua da Gente. Maringá: Edição do Autor, 2010

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