REMENDOS
Muitos são pequenos excertos
De grandes paixões
De poemas que falam
O que minha boca cala.
Muitos são pequenos remendos
De poucos retalhos
Que consegui obter
A duras penas.
Poucos são grandes acertos
Que me dispus a contar
Nas noites de insônia
Nos dias chuvosos
Nublados
Turvos
Frios.
O AMOR NO SONHO
O amor é tão perfeito quando durmo,
que mal me dá vontade de acordar!
Mas não tem jeito – o dia vem soturno
e o sonho acaba. É duro acreditar.
O amor no sonho é como o deus Saturno,
num farto, afoito e intenso festejar;
o adeus ao laço – algoz e taciturno –
que avilta, agride e evita o libertar.
O amor de sonho é sempre um aconchego;
permite ao colibri (que não descansa)
um beijo à flor que finge desapego.
Amor assim é sábado constante;
acalma o que guardado a dor alcança
e afasta a realidade lancinante.
RÉQUIEM PARA UM HOMEM SIMPLES, BRASILEIRO
Não dá pra não chorar por quem partiu
e que passou por nós deixando amor
em gestos simples como aguar a flor
e dar-se inteiro, mesmo que febril.
Não dá pra não chorar homem gentil,
que mesmo fraco, retorcendo em dor,
tirava forças e perdia a cor
para seu mal fingir que era sutil.
Sua viagem hoje começou,
eu sei. E sei também que a dor findou,
que não mais pesa a sua grande cruz.
Entre as estrelas ele agora brilha,
e no infinito, eis que a sua trilha
é, finalmente, de alegria e luz!
LUA NEGRA
Amo demais que até ferida brota
na cálida, escondida lua negra
dos meus delírios (dor que desintegra
calma desnuda em chuva de gaivota).
Os olhos choram mares, geram grotas,
fabricam densa nuvem que se integra
ao corpo equivocado pela entrega
sofrida num adeus desfeito em gotas.
Amo demais, eu sei, mas o que faço
se de outro jeito não conheço o amor?
A minha sina é nunca combater
o que me atrai e gera descompasso.
Se por um lado existe o dissabor,
tenho da vida a flor que vi nascer.
Muitos são pequenos excertos
De grandes paixões
De poemas que falam
O que minha boca cala.
Muitos são pequenos remendos
De poucos retalhos
Que consegui obter
A duras penas.
Poucos são grandes acertos
Que me dispus a contar
Nas noites de insônia
Nos dias chuvosos
Nublados
Turvos
Frios.
O AMOR NO SONHO
O amor é tão perfeito quando durmo,
que mal me dá vontade de acordar!
Mas não tem jeito – o dia vem soturno
e o sonho acaba. É duro acreditar.
O amor no sonho é como o deus Saturno,
num farto, afoito e intenso festejar;
o adeus ao laço – algoz e taciturno –
que avilta, agride e evita o libertar.
O amor de sonho é sempre um aconchego;
permite ao colibri (que não descansa)
um beijo à flor que finge desapego.
Amor assim é sábado constante;
acalma o que guardado a dor alcança
e afasta a realidade lancinante.
RÉQUIEM PARA UM HOMEM SIMPLES, BRASILEIRO
Não dá pra não chorar por quem partiu
e que passou por nós deixando amor
em gestos simples como aguar a flor
e dar-se inteiro, mesmo que febril.
Não dá pra não chorar homem gentil,
que mesmo fraco, retorcendo em dor,
tirava forças e perdia a cor
para seu mal fingir que era sutil.
Sua viagem hoje começou,
eu sei. E sei também que a dor findou,
que não mais pesa a sua grande cruz.
Entre as estrelas ele agora brilha,
e no infinito, eis que a sua trilha
é, finalmente, de alegria e luz!
LUA NEGRA
Amo demais que até ferida brota
na cálida, escondida lua negra
dos meus delírios (dor que desintegra
calma desnuda em chuva de gaivota).
Os olhos choram mares, geram grotas,
fabricam densa nuvem que se integra
ao corpo equivocado pela entrega
sofrida num adeus desfeito em gotas.
Amo demais, eu sei, mas o que faço
se de outro jeito não conheço o amor?
A minha sina é nunca combater
o que me atrai e gera descompasso.
Se por um lado existe o dissabor,
tenho da vida a flor que vi nascer.
Fonte:
Stammtisch Confraria e Patotas . http://www.stmt.com.br/marcialuz.htm
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