EMBALOS DE LUZ
Sem ao menos esperar,
Puxa-me pela mão e enlaça nossos corpos,
Para que juntos possamos sentir a harmonia,
Daquele som que inebria.
Pela madrugada escura, brilha a luz desses momentos.
Pois deles sempre renasce, a sensação violenta do amor.
Dançando sobre o tapete, pés descalços, só o toque.
Sentindo mais e mais a proximidade que nos envolve.
Essa é a dança da luz, luz que vem do coração.
Só a música quebra o silêncio, dos beijos apaixonados.
Dança da luz, onde estrelas descem para acompanhar,
A pureza de sentimentos, da beleza desse par.
Luz que dança a nossa volta,
Luz que está dentro de nós.
Luz que embala nossos passos,
Nesta dança que me faz tão sua em seus braços.
REI DO NADA
Se a dor que hoje causas,
Faz bem à tua alma perversa...
Alegra-te !!
Se as lágrimas que fazes correr,
Dão forças às águas escuras de teus sentimentos...
Beba-as !!
Se os destroços de sonhos dourados
Constroem teu reino de sadismo...
Aproveite-os !!
Pois os teus desejos pequenos,
Não alcançam a plenitude do amor...
Pois a tua indiferença ingrata,
Não conhece a extensão da doação...
Teu caminho é calçado, na esperança destruída...
Teu leito é forrado, de amarguras e solidão...
Pobre de teu reino pobre !!!
Teu cetro de egoísmo, se erguerá ao nada...
E no meio de tanta angústia...
Lembrarás, tardiamente, que um dia...
Foste a razão de viver, de alguém...
IMPOSSÍVEL!!!?
O que na vida será impossível, senhor?
Se tiver um amor para amar...
O que pode tornar-se impossível, Senhor?
Se aquela pessoa ficar...
O que pode chamar de impossível, Senhor?
Se a alegria de um sonho viver...
Como pode achar impossível, Senhor?
Tendo amor em cada amanhecer...
Não há nada que o faça impossível, Senhor.
Pois da terra é o florescer....
Nunca diga que é impossível, Senhor...
É meu ar, da manhã ao anoitecer...
Por isso tudo não é impossível, Senhor...
Nesta vida jamais se sentir dor...
É possível que a tristeza me leve, Senhor...
Se de mim, afastar-se esse amor....
CIRANDA DA FELICIDADE
Cria no amor a criatura,
que criará a ciranda.
Ciranda da vida criada,
da cantiga entoada.
Cria no perdão a vivência,
que transita pelo eterno.
Retira do mundo a carência,
do louco viver moderno.
Cria na mente a lembrança,
dos pés descalços, da liberdade.
Cirandando como herança,
Uma semente de felicidade.
ENTÃO, CARNAVAL!
Chega outra vez a alegria de tantos,
A espera trabalhosa dos sonhos da avenida.
Montam-se verdadeiros cenários, madeira, papel, lantejoulas...
Bordam-se os panos da bandeira, fantasias e mantos.
Ensaia sonhando em encantos, a cabrocha escolhida.
Com seu par tão bem formulado, dança, seduz, tão brejeira...
Cheios de evoluções, cada um tomando cuidado, para melhor demonstrar,
O requinte apaixonado, do Mestre-Sala e sua Porta-Bandeira.
Mas mesmo com tanta magia, tanto samba e dedicação...
O coração da saudade, não deixa de relembrar,
A história meiga e antiga, tão cheia de emoção...
De um tristonho Pierrot e sua linda Colombina,
Em todos os carnavais, presentes na eterna canção.
DOIS LADOS DE MIM
Há um lado de mim que se mostra frio, escuro.
O outro lado recria a aurora de esperança.
Um lado de mim claudica por vielas.
O outro lado rompe barreiras ao que procuro.
Há um lado de mim que ruma perdido pelo céu.
O outro encontra a paz na terra.
Um lado de mim esconde medos, inseguranças.
O outro vê o futuro entre doces véus.
Há um lado de mim que em desvantagem.
O outro é forte, leonino, em eterna luta.
Um lado de mim permanece sombrio.
O outro grita em voz límpida a coragem.
Há sempre dois lados nessa vida irreal.
Há sempre dois gumes nessa afiada adaga.
Há sempre dois caminhos a escolher viver.
Há sempre dois lados no amplo espelho moral.
ILUSÃO
Ilusão é sonhar um sonho perfeito,
Querendo guardar no peito, a sensação do seu sono?
Ilusão é sonhar acordada,
Cada gesto perfeito, do seu modo protetor?
Ilusão é se pegar pensando,
Na maneira de você respirando, olhando a me chamar?
Se tudo o que vivo é ilusão,
Permita, meu Deus que seja eterna.
Que nunca, nunca termine,
Essa linda sensação.
JANGADA DA DOR
Na madrugada dos sentimentos,
Parte a débil jangada da esperança.
Com a coragem ingênua em proventos,
Inspirada pelo sonhar de mudança.
Acolhida pelas águas inconstantes,
De um mar de humor caprichoso.
Deixa para trás rostos em nuances,
Procurando provável futuro ardiloso.
Não pensa o que deixa, tola jangada,
Parte em busca de um horizonte qualquer.
Não vê que a maré a mudanças é dada,
Não vê a tempestade em andamento, sequer.
Jangada que procura vida sem pensar,
Encontra na próxima vaga de um mar revolto,
Pedaços de felicidade jogados a boiar,
Estilhaços do amor que ao vento foi solto.
Não sabe se volta jangada amargura.
Não sabe se algo vai encontrar.
Esquece da praia onde ficou a doçura,
Por dias e dias a lhe esperar.
Assim vai a jangada, agora sem rumo.
Assim entra a renúncia salgada do mar.
Agora sabe que é jangada sem prumo.
Agora sente a dor infinita do desamar.
SONHO
De tão reais nossos sonhos,
O véu do passado desvendou.
Desvendou o amor torturado,
De puro coração arrancado.
Mas a vida não é cega.
Nem o tempo, sem razão.
Da espera fez-se o encanto,
Do encontro, pura emoção.
Fontes:
- Poetas Del Mundo
- http://www.bettyboopstar.com.br/
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