Modelando à sua imagem,
Deus soprou, todo carinho...
No acalanto dessa aragem,
Surgem RAÇAS no cadinho.
Fez do barro o grande elo,
Constituindo a humanidade...
Homem branco, amarelo,
Preto, vermelho: acuidade.
Deu início à povoação
Desta terra, ao confim....
Juntou Eva com Adão,
Nas delícias de um jardim.
E cresceu tudo em beleza,
Colorido e muito amor...
Completou-se a natureza,
Aplaudindo o Criador!
HOMEM BRANCO
Talhado pra dominar,
Surge o BRANCO, criativo...
Assumiu bem seu leu lugar,
Disse: - Sou substantivo!
Ninguém sabe a certa origem,
Muito hábil, audacioso....
Num assomo de vertigem,
Se deslumbra em áureo gozo.
Elegante, aventureiro,
Estendeu-se mundo afora...
Fez da Europa o paradeiro,
Onde se plantou na aurora.
Tem estirpe requintada,
Vencedor da incerteza...
Faz do Cosmo a nova estrada,
Consagra sua grandeza!
HOMEM AMARELO
O AMARELO das estepes,
Da Mongólia milenar...
Envolvido em suaves crepes,
É de casta singular.
Homem reto, aprimorado,
De índole contemplativa...
Tem costume delicado,
Que surpreende e que cativa.
Oriental, tem olho oblíquo,
Traz as gamas do mistério...
É humilde, mas conspícuo
E domina um hemisfério.
Ritualista, espiritual,
Não se entrega na voragem...
É poder no mundo atual,
Sua mística a coragem!
HOMEM NEGRO
Homem NEGRO vem, desfila,
Em perene vibração...
E se amolda qual argila,
Na busca de afirmação.
Sempre grande no esporte,
Sonha com áureo troféu...
Hoje no mundo, suporte,
Já não é o grande réu.
Amoroso e sensível,
Só lhe trai a tez escura...
Faz-se nobre no possível,
Se aprofunda na cultura.
Pelo dom se fez artista,
É humano a não poder...
Se consagra “africanista”,
No atavismo do seu ser!
HOMEM VERMELHO
AMERÍNDIO destemido,
Povoador de vastidões...
Tem as nuances de um brasido,
Como a lava dos vulcões.
Viveu bem no solo pátrio,
Terras ricas de esplendor...
Sucumbiu depois seu átrio,
Sanha do conquistador.
Já livrou-se do extermínio,
Do fuzil e da chibata...
Recupera o seu domínio,
Seu direito está em Ata.
Sobranceiro, dia-a-dia,
Busca os louros da vitória...
Temperou a rebeldia,
Liberdade dá-lhe a glória!
Fonte:
FRANÇA, Apollo Taborda. O nosso mundo colorido. Curitiba: O Formigueiro, 1986.
Deus soprou, todo carinho...
No acalanto dessa aragem,
Surgem RAÇAS no cadinho.
Fez do barro o grande elo,
Constituindo a humanidade...
Homem branco, amarelo,
Preto, vermelho: acuidade.
Deu início à povoação
Desta terra, ao confim....
Juntou Eva com Adão,
Nas delícias de um jardim.
E cresceu tudo em beleza,
Colorido e muito amor...
Completou-se a natureza,
Aplaudindo o Criador!
HOMEM BRANCO
Talhado pra dominar,
Surge o BRANCO, criativo...
Assumiu bem seu leu lugar,
Disse: - Sou substantivo!
Ninguém sabe a certa origem,
Muito hábil, audacioso....
Num assomo de vertigem,
Se deslumbra em áureo gozo.
Elegante, aventureiro,
Estendeu-se mundo afora...
Fez da Europa o paradeiro,
Onde se plantou na aurora.
Tem estirpe requintada,
Vencedor da incerteza...
Faz do Cosmo a nova estrada,
Consagra sua grandeza!
HOMEM AMARELO
O AMARELO das estepes,
Da Mongólia milenar...
Envolvido em suaves crepes,
É de casta singular.
Homem reto, aprimorado,
De índole contemplativa...
Tem costume delicado,
Que surpreende e que cativa.
Oriental, tem olho oblíquo,
Traz as gamas do mistério...
É humilde, mas conspícuo
E domina um hemisfério.
Ritualista, espiritual,
Não se entrega na voragem...
É poder no mundo atual,
Sua mística a coragem!
HOMEM NEGRO
Homem NEGRO vem, desfila,
Em perene vibração...
E se amolda qual argila,
Na busca de afirmação.
Sempre grande no esporte,
Sonha com áureo troféu...
Hoje no mundo, suporte,
Já não é o grande réu.
Amoroso e sensível,
Só lhe trai a tez escura...
Faz-se nobre no possível,
Se aprofunda na cultura.
Pelo dom se fez artista,
É humano a não poder...
Se consagra “africanista”,
No atavismo do seu ser!
HOMEM VERMELHO
AMERÍNDIO destemido,
Povoador de vastidões...
Tem as nuances de um brasido,
Como a lava dos vulcões.
Viveu bem no solo pátrio,
Terras ricas de esplendor...
Sucumbiu depois seu átrio,
Sanha do conquistador.
Já livrou-se do extermínio,
Do fuzil e da chibata...
Recupera o seu domínio,
Seu direito está em Ata.
Sobranceiro, dia-a-dia,
Busca os louros da vitória...
Temperou a rebeldia,
Liberdade dá-lhe a glória!
Fonte:
FRANÇA, Apollo Taborda. O nosso mundo colorido. Curitiba: O Formigueiro, 1986.
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