domingo, 15 de agosto de 2010

Antonio Brás Constante (As Três Regras que Aprendi através das Três Regras)


Nossa razão de existir é pautada por coisas concretas, mas escrita pela intangibilidade dos sonhos. Outro dia meu filho mais velho (mas ainda assim tão novo na idade de seus dez anos), resolveu (através da determinação daqueles em que o tempo ainda não maculou as esperanças com as dúvidas e fracassos, que vem com a pretensa experiência que carregamos em nossa fase adulta) que queria ser jogador de futebol.

Até aí nenhuma novidade, já que de cada dez meninos, doze querem ser jogadores de futebol em nosso País das maravilhas. Pena que para esses doze pequenos indivíduos terem sucesso em uma carreira tão disputada, eles terão que se destacar perante outros doze milhões de meninos, para somente assim alcançarem o êxito no mundo da bola e em formato de bola, que não parece dar muita bola para tantas outras coisas importantes.

Quando se quer fortalecer um sonho deve-se utilizar a motivação para que ele brilhe, gere luz própria e passe a servir de foco para o futuro. Pensando em tudo isso resolvi dar alguns conselhos para meu rebento, algo que pudesse inspirá-lo e lhe servir de base para fazê-lo seguir em frente. Fechei os olhos buscando alguma sabedoria “zen transcendental” que pudesse utilizar nesse intento, mas o máximo de pretensos pensamentos orientais que vieram a minha mente foram as lembranças dos comerciais de massas instantâneas tipo miojo.

Somente após comer o tal miojo mentalmente é que pude finalmente desobstruir meu cérebro direcionando ele para os aprendizados de minha eterna e sabia professora, a Vida (ela é a orientadora universal de todos os seres vivos). Já falei dela em alguns de meus textos. Dona vida começa a nos ensinar já a partir do primeiro sopro de nossa existência, e suas aulas seguem até o nosso último e derradeiro suspiro.

Com ela aprendi três importantes regras. A primeira é que devemos ter prazer naquilo que fazemos. Quando acordamos pela manhã, por mais frio e chuvoso que esteja, podemos levantar da cama nos sentindo mal-humorados, chateados, sem vontade de cantar uma bela canção e achando que o dia vai ser péssimo, ou abraçar este mesmo dia como quem abraça um amigo. Sairmos dispostos a melhorar o astral geral. Isso ganha força quando desejamos algo. Por exemplo, se me perguntassem se valeu a pena me expor ao ridículo fazendo um certo filme no Youtube, onde contracenei com meu sobrinho e jogamos farinha, ovos, erva-mate, etc. um no outro (para assistir ao filme, basta procurar por “3D – Hoje é seu aniversário”, meu primeiro filme em padrão 3D), eu responderia que sim. Com certeza SIM. Quando tentamos algo, mesmo que não saia como esperamos, damos mais um empurrão em nossos sonhos.

A segunda regra é sempre buscar aprender algo nas coisas que fazemos, se você entra em um jogo onde é o mais fraco, não desanime, aprenda com os mais fortes, e se você for um dos mais fortes, também não desanime achando a partida uma perda de tempo, ensine e motive os mais fracos. Aprendemos muito quando ensinamos, quando nos doamos.

A terceira e última regra é a de procurarmos sempre trabalhar em prol da equipe onde estamos inseridos (afinal somos seres sociais que vivem em sociedade), somando esforços ao grupo. Seja este um grupo de amigos, um time esportivo, uma empresa, ou nossa própria família. Poder colocar a cabeça tranqüilamente no travesseiro ao final do dia tendo a certeza que fizemos o nosso melhor para aqueles que nos rodeiam não tem preço. É como em um jogo de futebol, você entra ali, e muitas vezes não te passam a bola, não demonstram confiança em você, te deixam de escanteio, mas se você passar a bola, se você inspirar confiança, se você demonstrar que pode ocupar um lugar ali sem prejudicar os outros, ajudando-os a alcançarem seus objetivos. Aos poucos os vínculos vão se fortalecendo e a harmonia vai se estabelecendo em volta de todos.

Provavelmente, nem sempre conseguiremos por em prática as tais regras, mas isso não pode nos impedir de recomeçar a cada amanhecer na esperança de fazer com que aquele único dia se torne um dia único. Enfim, como já dizia Cora Coralina:
"Feliz é aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina".

Fonte:
O Autor
Imagem = http://www.your-soul.com

Nenhum comentário: