sábado, 14 de agosto de 2010

Aparecido Raimundo de Souza e Silviah Carvalho (Perdão)


É como se fosse um poço profundo
é como se a questão maior do mundo
fosse apenas o fim do poço

No poço sem fundo, um mundo sem poço
um sem fim de mundo mas tudo é simples...
só o fim do mundo no fundo do poço,
tudo faz parte da vida do sofrimento

Até a alegria o espaço finito
entre dois sentimentos
é o burburinho misterioso
de todos os outros momentos

E todos os momentos
também passam e tem fim
infinita é apenas a eternidade

Mas inexorável é a vida
posto que tudo voa de repente
alucinadamente, irrevogavelmente
mas eu te perdôo

“Eu também te perdôo
por que fostes embora
deixando este vazio em mim
saiu pelo mundo a fora”

Eu te perdôo
por teres me dado a vida
me teres feito frágil e covarde

eu te perdôo
por teres mostrado a mim
apenas coisas da natureza
e no misterioso universo
te escondeu de mim

É pouco...? Mas eu te perdôo

Por teres me feito guloso e insaciável
por viveres tão oculta
e não me teres revelado tantos
segredos que quero desvendar

Mas eu te perdôo
sobretudo e principalmente
por me teres deixado
te amar

“Palavras que me dão liberdade
eu,
você
e nunca nós e, eu também te perdôo
por ter me feito acreditar
na felicidade, na existência do amor

E agora não creio mais
todas as possibilidades você me tirou
mas eu também te perdôo”

Então moça...
canta vitória
com riso chorado
e mata a vitima de amor

“Quem é a vitima?”

Eu...

“Se falasse comigo agora
não saberia quem sou
posto que de tanto amor por ti
minha vida evaporou”

Por isso moço...
meu coração te perdoou.

Fonte:
Silviah Carvalho.

4 comentários:

Marcos disse...

Estava lendo agora a pouco no seu blog, um outro dueto com outro poeta, gostei muito, acho legal esta união em prol da poesia, que cada dia fica melhor.

Unknown disse...

Que bom! Escrever com Aparecido é uma viagem entre a poesia e o humor.
obrigada.

Unknown disse...

Explendido, um final feliz.

Sol disse...

Belissimo! parabéns pelo dueto, saiu maravilhoso.