Li recentemente o livro “A Ira de Deus”, de Edward Paice – Editora Record – janeiro de 2010, que disserta sobre o grande terremoto de Lisboa, em 1º de novembro de 1755 – Dia de Todos os Santos – deixando aquela capital em completa ruína, ceifando a vida de um quarto de sua população. Terremoto de 9 (nove) pontos na escala Richter, seguido de tsunami e, depois, de um pavoroso incêndio, “uma destruição sem paralelo na história anterior da Europa”, só igualado ao de Londres.
Tragédias, nestes últimos séculos, ocorreram e não passaram despercebidas; para não citar uma enorme lista, ficamos com a primeira e a segunda guerras mundiais, o genocídio comunista que dizimou mais que as duas grandes guerras, o terremoto do Haiti e as últimas inundações.
O que chama atenção naquele terrível episódio da natureza e listado em primeiro lugar, não desprezando a intensidade e malefício dos demais, não está tão somente na tragédia causada em si, mas a discussão das duas principais religiões da época – catolicismo e protestantismo, aquele, em Lisboa, em maioria, culpando estes, em minoria. Em Londres, ao inverso, prosperava e ainda como dantes, o protestantismo, na sua maioria, culpando o outro em minoria, pelo acontecido.
Passados 255 anos, com o avanço do humanismo, da tecnologia, da educação ao alcance de todos, era de supor que isso poderia ter mudado de rumo, pois houve considerável aumento do conhecimento, antes reservado para poucos. Ledo engano! Para espanto de quem observa a evolução do animal bípede – chamado “ser humano”, não houve evolução, não, como naquela época de D. José, Rei de Portugal, e do Ministro Pombal (Sebastião José de Carvalho e Melo – primeiro Conde de Oeiras e Marquês de Pombal – Lisboa, 13 de maio de 1699 – Pombal, 8 de maio de 1782 – Secretário de Estado, depois, Primeiro Ministro – iluminista), mas continua ele preso aos preconceitos e vivências de uma sociedade de consumo cheia de crueldade, entorpecida pela maciça propaganda diária dos veículos de comunicação de vários matizes. Uma coletividade doente pelo estresse nauseante de um trânsito caótico e uma competição ferrenha e desigual.
Ninguém tem compromisso a não ser consigo mesmo; o egoísmo (e outros “ismos”) tomou conta do cérebro e entorpeceu a consciência do ser humano, desta primeira quadra do século XXI.
E o que fazer para reverter esta situação calamitosa? Parece-me, depois de uma breve reflexão, agora no albor da terceira idade, que temos de concordar, urgentemente, com Confúcio que há mais de 500 anos a.C., pregava que, enquanto não retificarmos nosso coração, não poderemos retificar o dos outros – como diz a Bíblia – “Ver nos olhos dos outros e não ver a trave nos seus” (Provérbios).
Ora, o difícil de curar um mal que nos aflige é primeiramente conhecê-lo e, após isso, encontrar o medicamento adequado, tomando-o regularmente pelo prazo necessário para restabelecer a saúde.
Conclusão: Se conhecemos o mal que nos aflige e o medicamento que não tenha efeito colateral, não há mais por que esperar para solucionar nossos grandes males.
Então, vamos combater com vigor e com tenacidade, primeiramente o consumismo, não esquecendo de abraçar a ética como se ela fosse escapar e adotar a virtude como meta. Vamos passar a olhar o horizonte de forma tal a recuperar nossas forças e daí passarmos a direcioná-lo verticalmente para o completo restabelecimento da paz social, uma vez que não podemos esperar pelo retorno de D. Sebastião e nem exaltar o sebastianismo.
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Valter Martins de Toledo – magistrado aposentado e jornalista diplomado pela UFPR – fundador da Academia Paranaense de Letras Maçônicas, sendo seu presidente no período de 1996/2006. Membro do Centro de Letras do Paraná, da Academia de Cultura do Paraná, com sede em Londrina, portador das condecorações de Membro Honorário da Força Aérea Brasileira e Medalha do “Mérito Santos Dumont” igualmente da FAB. Atualmente Conciliador voluntário do Núcleo de Conciliação do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Paraná.
Fonte:
O Autor
Tragédias, nestes últimos séculos, ocorreram e não passaram despercebidas; para não citar uma enorme lista, ficamos com a primeira e a segunda guerras mundiais, o genocídio comunista que dizimou mais que as duas grandes guerras, o terremoto do Haiti e as últimas inundações.
O que chama atenção naquele terrível episódio da natureza e listado em primeiro lugar, não desprezando a intensidade e malefício dos demais, não está tão somente na tragédia causada em si, mas a discussão das duas principais religiões da época – catolicismo e protestantismo, aquele, em Lisboa, em maioria, culpando estes, em minoria. Em Londres, ao inverso, prosperava e ainda como dantes, o protestantismo, na sua maioria, culpando o outro em minoria, pelo acontecido.
Passados 255 anos, com o avanço do humanismo, da tecnologia, da educação ao alcance de todos, era de supor que isso poderia ter mudado de rumo, pois houve considerável aumento do conhecimento, antes reservado para poucos. Ledo engano! Para espanto de quem observa a evolução do animal bípede – chamado “ser humano”, não houve evolução, não, como naquela época de D. José, Rei de Portugal, e do Ministro Pombal (Sebastião José de Carvalho e Melo – primeiro Conde de Oeiras e Marquês de Pombal – Lisboa, 13 de maio de 1699 – Pombal, 8 de maio de 1782 – Secretário de Estado, depois, Primeiro Ministro – iluminista), mas continua ele preso aos preconceitos e vivências de uma sociedade de consumo cheia de crueldade, entorpecida pela maciça propaganda diária dos veículos de comunicação de vários matizes. Uma coletividade doente pelo estresse nauseante de um trânsito caótico e uma competição ferrenha e desigual.
Ninguém tem compromisso a não ser consigo mesmo; o egoísmo (e outros “ismos”) tomou conta do cérebro e entorpeceu a consciência do ser humano, desta primeira quadra do século XXI.
E o que fazer para reverter esta situação calamitosa? Parece-me, depois de uma breve reflexão, agora no albor da terceira idade, que temos de concordar, urgentemente, com Confúcio que há mais de 500 anos a.C., pregava que, enquanto não retificarmos nosso coração, não poderemos retificar o dos outros – como diz a Bíblia – “Ver nos olhos dos outros e não ver a trave nos seus” (Provérbios).
Ora, o difícil de curar um mal que nos aflige é primeiramente conhecê-lo e, após isso, encontrar o medicamento adequado, tomando-o regularmente pelo prazo necessário para restabelecer a saúde.
Conclusão: Se conhecemos o mal que nos aflige e o medicamento que não tenha efeito colateral, não há mais por que esperar para solucionar nossos grandes males.
Então, vamos combater com vigor e com tenacidade, primeiramente o consumismo, não esquecendo de abraçar a ética como se ela fosse escapar e adotar a virtude como meta. Vamos passar a olhar o horizonte de forma tal a recuperar nossas forças e daí passarmos a direcioná-lo verticalmente para o completo restabelecimento da paz social, uma vez que não podemos esperar pelo retorno de D. Sebastião e nem exaltar o sebastianismo.
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Valter Martins de Toledo – magistrado aposentado e jornalista diplomado pela UFPR – fundador da Academia Paranaense de Letras Maçônicas, sendo seu presidente no período de 1996/2006. Membro do Centro de Letras do Paraná, da Academia de Cultura do Paraná, com sede em Londrina, portador das condecorações de Membro Honorário da Força Aérea Brasileira e Medalha do “Mérito Santos Dumont” igualmente da FAB. Atualmente Conciliador voluntário do Núcleo de Conciliação do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Paraná.
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