domingo, 15 de agosto de 2010

Roberto Pinheiro Acruche (Poemas Avulsos)


CAMINHOS

Caminhos... Caminhos!
Cada um com a sua história,
cada um com um destino!...
Caminhos que levam e trazem;
caminhos cruzados, esquecidos, abandonados;
caminhos que se encontram;
caminhos que se perdem!...
Caminhos do medo, da incerteza e da revolta;
caminhos dos enganos e dos desenganos,
onde durante anos aguardei a sua volta!...
Caminho da insensatez, da vaidade;
pelo qual você foi
deixando de vez
um peito angustiado,
sofrendo de saudade.

QUEM SOU EU

Eu sou um caso,
um ocaso!
Eu sou um ser,
sem saber quem ser!
Eu sou uma esperança,
sem forças!
Eu sou energia,
ora cansada!
Eu sou um velho,
ora criança!
Eu sou um moço,
ora velho!
Eu sou uma luz,
ora apagada!
Eu sou tudo,
não sou nada!

BUSCA

Quisera confessar as tantas coisas que me habitam, tornar visível todos os pressentimentos meus, desafogar-me dos sentimentos imprudentes, descobrir uma serenidade divina e livrar-me do desconhecido que me incomoda.

Cruzei por pontes de todas as estações em busca de um momento que revelasse o que sou, o que me embriaga, me assusta e me satisfaz.

Perdi-me pelos corredores da vida,
Deixei que me levasse de vencida...

Grito por um sorriso e enxugo as lágrimas
dissipando a tormenta das dúvidas.
Amparo-me nos sonhos, nas ilusões
e as minhas esquivas, são extraídas das lembranças que despertam e reconstroem
as adormecidas esperanças.

DEGRADAÇÃO

Uma árvore desfolhada, abandonada,
em cujos galhos não havia um só ninho,
não ouve o cantar feliz de um passarinho,
saudando a natureza dedicada.

Outras árvores, têm melancólico destino!...
Alguém ao cruzar o seu habitar
vem espontaneamente lhe cortar,
derramando ali, o seu desatino.

A floresta minada de desgosto,
atormentada, sob um sol posto,
ao se sentir mortificada
chora o canto triste de um passarinho
que perdeu seu berço, perdeu seu ninho
em outra árvore derrubada.

LABAREDAS

Espero-te!
Meu corpo arde em chamas
muito além do suportável...
A saudade de ti
invade-me com imensurável loucura!
Volte, como sempre:
Poderosa, alucinada, insana...
Quero os teus beijos, teu colo, teu cheiro, teus desejos.
Venha com toda a tua excitação...
em busca do amor...
queimando de paixão.

Fontes:
Colaboração do Autor
Colaboração de Antonio Manoel Abreu Sardenberg

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