Coacyaba - O primeiro beija-flor
Os índios do Amazonas acreditam que as almas dos mortos transformam-se em borboletas. É por esse motivo que elas voam de flor em flor, alimentando-se e fortalecendo-se com o mais puro néctar, para suportarem a longa viagem até o céu.
Coaciaba, uma bondosa índia, ficara víuva muito cedo, passando a viver exclusivamente para fazer feliz a sua filhinha Guanambi. Todos os dias passeava com a menina pelas campinas de flores, entre pássaros e borboletas. Dessa forma pretendia aliviar a falta que o esposo lhe fazia. Mesmo assim, angustiada, acabou por falecer.
Guanambi ficou só e seu único consolo era visitar o túmulo da mãe, implorando que esta também a levasse para o céu. De tanta tristeza e solidão, a criança foi enfraquecendo cada vez mais e também morreu. Entretanto sua alma não se tornou borboleta, ficando aprisionada dentro de uma flor próximo à sepultura da mãe, para assim permanecer do seu lado.
Enquanto isso, Coaciaba, em forma de borboleta, voava entre as flores, colhendo o seu néctar. Ao aproximar-se da flor onde estava Guanambi, ouviu um choro triste, que logo reconheceu. Mas, como frágil borboleta, não teria forças para libertar a filhinha. Pediu então ao deus Tupã que fizesse dela um pássaro veloz e ágil, que pudesse levar a filha para o céu. Tupã atendeu ao seu pedido, transformando-a num beija-flor, podendo assim, realizar o seu desejo.
Desde então, quando morre uma criança índia órfã de mãe, sua alma permanece guardada dentro de uma flor, esperando que a mãe, em forma de beija-flor, venha buscá-la, para juntas voarem para o céu, onde estarão eternamente.
O beija-flor
Um casal que tinha uma filha muito linda, trazia-a escondida, com medo que algum rapaz a roubasse.
Certa vez, uma escrava que foi à fonte buscar água, viu um beija-flor cantando bonito assim:
Esperança, esperança
Hum-hum
Tá… tá… tá-lê-lê
Sentada no cazumba
Helena Pereira,
Hum-hum
A negra deixou-se ficar, encantada. Como demorasse, a mãe da moça mandou outra negra, que também lá ficou. Depois outra e mais outra. Afinal, todos os escravos que foram, ficaram presos pelo encanto do pássaro. Por fim, a própria mãe da moça foi e ficou. Restava a moça, que não vendo ninguém voltar, foi à fonte, mas o beija-flor, logo que a viu, voou para ela, agarrou-a e despareceram juntos.
Fontes:
ANDRADE E SILVA, Waldemar de. Lendas e mitos dos índios brasileiros. São Paulo, FTD, 1997. Disponível em Jangada Brasil.
Os índios do Amazonas acreditam que as almas dos mortos transformam-se em borboletas. É por esse motivo que elas voam de flor em flor, alimentando-se e fortalecendo-se com o mais puro néctar, para suportarem a longa viagem até o céu.
Coaciaba, uma bondosa índia, ficara víuva muito cedo, passando a viver exclusivamente para fazer feliz a sua filhinha Guanambi. Todos os dias passeava com a menina pelas campinas de flores, entre pássaros e borboletas. Dessa forma pretendia aliviar a falta que o esposo lhe fazia. Mesmo assim, angustiada, acabou por falecer.
Guanambi ficou só e seu único consolo era visitar o túmulo da mãe, implorando que esta também a levasse para o céu. De tanta tristeza e solidão, a criança foi enfraquecendo cada vez mais e também morreu. Entretanto sua alma não se tornou borboleta, ficando aprisionada dentro de uma flor próximo à sepultura da mãe, para assim permanecer do seu lado.
Enquanto isso, Coaciaba, em forma de borboleta, voava entre as flores, colhendo o seu néctar. Ao aproximar-se da flor onde estava Guanambi, ouviu um choro triste, que logo reconheceu. Mas, como frágil borboleta, não teria forças para libertar a filhinha. Pediu então ao deus Tupã que fizesse dela um pássaro veloz e ágil, que pudesse levar a filha para o céu. Tupã atendeu ao seu pedido, transformando-a num beija-flor, podendo assim, realizar o seu desejo.
Desde então, quando morre uma criança índia órfã de mãe, sua alma permanece guardada dentro de uma flor, esperando que a mãe, em forma de beija-flor, venha buscá-la, para juntas voarem para o céu, onde estarão eternamente.
O beija-flor
Um casal que tinha uma filha muito linda, trazia-a escondida, com medo que algum rapaz a roubasse.
Certa vez, uma escrava que foi à fonte buscar água, viu um beija-flor cantando bonito assim:
Esperança, esperança
Hum-hum
Tá… tá… tá-lê-lê
Sentada no cazumba
Helena Pereira,
Hum-hum
A negra deixou-se ficar, encantada. Como demorasse, a mãe da moça mandou outra negra, que também lá ficou. Depois outra e mais outra. Afinal, todos os escravos que foram, ficaram presos pelo encanto do pássaro. Por fim, a própria mãe da moça foi e ficou. Restava a moça, que não vendo ninguém voltar, foi à fonte, mas o beija-flor, logo que a viu, voou para ela, agarrou-a e despareceram juntos.
Fontes:
ANDRADE E SILVA, Waldemar de. Lendas e mitos dos índios brasileiros. São Paulo, FTD, 1997. Disponível em Jangada Brasil.
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