quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n.94)


Uma Trova Nacional

No coração sem maldade,
relevo a minha cobiça.
Da feição à liberdade,
amor, prazer e justiça.
(ANTONIO PAIVA RODRIGUES/CE)

Uma Trova Potiguar

Por hábito a mulher mente
e em tudo se contradiz:
– sente, e não diz o que sente,
– diz, e não sente o que diz.
(ANTÔNIO DAMASCENO/RN)

Uma Trova Premiada

2000 > Niterói/RJ
Tema > DELÍRIO > Menção Especial

Em meus delírios risonhos
fiz de você quase um Deus...
e fui vivendo os seus sonhos
como se fossem os meus!
(ARLINDO TADEU HAGEN/MG)

Simplesmente Poesia

MOTE:
Na paineira do sertão,
muito longe da cidade,
sabiá, na solidão,
canta o choro da saudade.
(DÁGUIMA VERÔNICA/MG)

GLOSA:
Na paineira do sertão,
nas horas santas - amém!,
reza, o vento, uma oração
que os anjos ditam, do além.

A casinha de sapé,
muito longe da cidade,
abriga, com amor e fé
a nossa felicidade.

Sol a pino! Sobre o chão
animais agonizantes...
Sabiá, na solidão,
canta/dor dos retirantes.

Após nosso amor desfeito
tamanha é a dor que me invade
que meu coração, no peito,
canta o choro da saudade”.
(JURACI SIQUEIRA/PA)

Uma Trova de Ademar

Eu, no sertão, meninote,
depois de tomar mingau,
corria atrás de um garrote
no meu cavalo de pau.
(ADEMAR MACEDO/RN)

...E Suas Trovas Ficaram

Desfaz-se a flor, mas, no galho,
deixa, em pétala singela,
uma lágrima de orvalho,
que a noite chorou por ela
(CARLOS GUIMARÃES/RJ)

Estrofe do Dia

Com uma insônia aloprada
que não deixava eu dormir
comecei a refletir
na minha infância passada.
Lembrei da roça, da enxada,
daquele esforço medonho,
do meu trabalho enfadonho
no início da minha vida,
a noite não foi perdida
a reflexão virou sonho.
(FRANCISCO MACEDO/RN)

Soneto do Dia

– José Antonio Jacob/MG –
ILUSÃO MATERNA.

Ele era criança e pouco compreendia
O que era a dor de ter amor ausente:
Seu quintal era tudo o que ele via,
E via tudo muito de repente...

Contava estrelas mal morria o dia,
E ao vê-las pela noite simplesmente,
Fitava a mãe, e com o olhar pedia,
Uma delas para ele de presente.

E a mãe bondosamente lhe dizia,
Que a estrela era a alma boa que subia,
Para ir no Além com Deus sempre existir.

Hoje este homem aponta a estrela guia,
Feito uma criança se enche de alegria,
Ao ver a mãe no céu a lhe sorrir.

Fonte:
Ademar Macedo

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