quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Marcia Tiburi (Entre a Ficção e a Filosofia)

A escritora Márcia Tiburi participa de dois eventos em Curitiba em que discute sua produção literária e sua relação com a leitura   

Como muitos escritores brasileiros, a gaúcha Márcia Tiburi divide sua produção literária com atividades acadêmicas. Ela é professora do Programa de Pós-Graduação em Educação, Arte e História da Cultura da Universidade Mackenzie, em São Paulo. Para ela, porém, não há uma distinção clara entre a filosofia e a literatura. “Embora sejam coisas diferentes, uma ensina a outra. Quando eu faço filosofia, eu trabalho com conceitos, e quando eu faço literatura, trabalho com a imaginação. A descoberta da literatura ajuda a minha filosofia, e vice-versa”, explica em entrevista por telefone à Gazeta do Povo.

A escritora chega hoje a Curitiba para dois eventos, em que discute mais a fundo as relações de sua produção artística: primeiro, conversa com o músico Heitor Humberto, da Banda Gentileza, às 20 horas, no Teatro Sesi durante o Sesi Zoom Cultural, evento voltado ao público jovem que reúne artistas de diferentes áreas. Depois, na quarta-feira, às 20 horas, Márcia bate um papo com o público sobre sua obra e a importância da leitura, no do projeto Paiol Literário, promovido pelo jornal Rascunho, em parceria com a Fundação Cultural de Curitiba, o Sesi Paraná e a Fiep, no Teatro do Paiol.

A escritora, autora dos romances Magnólia (2005), A Mulher de Costas (2006) e, mais recentemente, Era Meu Esse Rosto (2012), entre outros, foi comentarista semanal do talk show feminino Saia Justa, exibido pelo canal pago GNT, junto com Luana Piovani, Monica Waldvogel e Maitê Proença, e afirma que falar com o público é um exercício constante. “Meu trabalho como professora e escritora é articular com alunos, jornalistas, leitores, e não há muita diferença para mim. Mas percebo como meus leitores, quando conversam comigo em encontros literários, preferem falar de filosofia, que é uma experiência construída unicamente da reflexão, e não exige o conhecimento de uma narrativa.”

Atualmente, a escritora vai além do romance e do texto acadêmico. Colunista da revista Cult desde 2008 e cronista do site Vida Breve, ela explica como os diferentes gêneros são parte fundamental de sua vida: “Quando eu escrevo literatura, há um outro esforço, o da estética escrita. Eu entro no reino das sensações, das imagens, tudo bem diferente do território da razão filosófica. E eu gosto das duas coisas. Já pensei se deveria largar uma, mas percebi que não passo sem elas. E sei que não estou sozinha, porque sei de outros que seguiram pelo mesmo caminho, como Camus, Sartre e Simone de Beauvoir.”

Fonte:
Gazeta do Povo. Caderno G. 16 de agosto de 2012.

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