sábado, 26 de janeiro de 2019

Antonio Cícero da Silva "Águia" (A Flor Amarela)


Na fazenda do senhor Cosmo, nasceu uma planta bem diferente das demais, em toda a região.

E com o passar do tempo, ela foi crescendo e crescendo. Depois de estudada por profissionais da área, foram colhidas amostras, por tratar-se de uma planta desconhecida pela ciência, em toda a região, para possíveis levantamentos referentes à mesma.

A planta cresceu sem que as pessoas soubessem seu nome. Ninguém a conhecia. Na sua espécie, pessoa alguma conseguia comentar, por falta de conhecimentos.

Até que um dia, floresceu uma grande e linda flor amarela, que era bem maior que um girassol.

E um homem que passava no local, ao acariciar a tão linda flor amarela, ficou sarado na hora, das lesões de um derrame, em que havia sofrido.

O homem, falou ao proprietário do local, senhor Cosmo, do que havia acontecido com ele.

O fazendeiro, por sua vez, tomando conhecimento de que o senhor Aquiles estava novinho em folha, de maneira que nem parecia pessoa que tivesse sofrido a um recente derrame, pegou um menino seu criado que era cego e levando-o sem nenhum alarde, juntamente com o senhor Aquiles, até a planta, que media um metro e meio de altura e fizeram com que a criança tocasse a planta, que ficou sarado, no mesmo instante.

O menino, quase entrou em estado de choque, por nunca ter visto o mundo e por alcançar a um tremendo milagre, estava enxergando a tudo.

A notícia rapidamente se espalhou por toda a região e vinham pessoas de todos os lugares, com diferentes problemas de enfermidades e ao tocarem a flor, eram completamente curadas.

E assim, tudo aconteceu por um longo tempo.

Até que um dia, um dos filhos do fazendeiro senhor Cosmo, teve uma ideia de passar a cobrar pedágio a título de taxa para conservação, a todas as pessoas, que alcançassem a graça de serem curadas, por aquela desconhecida planta.

De início, seu pai relutou contra aquela ideia, mas sendo vencido pelo cansaço, abriu mão do assunto.

O senhor Cosmo não aceitou a tal ideia, por ter nascido aquela planta por acaso, no local onde vivia, por conta do destino.

Leandro passou então, a cobrar o pedágio, de todas as pessoas que iam a procura de um milagre.

De início, cobrava apenas, das pessoas que alcançavam o que desejavam, mas logo em seguida, passou a cobrar de todos os que fossem lá. Mas um fato inusitado aconteceu. Tendo em vista a tamanha usura do moço, dentro de oito dias, a planta secou e com ela, desapareceram os milagres.

E toda a população passou a comentar, que por motivo do olhar tão grande do Leandro, desapareceu a planta tão milagrosa.

O tempo passou e um dia, o Leandro ao ser acometido por uma serpente, correu até ao local de onde havia anteriormente a planta da flor amarela e milagrosa e veio a morrer de joelhos, naquele lugar, sem alcançar também a nenhum milagre, por motivo de sua avareza.

Fonte:
Eldorado (coletânea de poemas, crônicas e contos). vol. II. 
Santos/SP: Celeiro de Escritores.

Um comentário:

Anônimo disse...

Conto que transmite uma bela mensagem, muito lindo, parabéns querido poeta 🎊