quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Vereda da Poesia = 162 =




Trova do
PROFESSOR GARCIA
Caicó/RN

A dor que se intensifica
e amedronta os dias meus,
é pensar na dor que fica
depois da palavra adeus!
= = = = = = 

Poema de 
GRAÇA PIRES
Figueira da Foz/Portugal

Quero uma Casa

Quero uma casa com paredes azuis,
com varandas vidradas sobre a noite.
Um abrigado lugar no eixo do silêncio.
Um espaço intemporal. Sagrado.
Ancorado perto de um signo lunar,
ou preso a um verão inesperado.
Quero dançar dentro das palavras líquidas:
água, rio, mar, lágrimas,
talvez o orvalho que escorre pelas árvores de madrugada.
Quero atravessar uma crônica de viagem,
conspirando contra os profetas de marés sobressaltadas,
para não morrer sufocada na engrenagem do medo.
Quero ficar seduzida de uma espera,
no imaginário dos que sonham,
e gritar a idade circular de qualquer afeto.
Quero amar o pretexto branco dos meus olhos
sem precipitar a cor translúcida das raízes
que prendem a noite à palidez do sol na sedução do amanhecer,
e deixar, depois, que um azul extenuado me denuncie.
= = = = = = 

Trova humorística de 
WANDA DE PAULA MOURTHÉ
Belo Horizonte/MG

Chega bêbado… sequer
distingue um rosto e malogra:
dá alguns tapas na mulher
e muitos beijos na sogra!
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Soneto de 
AMILTON MACIEL MONTEIRO
São José dos Campos/SP

Avós

Dizem que avós são pais açucarados...
E deve ser verdade, com certeza!
Quantos netinhos são apaixonados
pelo doce dos velhos. Que beleza!

Isso não só em parentes mais chegados
eu vejo, em geral, e com clareza,
netos beijando avós, muito abraçados,
com amor, tal qual manda a natureza!

Infelizmente eu não senti de perto
o gosto de viver com avós. E é certo
que, isso, me marcou a vida inteira...

Meus quatro avós morreram antes mesmo
de eu ter nascido!  E não por morte a esmo;
mas na “febre amarela”  brasileira!
= = = = = = 

Trova de
ZAÉ JÚNIOR
Botucatu/SP, 1929 – 2020, São Paulo/SP

Se tu buscas na partida
além do horizonte, a paz,
não fujas da própria vida,
que a vida sabe o que faz!
= = = = = = 

Hino de 
IPUPIARA*/BA

Nasce o sol a brilhar lá na serra!
Ao saudar o seu povo varonil,
Que batalha para seu progresso
E ao progresso do Brasil.

Ibipetum!
Terra alegre e formosa,
Com o seu povo gentil
Que ao sol da terra, carpina,
Pra autonomia alcançar!

Tuas serras e seus cristais,
O teu povo a garimpar,
Almejando melhorias e vitórias
E o progresso do lugar.

Ibipetum!
Terra boa e amiga
Para quem lhe visitar;
Em seu manto mui sagrado
E Santo Antonio a abençoar!

Os campos verdes de suas matas
E o plantio a se ganhar,
O sertanejo trabalha contente
Pro progresso familiar!

O teu nome eleva o seu rumo,
É a riqueza do fumo por vir;
Seu topônimo é da língua Tupi,
Ibipetum!
Tu és a terra do fumo!

Viva Ibipetum! Viva Ibipetum!
–––––––
* Nota:
O topônimo Ipupiara é derivado da língua indígena tupi e significa deusa das águas.
O município de Ipupiara possui o distrito sede e o distrito de Ibipetum, por onde estão distribuídos mais de 69 povoados.
= = = = = = 

Trova Premiada de
RITA MARCIANO MOURÃO 
Ribeirão Preto/SP

Amanhece, o dia é lindo,
e o passaredo contente
faz festa ao sol, que sorrindo.
lá do céu contempla gente.
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