ARTHUR THOMAZ
Campinas/SP
Deve-se valorizar
toda forma de inclusão.
Haverá sempre um lugar
para amparar um irmão …
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Soneto de
ALDO ARRAIS
(Antônio Aldo Arrais Batista Torres de Castro)
Alenquer/PA +
Rio agonizante
Arrastões, malhas finas com pingentes
Depredação total nos rios pequenos
Não mais pescador imprevidente
tantos peixes, com bombas e venenos.
Malhando peixes magros e carnudos
Confinados nos lagos e nos rios
Apanham peixes grandes e miúdos
com tarrafas e redes, nos baixios.
Pingando da folhagem verdejante
O sereno das noites de verão
molha os lábios do Rio Agonizante.
Riozinho condenado, que tristeza
Tuas águas fazem estranha procissão
no triste funeral da natureza.
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Trova de
PAULO ROBERTO DA SILVA
Caicó/RN
Traçadas pela quimera...
as rugas que hoje pranteio,
são marcas da minha espera
de um amor que nunca veio!
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Poema de
BENIGNA SAMSELSKI
Belém/PA
Valsa
Pronta para a dança...
Desejando repetir-te;
Na valsa, no tango,
Nos quatro cantos da sala
Do quarto
Da cama,
Do chão
Do tapete
Dos sonhos
E dos voos mais bonitos.
Através do vento
Por entre estrelas,
Rasgando nuvens
No firmamento
Nem sempre firme
Para que possamos passar
Por entre o espaço,
O tempo,
Os sonhos...
E nos agasalharmos
No infinito.
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Trova de
APARÍCIO FERNANDES
Acari/RN, 1934 – 1996, Rio de Janeiro/RJ
De falhas ninguém se esquiva,
por isso, afirmo sem susto:
há censura construtiva
e muito elogio injusto!
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Soneto de
EDITH LOBATO
Itaituba/PA
Ânsia do coração
Desponta o dia e meu olhar perdido,
Esmola tua presença à distância.
E pulsa o coração com total ânsia,
Deseja o teu carinho apetecido.
E ao meio dia o tempo enraivecido,
Meu pensamento em doida eflorescência.
Vagando nos escombros da existência,
Num mundo que parece sem sentido.
E dentre sois e luas, vendavais,
A vida corre afoita e sempre traz,
A força que nos faz seguir sonhando.
Colhendo experiência dos meus ais,
Eu não desisto frente aos temporais,
E vou por insistência labutando.
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Trova de
PROFESSOR GARCIA
Caicó/RN
Cadeira velha!...Esquecida,
sem dono e sem mais ninguém...
Só a saudade atrevida
reclama a ausência de alguém!
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Poema de
FILEMON ASSUNÇÃO
Belém/PA
Remorso
Embora, minha mãe, o teu cabelo
Tome a cor da neblina e do luar,
E os teus olhos, nevoentos e sem brilho,
Sejam fontes de pranto a gotejar,
Continuas a ser para teu filho
Essa mesma boníssima criatura,
Pródiga de cuidados e de zelo.
Tua cabeça vai aos poucos branquejando.
Que pena ver tão branco o teu cabelo!
Minha Nossa Senhora da Amargura,
Rainha incomparável do desvelo,
Mais uma vez teu dúlcido perdão:
Para aumentar a minha desventura,
Não sei porque me diz o coração
Que eu sou unicamente o causador
De ficar teu cabelo dessa cor ...
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Trova de
WANDA DE PAULA MOURTHÉ
Belo Horizonte/MG
Forçada a escolhas na vida
- teatro que não domino
fui marionete movida
pelos cordéis do destino!
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Soneto de
AMILTON MACIEL MONTEIRO
São José dos Campos/SP
Tiziu
Ouvindo um psiu, psiu...
esta manhã bem cedinho,
me acordei com um passarinho
que nem sei de onde surgiu.
Só sei que, dando pulinho,
a cada psiu, o tiziu
em meu peito descobriu
um lugar para o seu ninho...
E ao ver que eu me levanto
só para vê-lo com apreço
em seu negror reluzente,
Ele mais canta e eu me encanto!
E orando a Deus, agradeço
tão mavioso presente!
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Trova de
ZAÉ JÚNIOR
Botucatu/SP, 1929 – 2020, São Paulo/SP
Se a morte não me intimida
e as tristezas não endosso,
eu só quero, havendo vida,
ser eterno enquanto posso!
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Hino de
CONTENDA/PR
Descendente de audaz imigrante
Que aportou neste lindo rincão,
Nasce a gente altaneira e gigante
Bandeirantes do agreste sertão.
Hoje os filhos da raça pioneira
Trabalhando com força e ardor,
Honram as cores da nossa bandeira
No trabalho, na fé e no amor.
Estribilho:
Foste vila em setembro
E cidade em novembro
E teu povo sempre ordeiro
Fez de ti grande celeiro,
Trabalhando sem parar,
Nunca deixa de cantar
Contenda amada, Contenda amada,
Terra por Deus abençoada.
Nestes campos e nestas serras,
Onde a vida feliz se refaz
Veio o filho de outras terras
Encontrar o abrigo e a paz.
E a benção de São João teu padroeiro,
Fez brotar as riquezas do chão.
És orgulho do povo brasileiro
Ó Contenda, querido torrão.
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Trova Premiada de
RITA MARCIANO MOURÃO
Ribeirão Preto/SP
Resisto, mas me afrouxando,
revogo a minha sentença.
Quem ama mesmo sangrando
perdoa e renova a crença.
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Recordando Velhas Canções
RECADO
(samba, 1959)
Luís Antônio e Djalma Ferreira
Você, errou quando olhou, pra mim
Uma esperança, fez nascer, em mim
Depois levou, pra tão longe de nós
Seu olhar no meu, a sua voz
Você deixou, sem querer deixar
Uma saudade, enorme em seu lugar
Depois nós dois
Cada qual a mercê do seu destino
Você sem mim, eu sem você!
Saudade, meu moleque de recado
Não diga que eu me encontro nesse estado
Você deixou, sem querer deixar
Uma saudade, enorme em seu lugar
Depois nós dois
Cada qual a mercê do seu destino
Você sem mim, eu sem você!
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Trova de
CAMPOS SALES
Lucélia/SP, 1940 – 2017, São Paulo/SP
Nosso amor foi tão verdade,
que mesmo tendo acabado,
há uma ponte de saudade,
ligando o nosso passado!
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