domingo, 22 de fevereiro de 2009

Wagner Ferreira (A Pedra Prole)

A pedra não se rompe nem se arrasta
É sólida, nossa última arma secreta.
Somos peregrinos nas mãos de todos
Sempre excitados para sermos atirados.
A vida: fardo caminho de pedregulhos.
O amor: a mais bela drusa, pepita mais rara.
Sentimo-nos empedrados, orgulhosos.
O mundo: penedo maior, cósmica pedreira.
Em cada sonho, o palpitar do átomo da pedra.
Enfileirando nossas casas, nossas lápides.
Cristalizando em gloriosas estátuas de lepra
Com seixos inférteis, dormentes, impunes.
Pérolas que não se divorciam nem se abortam.
Espreitam tácitas pelos nossos fracassos.
Na iminência elas esperam, se lapidam...
Proliferam pra vencer também nossos filhos.
Se elas falassem e calassem os homens...
Dinamitando a falésia da nossa paralisia,
Que nos transformou em vermes infames...
Ouro de tolo, poeira, veio da própria hipocrisia
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Sobre o Autor
Wagner Ferreira nasceu em Sorocaba, é poeta, romancista, cronista, contista, co-autor das antologias Sorocult e Rodamundo em 2008, também colunista do site Sorocult.com, cursou Direito na Fadi e Letras na Unicoc, é autodidata, acumulando várias atividades no comércio e exercendo várias profissões.
Autor do romance místico, “O caçador de milagres”. Um romance de auto conhecimento, que traz sabedorias milenares para a realidade brasileira.

Fonte:
Cenário Cultural. In http://www.cintianmoraes.com.br

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