Numa escola que põe a leitura em primeiro plano, o coordenador e o professor de Língua Portuguesa são centrais
CLAUDIO BAZZONI "Para formar leitores ativos, é preciso combinar e desenvolver procedimentos comuns em todas as áreas do saber."
Para você que leu este especial de cabo a rabo, partes dele ou mesmo se apenas passou os olhos na capa, no índice e nas reportagens, talvez o que eu vá dizer agora não seja novidade, mas não custa repetir: o desenvolvimento da competência leitora e escritora é imprescindível para a aprendizagem dos conteúdos de Arte, Ciências, Educação Física, Geografia, História, Língua Estrangeira, Língua Portuguesa e Matemática. Essa constatação deveria ser suficiente para que coordenadores e professores passassem a encarar a leitura e a escrita como o foco do trabalho. Para concretizar essa prática de forma eficiente, é preciso combinar, aplicar e exercitar procedimentos comuns, que façam os alunos interagir com ideias alheias, estudá-las e apreendê-las – e que os tornem leitores ativos, capazes de usufruir de diferentes modos de ler.
Que procedimentos devem fazer parte desses combinados? Uma opção são os de estudo: resumos, fichamentos, resenhas, paráfrases, esquemas e respostas a questionários – enfim, gêneros escritos de apoio à leitura, que funcionam bem para a recuperação de ideias significativas ou para uma compreensão mais aprofundada. Pode-se definir, por exemplo, que nenhum docente proponha grifar sem explicitar a razão por que essa atividade foi proposta, discutir critérios para sublinhar ou não as passagens do texto e monitorar a tarefa. Além disso, cada professor deve ser modelo: é condição de aprendizagem que os alunos vejam e entendam como um leitor competente faz para grifar um texto.
Para que essa articulação funcione, o coordenador pedagógico tem um papel fundamental a cumprir. Cabe a ele conduzir as discussões, propor pautas e investigações dos referenciais e materiais de orientação pedagógica que trazem sugestões de procedimentos de estudo. Também é sua função fazer um levantamento dos gêneros mais frequentes nas disciplinas e definir, juntamente com os professores, os procedimentos a adotar nas aulas e nos projetos de pesquisa. Por fim, deve garantir que todos se inteirem das combinações para colocá-las em prática. Seguindo caminhos como esses, as reuniões pedagógicas tornam-se espaço de troca, em que os professores das diferentes disciplinas debatem as práticas de linguagem mais apropriadas para ensinar a ler e a escrever textos.
CLAUDIO BAZZONI "Para formar leitores ativos, é preciso combinar e desenvolver procedimentos comuns em todas as áreas do saber."
Para você que leu este especial de cabo a rabo, partes dele ou mesmo se apenas passou os olhos na capa, no índice e nas reportagens, talvez o que eu vá dizer agora não seja novidade, mas não custa repetir: o desenvolvimento da competência leitora e escritora é imprescindível para a aprendizagem dos conteúdos de Arte, Ciências, Educação Física, Geografia, História, Língua Estrangeira, Língua Portuguesa e Matemática. Essa constatação deveria ser suficiente para que coordenadores e professores passassem a encarar a leitura e a escrita como o foco do trabalho. Para concretizar essa prática de forma eficiente, é preciso combinar, aplicar e exercitar procedimentos comuns, que façam os alunos interagir com ideias alheias, estudá-las e apreendê-las – e que os tornem leitores ativos, capazes de usufruir de diferentes modos de ler.
Que procedimentos devem fazer parte desses combinados? Uma opção são os de estudo: resumos, fichamentos, resenhas, paráfrases, esquemas e respostas a questionários – enfim, gêneros escritos de apoio à leitura, que funcionam bem para a recuperação de ideias significativas ou para uma compreensão mais aprofundada. Pode-se definir, por exemplo, que nenhum docente proponha grifar sem explicitar a razão por que essa atividade foi proposta, discutir critérios para sublinhar ou não as passagens do texto e monitorar a tarefa. Além disso, cada professor deve ser modelo: é condição de aprendizagem que os alunos vejam e entendam como um leitor competente faz para grifar um texto.
Para que essa articulação funcione, o coordenador pedagógico tem um papel fundamental a cumprir. Cabe a ele conduzir as discussões, propor pautas e investigações dos referenciais e materiais de orientação pedagógica que trazem sugestões de procedimentos de estudo. Também é sua função fazer um levantamento dos gêneros mais frequentes nas disciplinas e definir, juntamente com os professores, os procedimentos a adotar nas aulas e nos projetos de pesquisa. Por fim, deve garantir que todos se inteirem das combinações para colocá-las em prática. Seguindo caminhos como esses, as reuniões pedagógicas tornam-se espaço de troca, em que os professores das diferentes disciplinas debatem as práticas de linguagem mais apropriadas para ensinar a ler e a escrever textos.
Outro profissional essencial para fazer o trabalho avançar é o professor de Língua Portuguesa. Por desenvolver mais costumeiramente as habilidades leitoras dos alunos, ele ajuda a analisar os dispositivos composicionais que envolvem textos dos gêneros específicos das outras disciplinas. Ao colocar a serviço da escola sua formação e atuação, se coloca como um parceiro mais experiente quando a leitura entra em cena.
Planejar um trabalho integrado que efetivamente desenvolva habilidades de leitura e de produção de texto e que proporcione diferentes modos de ler é ainda um desafio. Mas ele pode ser superado com o empenho de coordenadores e de professores de todas as áreas do conhecimento que considerem, no ensino de leitura, o papel fundamental das estratégias de abordagem e de construção de sentidos dos textos.
–––––––––––––-
Claudio Bazzoni é assessor de Língua Portuguesa da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo e selecionador do PrêmioVictor Civita – Educador Nota 10.
Fontes:
Colaboração Revista Nova Escola. Edição Especial. Janeiro de 2010.
Planejar um trabalho integrado que efetivamente desenvolva habilidades de leitura e de produção de texto e que proporcione diferentes modos de ler é ainda um desafio. Mas ele pode ser superado com o empenho de coordenadores e de professores de todas as áreas do conhecimento que considerem, no ensino de leitura, o papel fundamental das estratégias de abordagem e de construção de sentidos dos textos.
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Claudio Bazzoni é assessor de Língua Portuguesa da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo e selecionador do PrêmioVictor Civita – Educador Nota 10.
Fontes:
Colaboração Revista Nova Escola. Edição Especial. Janeiro de 2010.
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