quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Olga Agulhon (O Dito e o não dito)


As palavras são cruéis e desobedientes;
não são humildes servas.
Fazem-nos cócegas
e depois que saem da boca,
não tornam a ela,
por mais que imploremos;
mas também não vão embora;
ficam ressoando no ar
e nos perseguem para sempre.
Por isso, busco o silêncio;
só ele nos deixa em paz.
As palavras...
prefiro prendê-las no papel.
Se viro a página
ou fecho o livro,
as silencio.
Vingo-me.
Venço.
Torno-me rei.
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Fontes:
Colaboração da poetisa.

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