terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Academia Sergipana de Letras



A Academia Sergipana de Letras é a instituição literária sergipana que tem por finalidade o cultivo e o desenvolvimento das letras em geral e colaborar na elevação das artes e da cultura do Brasil e, de modo particular em Sergipe.

Foi criada segundo o modelo da Academia Brasileira de Letras, por iniciativa do poeta Antônio Garcia Rosa e de outros intelectuais sergipanos, destacando-se, entre eles, José de Magalhães Carneiro, Cleomenes Campos, José Augusto da Rocha Lima, Rubens Figueiredo, Monsenhor Carlos Costa, Clodomir Silva e Manuelito Campos.

A Academia tem uma história toda especial, pois sucedeu à Hora Literária, instituição recreativa, fundada em 1º de abril de 1919, depois transformada em sociedade literária de caráter acadêmico autônoma, por decisão da Assembléia Geral de 17 de julho de 1927.

A Hora Literária tinha como objetivos a promoção do estudo; o envolvimento intelectual do cidadão e a difusão do pensamento.

Cumpria, a Hora Literária, as suas metas, quando o movimento em prol da fundação da Academia consolidou-se, principalmente a partir de 13 de abril de 1929, quando deliberou-se que para a composição do quadro acadêmico, ficariam mantidos os acadêmicos que pertenciam à Hora Literária.

Assim, a 1º de junho de 1929, a Hora Literária convertia-se na Academia Sergipana de Letras, dando grande brilho às letras sergipanas. Seu primitivo estatuto criou 16 cadeiras para os seus sócios acadêmicos, todas patrocinadas por sergipanos ilustres, já, falecidos, na seguinte ordem: Tobias Barreto, Silvio Romero, Fausto Cardoso, Bitencourt Sampaio, Ivo do Prado, Gumercindo Bessa, Curvelo de Mendonça, Felisbelo Freire, Maximino Maciel, Lapa Pinto, Maria Perdigão, Severiano Cardoso, Frei Luiz de Santa Cecilia, Horácio Hora, Armindo Guaraná e Pedro de Calazans.

Segundo o mesmo estatuto, para ocupá-las foram considerados sócios acadêmicos, com posse de todos os direitos inerentes à dignidade do cargo e das funções, os poetas Antônio Garcia Rosa, Cleomenes Campos, Etelvina Siqueira e Hermes Fontes; escritores José de Magalhães Carneiro, Ranulfo Prata, Manuelito Campos, Rubens de Figueiredo, Clodomir Silva e Gilberto Amado; filológo e orador José Augusto da Rocha Lima; oradores D. Antônio Cabral e Monsenhor Carlos Costa; pedagogos Manuel Santos Melo e Helvécio Andrade.

Posteriormente, foram integrados os 24 membros restantes, a exemplo da Academia Brasileira de Letras, constituindo, dessa maneira, o corpo dos 40 imortais. A Academia passou a adotar, como logomarca, uma coroa de louros, formada de dois ramos, presos por um laço de fita, tendo ao centro o mapa de Sergipe, dentro do qual consta a divisa: "Dare lumina terris" (Dar luz a terra), - tudo encimado por uma estrela pentagonal.

Em 1931, o Sodalício estava composto de 40 membros efetivos e de 20 correspondentes. Como patronos das cadeiras criadas, estabeleceu-se a seguinte ordem: Tobias Barreto, Silvio Romero, Fausto Cardoso, Bitencourt Sampaio, Ivo do Prado, Gumercindo Bessa, Curvelo de Mendonça, Felisbelo Freire, Maximino Maciel, Lapa Pinto, Lima Junior, Severiano Cardoso, Frei Santa Cecília, Horácio Hora, Armindo Guaraná, Ascendino Reis, Pedro de Calazans, Vigário Barroso, Pereira Barreto, Coelho e Campos, Caldas Júnior, Martinho Garcez, Ciro Azevedo, Pedro Moreira, Dias de Barros, Monsenhor Fernandes da Silveira, Manuel Luiz, Conselheiro Orlando, Jackson Figueiredo, José Jorge de Siqueira, José Maria Gomes de Souza, Oliveira Ribeiro, Guilherme Rebelo, Joaquim Fontes, Conselheiro Aranha Dantas, Baltazar Gois e Brício Cardoso.

Nos anais do Cenáculo, figuram como primeiros ocupantes das cadeiras, renomados homens de letras, a começar por Antônio Garcia Rosa, Magalhães Carneiro, Cleómenes Campos, José Augusto da Rocha Lima, D. Antônio Cabral, Gilberto Amado, Ranulfo Prata, Manuelito Campos, Rubens Figueiredo, Artur Fortes, Costa Filho, Monsenhor Carlos Costa, Clodomir Silva, Santos Melo, Helvécio de Andrade, Hermes Fontes, Oliveira Teles, D. Mário Vilas Boas, Pìres Wynne, Alfeu Rosas, Maurício Cardoso, João Passos Cabral, Prado Sampaio, Julio Albuquerque, Carvalho Neto, Florentino Menezes, Nobre de Lacerda, Gervâsio Prata, Abelardo Cardoso, Enock Santiago, João Esteves da Silveira, Edson Ribeiro, Humberto Dantas, Olegário e Silva, Josué Silva, Augusto Leite, Hunaldo Santaflor Cardoso, Pedro Machado, Marcos Ferreira de Jesus, Zózimo Lima, Epifânio Dória.

Passaram, também, pelos assentos da Academia, expressões culturais do porte de José da Silva Ribeiro Filho, Freire Ribeiro, Garcia Moreno, Exúpero Monteiro, Abelardo Romero, Jorge Neto, Gonçalo Rolemberg Leite, Sebrão Sobrinho, Clodoaldo de Alencar, Felte Bezerra, Severino Pessoa Uchôa, Renato Mazze Lucas, Urbano Neto, Monsenhor Domingos Fonseca, José Olino de Lima Neto, Orlardo Vieira Dantas, José Augusto Garcêz, Benedito Cardoso, João Fernandes de Britto, José Maria Rodrigues Santos, Antônio Garcia Filho, Núbia Nascimento marques e D. José Brandão de Castro.

As reuniões da Academia, a partir de 1932, aconteceram na Sala da Ordem dos Advogados do Brasìl, Seccional de Sergipe, localizada no antigo Palácio da Justiça, à Praça Olympio Campos, onde atualmente funciona a Procuradoria Geral do Estado; mudou-se, depois para o Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, à rua Itabaianiriha, já que, praticamente todos acadêmicos eram, também, sócios dessa modelar instituição cultural.

No início da década de 70, as reuniões da Academia foram mais uma vez transferidas. Desta feita, graças aos trabalhos desenvolvidos pelos acadêmicos Severino Uchôa, então Presidente, e Emmanuel Franco, as tertúlias acadêmicàs passaram a ter lugar no vasto salão do primeiro andar da antiga iblioteca Pública, hoje Arquivo Público do Estado, à Praça Fausto Cardoso. E aí viveu ela por alguns anos, até que foi desalojada e transferida para o sobrado em que funcionou, antigamente, o Colégio Tobias Barreto, localizado na rua Pacatuba, 288, o qual, aliás, é um dos últimos exemplares da arquitetura civil do início do século, em nossa cidade. Como se vê, não foram fáceis esses longos anos de existência da Academia, já que para começar, não possuía casa. Ultimamente, porém, o tratamento melhorou e o Governo do Estado vem mantendo, com a instituição cultural, um pacto de uso do prédio público, numa total parceria, uma vez que ambos estão comprometidos com as ações de promoção, difusão e intercâmbio das atividades culturais e artísticas de Sergipe.

A Academia no curso dos seus 71 anos de existência tem sido reconhecida pela sociedade sergipana como a entidade cultural responsável pelo estímulo do movimento intelectual do Estado e, como tal, tem merecido do Poder Público e da iniciativa privada, as melhores atenções, sempre voltadas para a consecuçáo dos seus objetivos, na incessante busca do desenvolvimento cultural e social do povo sergipano.

A Academia Sergipana de Letras é reconhecida, também, como a mals democrática das Academias do País, pois, em seu quadro, abriga não só literatos, como homens de artes, humanistas e cientistas, dando, assim, uma ênfase especial à cultura em geral, cumprindo, destarte, as suas finalidades estatutárias.

Com efeito, na atualidade, as cadeiras acadêmicas estão ocupadas de figuras de todos os segmentos culturais do Estado. Entre os poetas, figuram: Santo Souza, Hunald de Alencar, Wagner Ribeiro, José Abud, Eunaldo Costa, Carlos Britto e Carmelita Fontes; cientistas: Emmanuel Franco, Walter Cardoso e Eduardo Garcia; escritores: José Amado Nascimento, Clodoaldo de Alencar Filho, Mário Cabral, D. Luciano Cabral Duarte, José Bonifácio Fortes Neto, Luiz Antonio Barreto, Manoel Cabral Machado, Acrísio Torres de Araújo, Francisco Guimarães Rollemberg, João Alves Filho e Maria Lígia Madureira Pina; historiográfos: Maria Thetis Nunes, Ariosvaldo Figueiredo, José Silvério Leite Fontes e Luiz Fernando Ribeiro Soutelo; juristas: José Anderson Nascimento, Luiz Pereira de Melo, Luiz Garcia, Luiz Rabelo Leite, Artur Oscar de Oliveira Déda, Luiz Carlos Fontes de Alencar e Acelino Pedro Guimarães; filólogos Ofenísia Soares Freire e João Evangelista Cajueiro; orador e escritor: João de Seixas Dória e artista plástico e escritor João Gilvan Rocha.

Numa ação de grande incentivo, o saudoso ex-Presidente Antônio Garcia Filho, criou a 25 de agosto de 1984, o Movimento de Apoio Cultural da Academia Sergipana de Letras, centro de reunião de intelectuais sergipanos que, dia a dia, aprimoram os seus conhecimentos. O MAC tem prestado relevantes serviços à Academia e à vida cultural do Estado, valendo destacar o incessante trabalho desenvolvido pelo seu coordenador, jornalista José Ferreira Lima, secundado por Lauro Rocha de Lima, Cléa Maria Brandão Mendes, Sergival Silva, Malba Maria Eng de Almeida, Araripe Coutinho, Luzia Maria da Costa Nascimento e Maria Luiza Martins Caldas Prado. A importância desse Movimento Cultural, no cenário acadêmico, foi confirmada, de forma unânime, com a eleição e posse de dois dos seus integrantes, para cadeiras acadêmicas: Acelino Pedro Guimarães e Maria Lígia Madureira Pina e a recente eleição de José Lima de Santana.

Entre as atividades da Academia figuram palestras, cursos, concursos literários, seminários, além da publicação da Revista e de livros de autores sergipanos. Promove, ainda, a preservação e a divulgação da Literatura e de outras manifestações culturais, mantendo intercâmbios com entidades culturais brasileiras e estrangeiras, para o desenvolvimento cultural do povo sergipano.

(José Anderson Nascimento - Presidente)

Fontes:
http://www.wagnerlemos.com.br/
http://www.asl-se.org.br

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