Senhor Juiz
Venho diante de vossa excelência expor um fato
Pedir assim se de teu agrado for sua excelsa intervenção
Pois tendo já perdido o controle, não vejo em mim condições
De resolver de imediato, mesmo sendo responsável por minhas ações
Conhecendo seu Domínio e Sua capacidade, eu me rendo
E por não mais enxergar, dou por minha parte perdido assim a visão
Trago a Ti tamanho enigma e peço desfragmenta-o e devolva-me a razão.
E dai a liberdade, Senhor Juiz, ao instrumento de carne em questão.
Da parte que a mim cabe, digo estava ele a poetizar, só e sem nada sentir
Quando foi tomada de mim a ciência e percebi nada mais poder fazer
Procurei-o porem não dei queixa, pois me parecia bem a tal situação
E o tempo teve pressa em afastá-lo de mim tirando-me o poder de ação.
Lembrai Senhor Juiz, do poeta Ronaldo Cunha
Do fato inusitado de um “tal” violão
Que tendo levado alegria nas noites de serestas
E sem nada dever foi parar numa prisão?
Lembrai Senhor! da atitude do Juiz Roberto Pessoa
Comovido em seu peito da responsabilidade em suas mãos
Vendo a tristeza da cidade e o silencio em suas ruas
Mandou soltar de imediato, dando liberdade ao violão
Peço com a mesma reverência que me dê preferência
Pois tenho certa urgência em voltar meu afazer
Preciso dele, do instrumento a ser mencionado, deixe preso
Os motivos que agora são banais como já se pode ver
Senhor Juiz devolva a liberdade tira-o desta agonia
Pois o “crime” ocorrido foi amar outro coração
“crime” comum eu penso, considerando a tristeza deste dia
Vejo em minha mente a morte silenciosa da poesia
Ele nada mais é que um cansado coração em sofrimento
Atrás das frias grades dos laços da ilusão
Certa de seu acolhimento, juntada destas provas,
Tristes provas. Eu peço, enfim, deferimento.
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Habeas Pinho pode ser encontrado em http://singrandohorizontes.blogspot.com/2009/02/eliana-palma-habeas-pinho.html
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Silvia Helena de Carvalho, é nascida em Bom Jardim de Goiás. Aos sete anos de idade mudou-se com sua família para o Mato Grosso, depois passou a residir em Porto Velho onde começou a escrever suas lindas poesias aos 16 anos, as quais eram publicadas no jornal de maior circulação de Rondônia pelo escritor José Calixto de Medeiros, de quem ganhou seu primeiro livro de poesias “Sentinelas da Estrada” . Daí em diante sua inspiração ganhou impulso.
Silvia é missionária consagrada pela Conamad, finalista em Teologia pela Ibad, Professora de Religião na área de Escatologia, ministra em palestras para jovens e adultos
Atualmente mora em Curitiba/PR
Silvia é missionária consagrada pela Conamad, finalista em Teologia pela Ibad, Professora de Religião na área de Escatologia, ministra em palestras para jovens e adultos
Atualmente mora em Curitiba/PR
Fontes:
Colaboração da Poetisa.http://www.silviah.net/
Colaboração da Poetisa.http://www.silviah.net/
5 comentários:
Esse poema é antes de tudo uma prova de talento e dignidade da poeta que demonstra a inspiração e seu respeito pela história da poesia homenageando uma das passagens mais importantes de nossa literatura através de um lindo e digno poema que invade nosso coração em cada verso.Parabéns.
Silviah,
Meus parabéns pela bela obra e pelo seu talento.
Leitura primorosa, eu não conhecia o "habeas Pinho" se não fosse seu "Habeas Cor", conhecimento armazenado.
Beijão.
Silviah é inimitável. E este texto fala dessa sua magia, dessa sua volúpia pelas palavras. Enfim, uma grande poetiza, uma alma aberta em flor que desponta para alegrar o nosso mundo tão conturbado.
Aparecido Raimundo de souza
Silviah,
Que poema lindo,deferido o pedido!
o Juiz no caso é Deus? pq pra libertar um coração só sendo Deus.
Parabéns.
Querida Silviah, que maravilha de poema e você pode ir muito mais além, sua inteligência é notável.
Valeu cada minuto hoje aqui.
Boa noite e obrigado
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