Pai e mãe, o algodão floriu,
abriram-se as flores do cafezal...
Em meu imaginário, meus queridos,
vejo a ponte sobre o rio,
a névoa fresca do madrigal...
Nem parece que partiram e tanto tempo já passou...
Enxergo na parede ainda o seu chapéu,
quando chegando da lavoura, o pendurou...
Será que aí na eternidade o milharal emboneca?
Em meu imaginário mostra as espigas em cacho...
Será que aí corre do mesmo jeitinho,
serpenteando em meu pensamento, o riacho?
Perdê-los, foi perder um pedaço de mim!
E, essa parte rebelde, ainda caminha por lá...
Ah! Meu Deus, já gritei tantas vezes para
que volte o menino à sombra do jacarandá...
Não me escuta, nem me olha ...
Ainda que eu chore de solidão!
Ah, mãe...cuide dele por aí,
nos campos da minha imaginação...
Se não encontrá-lo,
deve estar correndo pelo cafezal!
Já espiou no pomar?
Não estaria brincando com Feroz, no quintal?
Ele gostava do cãozinho...
Do cavalo velho, bretão!
Sei, lá, mãe...
Não estaria procurando
vagalumes pela escuridão?
Talvez em sua cama?
Gostava do seu travesseiro...
Era mal acostumado, não se lembra?
Dormia fácil sentindo o seu cheiro...
Desde que partiram, rebelou-se!
Tornou-se triste e sem graça...
Mostra no azul dos olhos um rio profundo,
de água que nunca passa...
Não está com papai no curral?
Gostava de andar por lá...
Não dava sossego ao velho,
enquanto não lhe desse uma vaquinha para ordenhar!
Sei lá, mãe,
cansei de procurar, cansei de gritar!
No meu imaginário está sentado
nos ombros de papai que o leva
numa estrada de areia branca...
Não dá para saber se ele é o menino
ou se papai é a criança...
Será que aí na eternidade o vento é fresco?
Igual àquele que fazia dançar os alecrins...
Levantando os rodamoninhos
que seriam fantasmas
pelas estradas de terra sem fim...
Dizia o papai,
nas suas longas histórias contadas...
Imagino hoje, uma forma de evitar
que o menino se aventure por qualquer estrada!
O que acontece, pai e mãe?
Dá um nó na garganta, uma dor aqui no peito!
As suas receitas caseiras eu não encontro,
os remédios de hoje não dão jeito!
Então, o jeito é chorar!
O pior, depois de crescido!
Aquele que ficou lá, achava que pai e mãe
não morriam...
Não voltam os dias, idos!
Deixa ele quieto!
Amanhã estará tudo bem e talvez retorne, quem sabe?
São pensamentos que não se aquietam,
no imaginário de um homem que sente saudade!
" Saudade, é a lágrima escorrida de um tempo velhinho, no alpendre de uma época"
( Martinez)
Fonte:
Colaboração de Ialmar Pio Schneider
abriram-se as flores do cafezal...
Em meu imaginário, meus queridos,
vejo a ponte sobre o rio,
a névoa fresca do madrigal...
Nem parece que partiram e tanto tempo já passou...
Enxergo na parede ainda o seu chapéu,
quando chegando da lavoura, o pendurou...
Será que aí na eternidade o milharal emboneca?
Em meu imaginário mostra as espigas em cacho...
Será que aí corre do mesmo jeitinho,
serpenteando em meu pensamento, o riacho?
Perdê-los, foi perder um pedaço de mim!
E, essa parte rebelde, ainda caminha por lá...
Ah! Meu Deus, já gritei tantas vezes para
que volte o menino à sombra do jacarandá...
Não me escuta, nem me olha ...
Ainda que eu chore de solidão!
Ah, mãe...cuide dele por aí,
nos campos da minha imaginação...
Se não encontrá-lo,
deve estar correndo pelo cafezal!
Já espiou no pomar?
Não estaria brincando com Feroz, no quintal?
Ele gostava do cãozinho...
Do cavalo velho, bretão!
Sei, lá, mãe...
Não estaria procurando
vagalumes pela escuridão?
Talvez em sua cama?
Gostava do seu travesseiro...
Era mal acostumado, não se lembra?
Dormia fácil sentindo o seu cheiro...
Desde que partiram, rebelou-se!
Tornou-se triste e sem graça...
Mostra no azul dos olhos um rio profundo,
de água que nunca passa...
Não está com papai no curral?
Gostava de andar por lá...
Não dava sossego ao velho,
enquanto não lhe desse uma vaquinha para ordenhar!
Sei lá, mãe,
cansei de procurar, cansei de gritar!
No meu imaginário está sentado
nos ombros de papai que o leva
numa estrada de areia branca...
Não dá para saber se ele é o menino
ou se papai é a criança...
Será que aí na eternidade o vento é fresco?
Igual àquele que fazia dançar os alecrins...
Levantando os rodamoninhos
que seriam fantasmas
pelas estradas de terra sem fim...
Dizia o papai,
nas suas longas histórias contadas...
Imagino hoje, uma forma de evitar
que o menino se aventure por qualquer estrada!
O que acontece, pai e mãe?
Dá um nó na garganta, uma dor aqui no peito!
As suas receitas caseiras eu não encontro,
os remédios de hoje não dão jeito!
Então, o jeito é chorar!
O pior, depois de crescido!
Aquele que ficou lá, achava que pai e mãe
não morriam...
Não voltam os dias, idos!
Deixa ele quieto!
Amanhã estará tudo bem e talvez retorne, quem sabe?
São pensamentos que não se aquietam,
no imaginário de um homem que sente saudade!
" Saudade, é a lágrima escorrida de um tempo velhinho, no alpendre de uma época"
( Martinez)
Fonte:
Colaboração de Ialmar Pio Schneider
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