terça-feira, 22 de março de 2011

Ialmar Pio Schneider (Livro de Sonetos III)


TERZA RIMA

Tarde fria... O vento passa
Fino e leve pelas ruas,
Uma brandura sem graça...

Lembro-me das faces tuas
Descoradas levemente
E também das coxas nuas

Desenvoltas, num repente,
À beira d´água azulada,
De teu olhar inocente.

Não tive a glória nem nada
De curar a minha mágoa,
Sorvendo em tua boca amada
Longo beijo à beira d´água...

CANÇÃO AMARGURADA

A realidade cruel
Me conduz ao esquecimento,
Antes não provasse o fel
De saber teu fingimento.

Davas-me certa esperança
Em que até acreditava;
Vejo, agora, sem confiança,
Que és uma simples escrava.

Também não sei o que pensas
De manhã quando despertas,
As mágoas são mais intensas
Nas aventuras incertas.

E tarde, quem sabe, um dia
Ficares só... renegada;
Em tua vida vazia
Terás desprezo... mais nada.

Então, aflita e sozinha,
Nem mesmo serás escrava;
E puderas ser rainha
De um poeta que te amava.

POEMA DE AMOR EM FORMA DE SONETO

Quero inventar palavras que nunca disse a outra mulher,
para falar do amor que despontou, enfim,
em nossa vida num momento qualquer
e veio transformar nossos destinos assim...

Quero inventar palavras que te agradem e sintas por mim
tudo o que teu desejo de sensação romântica puder,
enquanto eternamente tua paixão me quiser...
E que nosso bem-querer continue até o fim...

Quero inventar palavras de esperança e ternura
que nos permitam uma convivência tranquila
embora sabendo que nem tudo são apenas flores.

Mas, se mais tarde nos visitar um pouco de amargura
saibamos com discernimento e paciência distingui-la
e saber que também faz parte de todos os amores...

SONETO

Não tenho o que fazer por esses dias,
A não ser assistir ao que aparece
Em meu televisor. Noites sombrias
Em que vou meditando a longa prece...

Você já foi o tema das poesias
Que eu compunha, a sós, quando a tarde desce,
Hoje vejo que foram fantasias,
Os versos que minh´alma não esquece...

Outro motivo leva-me por diante
E vou seguindo assim o meu caminho
Com minhas horas mortas nebulosas...

Ainda a vejo em sonhos, linda amante,
E recordando seu gentil carinho,
Também relembro o olor daquelas rosas...

MUSA CONSOLADORA

Foge-me a inspiração levada pelo vento
e junto vais, oh musa ardente e sedutora,
deixando-me sozinho envolto em meu tormento
e a se desesperar minh’alma sofredora !

Foste minha ilusão e meu contentamento,
a luz que prende a alma e a torna sonhadora,
e se hoje tua ausência em vão choro e lamento,
é porque te perdi, fada consoladora !

Aguardo teu retorno, encantada revinda,
pra que volte a cantar e a bendizer o amor...
Na noite mais atroz te concebo mais linda

e necessito, enfim, de teu magno esplendor
que me faça entender, talvez um pouco ainda,
o sonho genial de ser poeta e cantor...

ERA MEU DESEJO...

Talvez soubesses
Talvez não
Eu sonhava contigo
E muitos versos fiz em teu louvor

Hoje confesso
Sou teu ainda
Digo mais sou teu agora

Que bom seria se não houvesse a
Distância
Nos separando nem a timidez
Que é minha

Porém não sou culpado
Muitos versos fiz em teu louvor
Era meu desejo
Haver-te confessado
Há muito tempo o meu amor

Fontes:
http://ialmar.pio.schneider.zip.net/
http://ialmarpioschneider.blogspot.com/

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