Conversando recentemente com um poeta da região, que já conta com alguns títulos publicados e hoje busca recursos para publicar seus livros inéditos, o mesmo deixou escapar que “_Hoje em dia, vender um livro é quase um milagre!”
Diante disso, não obstante os diversos eventos literários em espaços culturais, praças, escolas, campanhas de incentivo à leitura, mini-feiras do livro, saraus e tertúlias de poesia, e tantas outras formas que os literatos têm criado para aproximar a comunidade aos artistas das letras, que há muito desceram de uma suposta e inacessível torre de marfim, ainda assim, há uma invisível e silente resistência contra as letras locais, regionais e estaduais.
Não basta que os autores da região tenham suas publicações nas bancas e livrarias, é preciso haver o interesse da sociedade na aquisição de tais livros, privilegiando a literatura local, que não é outra coisa senão um reflexo do imaginário de nosso lugar e de nossa época. Nada contra os best-sellers importados e também não se trata de uma questão mercantilista meramente comercial, falamos aqui de comportamento cultural e social em cujo viés divido um mea culpa muito pessoal, expresso no seguinte decálogo:
1) Quantos livros de autores locais há em minha casa?
2) Já entrei numa livraria com a intenção de adquirir livro de algum de nossos poetas?
3) Já presenteei alguém com algum volume que conta a história de nossa terra e nossa gente?
4) Considerando-se que os eventos culturais são todos gratuitos e abertos ao público, alguma vez fui prestigiar um lançamento?
5) Eu possuo algum livro autografado?
6) Sei de memória algum poema de autor local?
7) Conheço algum autor dos vários gêneros literários da região, a saber: poesia, conto, crônica, ensaio, dramaturgia, romance e historiografia?
8) Conheço a biografia ou coleciono as obras de algum escritor?
9) A literatura já foi tema de diálogo em conversas com amigos?
10) O que eu já fiz nesta vida para prestigiar ou incentivar a literatura em minha cidade?
Para elucidar um pouco tais inquisições, não seria demais lembrar daquela máxima bíblica propagada no axioma popular “santo de casa não faz milagre”, para apontar que atualmente vários desses mesmos autores regionais tem sua obra divulgada via internet para outros países que falam nossa língua; Que obras locais estão sendo traduzidas para outros idiomas; Que literatos da região estão participando das Bienais do Livro no eixo Rio-São Paulo; Que têm dado entrevistas em rede nacional; Que têm obras distribuídas em outras regiões do país e assim por diante. E apesar do baixo preço cobrado por essas publicações, ainda assim é quase um milagre alguém adquirir um livro por aqui.
Ninguém me obriga a comprar o livro do poeta fulano, do contista beltrano ou da romancista sicrana e posso até me eximir de contribuir para o nosso processo cultural, mas de uma verdade não posso escapar: as civilizações passam e o que permanece delas é sua cultura.
Fonte:
www.escritoresdosul.com.br
Diante disso, não obstante os diversos eventos literários em espaços culturais, praças, escolas, campanhas de incentivo à leitura, mini-feiras do livro, saraus e tertúlias de poesia, e tantas outras formas que os literatos têm criado para aproximar a comunidade aos artistas das letras, que há muito desceram de uma suposta e inacessível torre de marfim, ainda assim, há uma invisível e silente resistência contra as letras locais, regionais e estaduais.
Não basta que os autores da região tenham suas publicações nas bancas e livrarias, é preciso haver o interesse da sociedade na aquisição de tais livros, privilegiando a literatura local, que não é outra coisa senão um reflexo do imaginário de nosso lugar e de nossa época. Nada contra os best-sellers importados e também não se trata de uma questão mercantilista meramente comercial, falamos aqui de comportamento cultural e social em cujo viés divido um mea culpa muito pessoal, expresso no seguinte decálogo:
1) Quantos livros de autores locais há em minha casa?
2) Já entrei numa livraria com a intenção de adquirir livro de algum de nossos poetas?
3) Já presenteei alguém com algum volume que conta a história de nossa terra e nossa gente?
4) Considerando-se que os eventos culturais são todos gratuitos e abertos ao público, alguma vez fui prestigiar um lançamento?
5) Eu possuo algum livro autografado?
6) Sei de memória algum poema de autor local?
7) Conheço algum autor dos vários gêneros literários da região, a saber: poesia, conto, crônica, ensaio, dramaturgia, romance e historiografia?
8) Conheço a biografia ou coleciono as obras de algum escritor?
9) A literatura já foi tema de diálogo em conversas com amigos?
10) O que eu já fiz nesta vida para prestigiar ou incentivar a literatura em minha cidade?
Para elucidar um pouco tais inquisições, não seria demais lembrar daquela máxima bíblica propagada no axioma popular “santo de casa não faz milagre”, para apontar que atualmente vários desses mesmos autores regionais tem sua obra divulgada via internet para outros países que falam nossa língua; Que obras locais estão sendo traduzidas para outros idiomas; Que literatos da região estão participando das Bienais do Livro no eixo Rio-São Paulo; Que têm dado entrevistas em rede nacional; Que têm obras distribuídas em outras regiões do país e assim por diante. E apesar do baixo preço cobrado por essas publicações, ainda assim é quase um milagre alguém adquirir um livro por aqui.
Ninguém me obriga a comprar o livro do poeta fulano, do contista beltrano ou da romancista sicrana e posso até me eximir de contribuir para o nosso processo cultural, mas de uma verdade não posso escapar: as civilizações passam e o que permanece delas é sua cultura.
Fonte:
www.escritoresdosul.com.br
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