segunda-feira, 11 de abril de 2011

Reginaldo Honório da Silva (Poema da Moça ao Lado)


Amigos, permitam-me explicar o poema abaixo.

Em Campinas, embarquei num ônibus que ia para Franca.

Sentei-me na poltrona do corredor e na poltrona da janela tinha uma moça lendo alguma coisa, me parecia artigo escolar, não prestei atenção direito, nem na moça nem no que ela lia.

Apanhei meu NoteBook, pus o fone de ouvido e selecionei as músicas bregas da minha infância para ouvir.

Em seguida comecei a escrever o poema e como normalmente a curiosidade sempre aguça, imaginei que ela por vez ou outro pelo canto do olho espiava o que eu escrevia. Teve uma vez que percebi que ela se deteve um pouco olhando e depois voltou a olhar pela janela do ônibus.

Eu desci em Limeira, para esperar um outro ônibus para Rio Claro, ela seguiu seu destino.
Foi isso.

POEMA DA MOÇA AO LADO

Lê ao meu lado seu futuro que sabe
O mais intrépido poema
Ou a nova escrita sem o trema

Pelo canto do olho curioso
Espia o que escorre na grafia
Dos símbolos de uma poesia

Se pergunta o que me inspira
Se pergunta se me inspira
Mas mastiga o silêncio como resposta

Talvez ao final destas variações
Um sopro ao seu ouvido confessa
Que por ela nasceram estes versos

Não por ser bela que não sei se é
Mal lhe dei meu olhar de poeta
Somente a vi lendo... quieta

A viagem busca seu destino
A moça ao lado continua
Eu? Desço no meio do caminho.

Rio Claro, 04 de abril de 2011.

Fontes:
Poetas del Mundo , colaboração de Delasnieve Daspet
Imagem criada por Vitor =
UFRJ Link

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