terça-feira, 2 de agosto de 2011

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 281)

Pintura a óleo por Carlos Dugos (Saudade)

Uma Trova Nacional

Meu quadro, na realidade,
se mostra pintado assim:
eu fugindo da saudade...
E saudade atrás de mim!...
–MARISA RODRIGUES FONTALVA/SP

Uma Trova Potiguar

Muito mal desperta o dia
e eu aqui já estou desperto:
Noite de amor e poesia...
Não fui ao céu, mas, fui perto!
–FRANCISCO MACEDO/RN–

Uma Trova Premiada

2007 - Porto Alegre/RS
Tema: CAIS - Venc.

De esperas fiz meu passado...
E compondo a vida assim,
tornei-me um barco ancorado
no cais do porto de mim...
–MARISA VIEIRA OLIVAES/RS–

Uma Trova de Ademar

Nem no Câncer... Senti dor,
e a “Gregrena” foi banida...
Ninguém foi mais vencedor
do que eu já fui nesta Vida!
–ADEMAR MACEDO/RN–

...E Suas Trovas Ficaram

Angústia é isto: este anseio,
pássaro aflito, doente.
Nem se sabe de onde veio
pra sofrer dentro da gente!
–VERA VARGAS/PR–

Simplesmente Poesia

Metapoema
–J. LUZ/RN–

A poesia anda sufocada
num livro compacto
em banca de jornal.
A poesia anda envelhecida,
exposta no silêncio entre poeiras
da biblioteca pública.
A poesia anda adoentada,
diuturnamente dissecada como corpo
em biopsia acadêmica.
O poema perdeu o verso,
o verso perdeu o metro
e o metro perdeu a rima;
o poema aboliu o ritmo.
O poeta expurgou a emoção.
O poema virou notícia
e perdeu a poesia.
O homem ficou menor
e o universo, maior.
O cotidiano esmaecido,
sem cor e olor.
Falta ética.
Falta estética.
Falta poesia.
Falta o homem ético e poético.
Falta o poeta...

Estrofe do Dia


Plantei um pé de uva
dentro de uma panela,
coloquei numa janela
da casa de uma viúva;
de noite veio uma chuva
com relâmpagos e trovão
e um forte furacão
arrebentou a janela,
torou no meio a panela
e a terra caiu no chão.
–BELARMINO DE FRANÇA/PB–

Soneto do Dia

Carência
–THEREZA COSTA VAL/MG–

Vagando pelas ruas, o menino,
sem esperança, sem palavra amiga,
não sabe o que esperar de seu destino
nem sabe se algum dia a paz consiga.

Conhece o sofrimento, o pequenino:
a dor, o desabrigo, o mal, a intriga,
e a fome sempre o traz em desatino...
E por viver com fome, ele mendiga.

Pobre criança entregue à própria sorte
que a vida leva em luta contra a morte,
seguindo o que, da rua, a lei ordena!

Como ser bom se a sorte não ajuda!...
Ele só quer, na sina que não muda,
ganhar de alguém carinho...Em vez de pena!

Fonte:
Textos enviados pelo Autor
Fonte da Imagem = http://eaobranasce.blogspot.com/

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