domingo, 30 de setembro de 2012

Antonio Manoel Abreu Sardenberg (Projeto Entre Poetas)



LUZ 
Antonio Manoel Abreu Sardenberg 
São Fidélis "Cidade Poema" 

Como a luz de um sol irradiante 
surgindo na manhã de primavera, 
procuro loucamente a todo instante 
ser também sua luz, doce quimera. 

Envolver o seu corpo com calor, 
fazer do nosso encontro um acalento, 
sonhar que a vida é feita só de amor, 
amar por toda a vida este momento! 

Em seguida, num cálido aconchego, 
sem pudor, e sem medo, e sem juízo, 
trançar os nossos corpos num apego, 
fingir que o nosso mundo é paraíso! 

Comer com gosto todas as maçãs, 
ignorando que o fruto é proibido... 
deixar que o despertar do amanhã 
desfaça esse sonho concebido! (sem pecado) 

ÂNSIA DE VIVER
Simone Borba Pinheiro

Meu tempo, não tem tempo
de esperar por ti.
Por ti que, só enganos, somou
aos meus desenganos.

A noite fria já não tem mais lua
E eu amor, já não sou mais tua.
Meu corpo hoje, se aquece em outros braços
e, é por isso que rompo todos os laços
com o tempo passado,
que nunca teve tempo para mim.

Cansei de esperar pelo vinho
que depois de feito,
já não fazia mais efeito em mim.
Cansei do dia, da noite,
da vida vazia
que se apoderou de mim.

Perdoe amor, os meus desencantos,
mas hoje só canto,
a alegria de viver.
Viver o amor, sem pranto,
com outro amor no meu canto,
cantando pra eu dormir!

POR AMOR 
Maria Tomasia

Por amor a ti, qualquer coisa faço;
enfrento ventos, atravesso brumas,
sem medo algum, vou até o espaço,
cruzo mares e me visto de espumas.
Desde que te entreguei meu coração,
nada existe que não possa enfrentar;
das vaidades fiz juras de abnegação...
só não deixo nosso amor se fragmentar.
Por amor a ti, transponho fronteiras;
para te encontrar, vou ao fim do mundo.
Sempre te amarei de todas as maneiras,
porque o que sinto é muito profundo.
Lembra que ninguém te amou assim;
por isso, peço-te, esquece o passado.
Olha o presente e o que tens, enfim:
amor como o meu tem que ser cultuado.

DOR...
Ciducha

Fala-me da dor
que meu coração abriga,
e que tanto nos castiga...

Fala-me de amor!
Do amor sofrido, não vivido,
desse amor feito de expectativas...

Fala-me da esperança,
que não ouso apartar-me dela, e a carrego
para onde vou, ou então seria o fim...

Fala-me agora disso tudo!
Estou cansada demais
para ter sono...
Ferida demais
para sentir dor...
Abandonada demais
para estar só...
Assustada demais
para ter medo...
E tão ostensivamente perseguida demais...
para fugir!

Depois... em outro tom,
com outro som,
fala-me de paz, de amor,
de esperança,
para que eu possa finalmente,
desvencilhar-me dessa dor tão terrível, e...
crer!

ORGULHO
Daria Farion

E foi na Áustria que André conquistou,
No peito as medalhas ostentou.
Lindo, garboso para o Brasil emigrou
E nesta Terra linda sua Maria encontrou.

Terra abençoada, esposa dedicada eis o laurel.
Prole numerosa, suor a pingar no solo arado.
Nas mãos dos filhos nunca uma enxada colocou,
Longe, longe para colégios enviou.

Meu André, minha Maria quanto orgulho!
Meus pais que a décadas partiram,
Mas do meu coração nunca saíram.
Numa realidade virtual eu afirmo:
- Saudade é vida, 
Vida sem vocês. 

AH! SAUDADE
Nancy Cobo

Saudade do tempo de escola, 
da primeira professora, 
da infância, mesmo sofrida, 
dos avós que se foram, 
dos pais que já partiram, 
das brincadeiras inocentes, 
da juventude que, agora, queremos que volte...

Saudade dos bailes da vida, 
do primeiro Amor, 
do verdadeiro Amor, 
aquele que, de corpo e Alma,
se entrega ao coração, 
mas que, um dia, perdeu-se no caminho...

Caminho esse que quero voltar 
para tentar encontrar 
a felicidade que ficou, 
a saudade do que foi, 
saudade do que é, 
saudade de você.

Fonte:
Antonio M. A. Sardenberg

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