sexta-feira, 19 de julho de 2024

Recordando Velhas Canções (Quero que tudo vá pro inferno)


Compositor: Roberto Carlos/ Erasmo Carlos

De que vale o céu azul e o sol sempre a brilhar
Se você não vem e eu estou a lhe esperar
Só tenho você no meu pensamento
E a sua ausência é todo o meu tormento
Quero que você me aqueça nesse inverno
E que tudo mais vá pro inferno

De que vale a minha boa vida de playboy
Se entro no meu carro e a solidão me dói
Onde quer que eu ande tudo é tão triste
Não me interessa o que de mais existe
Quero que você me aqueça nesse inverno
E que tudo mais vá pro inferno

Não suporto mais você longe de mim
Quero até morrer do que viver assim
Só quero que você me aqueça nesse inverno
E que tudo mais vá pro inferno
E que tudo mais vá pro inferno

Não suporto mais você longe de mim
Quero até morrer do que viver assim
Só quero que você me aqueça nesse inverno

E que tudo mais vá pro inferno (6x)
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A Dor do Amor Não Correspondido em 'Quero Que Vá Tudo Pro Inferno'
A música 'Quero Que Vá Tudo Pro Inferno', interpretada pelo icônico Roberto Carlos, é um clássico da música brasileira que expressa a intensidade do amor não correspondido e a dor da solidão. Lançada em 1965, a canção se tornou um dos grandes sucessos do cantor, conhecido como o 'Rei' da música brasileira, e reflete o estilo romântico que marcou sua carreira. A letra fala de um sentimento profundo de falta e desejo, onde o eu lírico expressa sua angústia pela ausência da pessoa amada, a ponto de desejar que tudo mais desapareça ou 'vá pro inferno'.

A expressão 'vá pro inferno' é usada metaforicamente para representar a rejeição de tudo que não seja a presença da pessoa amada. O eu lírico descreve cenários que seriam agradáveis, como o 'céu azul' e o 'sol a brilhar', mas que perdem todo o seu valor diante da solidão. A música também aborda a ideia de que nem mesmo uma vida de luxos e prazeres, simbolizada pela 'boa vida de playboy', é capaz de preencher o vazio deixado pela ausência do ser amado. A solidão é tão dolorosa que o eu lírico menciona preferir a morte a viver sem a pessoa desejada.

A canção é um retrato da época em que foi lançada, onde as melodias românticas e as letras que falavam de amor e desilusão eram muito populares. Roberto Carlos, com sua voz marcante e interpretação emotiva, conseguiu transmitir a profundidade do sentimento de rejeição e a urgência do desejo de estar com a pessoa amada. 'Quero Que Vá Tudo Pro Inferno' é um hino à paixão avassaladora e ao mesmo tempo um desabafo sobre a dor que acompanha o amor quando este não é correspondido.

Tal como Orlando Silva, que foi o primeiro ídolo de massa criado pelo rádio no Brasil, Roberto Carlos seria o primeiro criado pela televisão. A canção que marca o início desse reinado é “Quero que Vá Tudo pro Inferno”.

Foi a partir de seu lançamento no programa “Jovem Guarda”, da TV Record, no final de 1965, seguido do disco homônimo, que Roberto Carlos se tornou o cantor-compositor pop de maior expressão na música brasileira, embora já frequentasse havia mais de três anos as paradas de sucesso. Aliás, o sucesso da canção e do programa foi tão forte que fez de Roberto, em pouquíssimo tempo, líder de audiência em televisão e campeão de vendagem de discos.

Naturalmente, para acontecer em plena década de 1960 um fenômeno desses teria que receber, como recebeu, o apoio maciço de uma poderosa agência de publicidade, no caso a Magaldi, Maia e Prosperi, que seguia padrões americanos. Mas, como o futuro mostraria Roberto Carlos — mesmo depois de deixar de ser novidade — manteria o prestígio, conquistando novos admiradores e conservando os antigos, o que é uma prova de talento e competência.

Poética e musicalmente pobre, alguns pontos abaixo do nível alcançado por canções posteriores (“De que vale o céu azul / e o sol sempre a brilhar / se você não vem / e eu estou a lhe esperar / (...) / quero que você / me aqueça neste inverno / e que tudo mais / vá pro inferno...”), “Quero que Vá Tudo pro Inferno” é emblemático do primeiro estágio das carreiras de Roberto e de seu parceiro Erasmo Carlos, quando os dois representavam os papéis de jovens e rebeldes roqueiros (A Canção no Tempo – Vol. 2 – Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello – Editora 34).

Fontes:

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