Risque …
meu nome do seu caderno
Pois não suporto o inferno
Do nosso amor fracassado
Deixe ...
que eu siga novos caminhos
Em busca de outros carinhos
Matemos nosso passado
Mas, se um dia, talvez,
a saudade apertar
Não se perturbe, afogue a saudade
Nos copos de um bar
Creia...
toda a quimera se escoa
Como a brancura da espuma
Que se desmancha na areia
= = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = = =
Despedidas e Recomeços
A música 'Risque', composta pelo renomado Ary Barroso, aborda temas profundos de despedida, desilusão amorosa e a busca por renovação emocional. Através de uma letra poética e carregada de emoção, o compositor expressa o desejo de encerrar um capítulo doloroso de sua vida amorosa, pedindo que seu nome seja removido do caderno da amada, simbolizando o fim de uma relação.
O uso da metáfora 'não suporto o inferno do nosso amor fracassado' intensifica a dor e o sofrimento causados pelo amor que não deu certo, destacando o tormento emocional vivido pelo eu lírico. A canção segue com o desejo de seguir novos caminhos e buscar novos carinhos, indicando uma tentativa de cura e de seguir em frente, apesar das memórias do passado que ainda podem ressurgir.
A parte final da música traz uma reflexão sobre a efemeridade dos sentimentos e das situações, comparando-os à espuma que se desmancha na areia. Ary Barroso usa essa imagem para sugerir que, assim como a espuma, os sentimentos intensos e até mesmo a saudade eventualmente se dissipam, permitindo que a vida continue. A recomendação para afogar a saudade em copos de um bar revela uma abordagem um tanto melancólica de lidar com a dor, típica de muitas canções de desamor.
Foi talvez para mostrar que sabia fazer samba-de-fossa tão bem quanto os especialistas - e, de quebra, faturar em cima da moda do momento que Ary Barroso compôs "Risque". Compôs e se deu bem, pois a música, lançada por Aurora Miranda em 52, firmou-se como um dos grandes sucessos do ano seguinte, na voz de Linda Batista.
Na realidade, porém, "Risque" não chega a alcançar o nível das melhores obras de Ary, limitando-se a repetir lugares comuns do gênero ( o "Inferno do amor fracassado", a "Saudade afogada nos copos de um bar"...), sobre uma melodia também comum. Muito mais interessante, pelo menos do ponto de vista melódico, é um outro samba-de-fossa de sua autoria, "Folha morta", lançado à mesma época com menor repercussão.
Fontes:
Nenhum comentário:
Postar um comentário