(“Mensagem”: Aldo Cabral e Cícero Nunes)
Talvez os jovens, dos “e-mails” e “whatsapps”, não entendam do que vou tratar. Peço desculpas! Vou falar de cartas, outrora um instrumento poderoso de comunicação. Na literatura, chegava a constituir um gênero literário próprio: a Correspondência Epistolar.
Cartas são veículos eficientes para o transporte de emoções humanas diversas, são flechas certeiras disparadas ao coração humano.
Na trova, há bons exemplos que exploram o tema transbordando emoções eivadas de um lirismo profundo. Às vezes, não se referem a cartas propriamente ditas, mas a mensagens, bilhetes, recados.
Não deixe as cartas que eu mando
sem respostas, por favor,
porque é bom, de vez em quando,
reler mentiras de amor.
(Maria Nascimento)
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De tuas mãos para as minhas,
chegam cartas com segredos,
que eu lenho afagando as linhas
onde bailaram teus dedos.
(Cleber Roberto de Oliveira)
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Carteiro, ao fazer a entrega
das cartas, de porta em porta,
o pranto e o riso carrega,
nos segredos que transporta.
(Jacy Pacheco)
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Pediste: “Espere, querida!”
num cartãozinho assinado…
E eu fiquei, por toda a vida,
refém de um simples recado.
(Thereza Costa Val)
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Ao receber tuas cartas,
uma frustração me invade…
Tu me dá notícias fartas,
mas… me matas de saudade!
(Renato Alves)
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As tuas cartas, afago-as
toda vez que as releio,
e leio todas mágoas
na carta que não me veio.
(Octávio Venturelli)
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Fonte:
Texto enviado pelo autor, de Comentando Trovas n. 113. 26.10.2025

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