Relembranças
Domingo. Noite calma. Um piston em surdina
me traz evocações. Na varanda ensombrada,
eu mergulho no tempo, e o quadro me fascina:
perdidos na distância, uns longes de alvorada.
Em tomo à mesa, ali, conversas de rotina,
logo após o jantar. Bate-papo e mais nada.
E eu retorno à varanda, o olhar na chuva fina
e o pensamento longe, alma enfim deslumbrada.
Daqui deste edifício, entre instantâneos vários,
suponho ver no mar, e com os mesmos ardis,
nos veleiros de outrora, os antigos corsários.
Recordo, neste ensejo, ilhado em São Luís,
meus Pais, irmãos, Madrinha, a Escola, meus canários...
Taperoá, de antanho, em cenas infantis.
Destinos iguais
Eu leio em teu semblante desenhada
na sua plenitude a própria vida
de quem se sente em vida desolada,
sem sol e sem calor, desiludida.
Decerto, contrafeita, amargurada,
por vezes, entre amigas, esquecida,
tu ficas em silêncio, ó bem-amada,
e eu fico a contemplar-te, assim, querida.
E Deus nos fala pela voz dos sinos.
Ao lusco-fusco, sinto em tua prece
fervor e contrição. A noite desce.
Perdidos no tumulto dos destinos
traçados para todos os mortais,
parece que nós dois somos iguais.
Domingo. Noite calma. Um piston em surdina
me traz evocações. Na varanda ensombrada,
eu mergulho no tempo, e o quadro me fascina:
perdidos na distância, uns longes de alvorada.
Em tomo à mesa, ali, conversas de rotina,
logo após o jantar. Bate-papo e mais nada.
E eu retorno à varanda, o olhar na chuva fina
e o pensamento longe, alma enfim deslumbrada.
Daqui deste edifício, entre instantâneos vários,
suponho ver no mar, e com os mesmos ardis,
nos veleiros de outrora, os antigos corsários.
Recordo, neste ensejo, ilhado em São Luís,
meus Pais, irmãos, Madrinha, a Escola, meus canários...
Taperoá, de antanho, em cenas infantis.
Destinos iguais
Eu leio em teu semblante desenhada
na sua plenitude a própria vida
de quem se sente em vida desolada,
sem sol e sem calor, desiludida.
Decerto, contrafeita, amargurada,
por vezes, entre amigas, esquecida,
tu ficas em silêncio, ó bem-amada,
e eu fico a contemplar-te, assim, querida.
E Deus nos fala pela voz dos sinos.
Ao lusco-fusco, sinto em tua prece
fervor e contrição. A noite desce.
Perdidos no tumulto dos destinos
traçados para todos os mortais,
parece que nós dois somos iguais.
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