segunda-feira, 21 de julho de 2008

25 de julho - Dia Nacional do Escritor


No dia 25 de julho os grandes reponsáveis pela riqueza literária brasileira são oficialmente homenageados no país. A data foi instituída por decreto governamental em 1960, após o sucesso do I Festival do Escritor Brasileiro, organizado naquele ano pela União Brasileira de Escritores, por iniciativa de seu presidente, João Peregrino Júnior, e de seu vice-presidente, Jorge Amado.

Em 1988, ao ser questionado sobre como se sentia sendo o escritor mais lido no país, o literato baiano respondeu: "Eu me sinto mal. Porque eu acho que deviam ter 50 escritores mais lidos no Brasil" (Jornal da Tarde, 03/09/1988).

Daquela época pra cá, certamente muita coisa mudou, embora o índice de leitura no país ainda tenha muitos quilômetros a percorrer. A pesquisa 'Retratos da Leitura no Brasil', realizada em 2001 pela Câmara Brasileira da Indústria do Livro (CBL), Sindicato Nacional das Editores de Livros (Snel) e Associação Brasileira dos Editores de Livros (Abrelivros) apontou que 61% dos brasileiros adultos alfabetizados têm muito pouco ou nenhum contato com os livros: 6,5 milhões de pessoas das camadas mais pobres da população dizem não ter nenhuma condição de adquirir um livro e 73% dos livros estão concentrados em apenas 16% da população brasileira.

Pensando nisso, os ministérios da Cultura e da Educação, em parceria, lançaram, em 2006, o Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL): um conjunto de políticas, programas, projetos, ações continuadas e eventos empreendidos pelo Estado e pela sociedade, para promover o livro, a leitura, a literatura e as bibliotecas no Brasil.

Uma das linhas de ação do PNLL consiste no apoio à cadeia criativa do livro feita por meio das seguintes ações:

- Instituição e estímulo para a concessão de prêmios nas diferentes áreas e bolsas de criação literária para apoiar os escritores;
- Apoio à circulação de escritores por escolas, bibliotecas, feiras etc;
- Defesa dos direitos do escritor;
- Apoio à publicação de novos autores;
- Programas de apoio à tradução;
- Fóruns de direitos autorais e copyright restritivo e não-restritivo.

Atualmente há cerca de 30 projetos de incentivo à criação literária distribuídos em âmbito federal, estadual e municipal. Prêmiações, bolsas para pesquisa e manutenção de sites temáticos são alguns exemplos de como as linhas de ação propostas pelo PNLL são aplicadas na prática. Os projetos da esfera federal são, em sua maior parte, ligados à Fundação Biblioteca Nacional.

Ademais, a formação de um público leitor – onde as prioridades governamentais não nos permitem a identificação de rumos no tocante à opção pela cultura e pela educação do povo que guiam – torna-se mais e mais dificultosa, com estorvos de toda natureza.

Óbvio que tem concorrido com obstáculos de naturezas distintas: a falta de visão dos pais que não incentivam os filhos a se debruçarem sobre os livros; a disputa desleal com a TV e a internet; dentre outras e outras razões.

Problemas e dificuldades irão sempre existir. Mas nesta data especial é preciso, antes de tudo, destacar, respeitar e celebrar todo o mérito pertecente a nossos escritores. Mais do que uma arte e do que um ofício, a literatura é uma forma de expressão que apresenta o universo particular do escritor a um mundo muitas vezes aquém do esperado. "Ler é transcender, é possibilitar, é ir além do nosso, por vezes, cruel mundo imediato", afirmou o ministro da Cultura, Gilberto Gil, na introdução do PNLL.

Comemora-se com esta data aqueles que têm dedicado o seu labor literário, buscando a palavra a mais exata e com teor estético que busca alcançar a perfeição, têm encontrado, nestas plagas, dificuldades das mais diversas para publicação e difusão de suas obras.

Fontes:
Lívio Oliveira. In www.natalpress.com
Câmara Brasileira do Livro. In http://www.cbl.org.br/

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